10 de maio de 2024

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Câncer de colo de útero é o terceiro mais frequente entre as mulheres

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Segundo oncologista, a vacinação contra o vírus HPV pode ser capaz de erradicar este tipo de câncer, mas é preciso conscientização

Papilomavírus humano (HPV) é o nome dado a um grupo de mais de 200 vírus de DNA que infectam somente seres humanos. A infecção pelo HPV ocorre principalmente durante relações sexuais desprotegidas (sexo oral, vaginal ou anal), mas também pode ocorrer transmissão de mãe para filho durante o parto, pela saliva e por contato com material perfuro cortante contaminado. Trata-se de uma infecção extremamente comum, de forma que, aos 50 anos, 80% das mulheres terão sido infectadas em algum momento da vida. “Muitas vezes, o sistema imunológico consegue eliminar a infecção em até dois anos. Porém, em alguns casos, ela pode persistir e aumentar o risco de câncer”, explica o oncologista Leonardo Roberto da Silva, do Grupo SOnHe – Sasse Oncologia e Hematologia.

 

De acordo com o especialista muitas pessoas infectadas não apresentam sintomas e isso favorece a disseminação da contaminação. Entre os tipos de tumores associados ao HPV, o mais comum é o câncer do colo de útero. Em todo o mundo, é o quarto tumor mais comum entre as mulheres, com uma estimativa de 570 mil novos casos por ano, representando 6,6% de todos os cânceres nas mulheres. Já no Brasil, segundo o Instituto Nacional do Câncer (INCA), em 2020 serão diagnosticados 16.590 novos casos da doença com um risco estimado de 12,6 casos a cada 100 mil mulheres. Em 2017, o tumor foi responsável por 6.385 óbitos. “A vacinação contra o HPV pode ser capaz de erradicar este tipo de câncer.  Mas para isso, é necessária uma cobertura vacinal de cerca de 90% e o que temos hoje é insuficiente. É importante que os pais estejam conscientes da importância da vacinação. Os meninos também precisam ser vacinados, porque eles são atingidos por três dos seis tipos de câncer que o HPV causa como o de pênis, o anal e de orofaringe. Além disso, eles são transmissores do HPV para as mulheres”, explica o médico.

 

Atualmente, no Brasil, existem duas vacinas disponíveis. A vacina quadrivalente que protege contra os tipos 6, 11, 16 e 18 e a vacina bivalente que protege contra os tipos 16 e 18. A vacina quadrivalente está incluída no calendário vacinal do Sistema Único de Saúde (SUS), sendo administrada a meninas de 9-14 anos e meninos de 11-14 anos. “O efeito da vacina é melhor quando administrada antes do primeiro contato com o vírus. Por isso, é recomendada a aplicação a meninas e meninos antes da primeira relação sexual”, indica o médico.

 

O oncologista destaca que a vacina é comprovadamente segura.  “Um estudo feito pela Universidade de São Paulo (USP) apresentado em novembro de 2019 comprovou a segurança da vacina do HPV, concluindo que não há relação entre a vacina e os sintomas como convulsões, desmaios e abalos motores generalizados. O mais preocupante é que, de acordo com dados da OMS, 291 milhões de mulheres no mundo são portadoras do HPV, sendo que 32% estão infectadas pelos tipos 16, 18 ou ambos, responsáveis por 70% dos casos de câncer de colo de útero. Portanto, não há dúvida de que as mulheres são as maiores vítimas dessa infecção sexualmente transmissível”, finaliza Dr. Leonardo.

 

* Leonardo Roberto da Silva, formado em Oncologia Clínica pela Universidade Federal Minas Gerais, é oncologista do Caism/Unicamp, com função docente junto aos residentes em Oncologia Clínica da Unicamp. É mestre em Oncologia Mamária pela Unicamp e doutorando na área de Oncologia Mamária pela FCM-Unicamp, com extensão na Baylor College of Medicine – Houston/Texas, EUA.  É membro titular da Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica (SBOC), da Sociedade Americana de Oncologia Clínica (ASCO) e da Sociedade Europeia de Oncologia Clínica (ESMO). Leonardo faz parte do corpo clínico de oncologistas do Grupo SOnHe –  Sasse Oncologia e Hematologia e atua no Radium Instituto de Oncologia, no Hospital e Maternidade Madre Theodora e no Hospital Santa Tereza.

 

Sobre o Grupo SOnHe

O Grupo SOnHe – Sasse Oncologia e Hematologia, é formado por oncologistas e hematologista que fazem o atendimento oncológico humanizado e multidisciplinar no Hospital Santa Tereza, Instituto do Radium, Madre Theodora, três importantes centros de tratamento de câncer em Campinas. A equipe oferece excelência no cuidado oncológico e na produção de conhecimento de forma ética, científica e humanitária, por meio de uma equipe inovadora e sempre comprometida com o ser humano. O SOnHe é formado pelos oncologistas: André Deeke Sasse, David Pinheiro Cunha, Vinicius Correa da Conceição, Vivian Castro Antunes de Vasconcelos, Adolfo Scherr, Rafael Luiz Fernanda Proa Ferreira, Susana Ramalho, Ana Paula Stramosk e Leonardo Roberto da Silva. Saiba mais: no portal www.sonhe.med.br  e nas Redes Sociais @gruposonhe

(Os comentários são de responsabilidade do autor, e não correspondem à opinião do SB24Horas)
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