20 de abril de 2024

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Como os fãs do K-Pop apoiaram o movimento antirracista por meio das redes sociais

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O início do mês de junho de 2020 foi marcado por uma série de protestos antirracistas. O estopim da organização dos atos foi a morte de George Floyd por um policial nos Estados Unidos. A questão ganhou atenção mundial e trouxe à tona outros casos de violência policial contra pessoas negras em todo o mundo, inclusive no Brasil.

 

Mesmo em meio a uma pandemia global, em vários países, muitos foram às ruas protestar contra o racismo, seguindo recomendações de segurança redobradas, devido à COVID-19. Outros se manifestaram nas redes sociais, com destaque para os fãs do K-Pop, estilo musical de pop coreano popular entre os jovens de todo o mundo.

 

Em especial, usuários do Twitter e do Instagram estavam utilizando hashtags para apoiar o movimento e divulgar informações tanto educacionais sobre as questões raciais em pauta, quanto úteis para quem estava nas ruas. Umas das principais era a #BlackLivesMatter, ou #VidasNegrasImportam, em tradução livre.

Vidas Negras Importam

Enquanto movimento organizado e instituído, o Blacks Lives Matter teve início em 2013. Contudo, historicamente, remonta ações que aconteceram nos anos 1950, nos Estados Unidos, pelo mesmo motivo: o assassinato de pessoas negras e o apagamento de suas histórias.

 

Desde 2013, #BlackLivesMatter é utilizado como força digital para disseminação dos ideais do movimento, tendo a erradicação do racismo o principal deles. Em ações mais pontuais e com maior visibilidade, o movimento destaca, principalmente, a violência policial contra a população negra.

 

Nas ações que ocorreram on-line, porém, uma grande resposta de grupos racistas aconteceu por meio das hashtags #WhiteLivesMatter (Vidas Brancas Importam) e #BlueLivesMatter (Vidas Azuis Importam, em referência aos uniformes dos policiais que mataram pessoas negras).

Reação e apoio do K-Pop

Uma prática comum da comunidade que acompanha o K-Pop são as chamadas fancams. Em resumo, pessoas com vasta audiência de seguidores, em especial, no Twitter, postam vídeos que geram um grande volume de visualizações com hashtags que se propõe a promover.

 

Essa ação é comum, sobretudo, para direcionar o engajamento dos usuários da rede social em postagens que abordam o lançamento de álbuns novos, videoclipes e indicações de outros artistas menos conhecidos. A estratégia dá tão certo que, muitas vezes, as hashtags entram na lista de assuntos mais comentados da plataforma.

 

Com o aumento do volume de postagens racistas por meio das hashtags mencionadas, os fãs do K-Pop utilizaram a fancam para alavancar as postagens com #BlackLivesMatter, e o resultado foi positivo.

Polícia de Dallas

A polícia de Dallas, nos Estados Unidos, lançou um aplicativo em que o usuário poderia enviar fotos e vídeos de manifestantes. A ideia era identificar os envolvidos e, potencialmente, puni-los. Nessa situação, a fancam também foi um fator essencial.

 

A comunidade K-Pop do Twitter divulgou a situação com o pedido de que enviassem as fancams para o aplicativo. O resultado foi imediato: em um só dia, o software recebeu tantos vídeos de K-Pop que o servidor da aplicação não aguentou e saiu do ar.

 

Vale lembrar que Dallas é um importante centro urbano no Norte do Texas, um dos estados americanos considerados como os mais racistas. Isso porque o Sul dos Estados Unidos é, ainda, fortemente influenciado pelos modelos escravocratas que organizavam a sociedade durante os tempos de colonização do país.

 

Essa é, inclusive, uma pauta forte nas ações antirracistas. Muito se fala sobre responsabilizar o modelo colonial, em que muitas sociedades das Américas foram construídas e estruturadas.

 

Posicionamentos contrários

Uma pequena parcela das fancams, porém, também apoiou as hashtags racistas. Em volume bem menor, algumas das postagens contribuíram com manifestações usando as hashtags #WhiteLivesMatter e #BlueLivesMatter. Mesmo assim, aquelas que defenderam as ações antirracistas tiveram mais visibilidade, sendo elogiadas dentro e fora das redes sociais.

 

(Os comentários são de responsabilidade do autor, e não correspondem à opinião do SB24Horas)
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