9 de maio de 2024

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As 10 maiores fraudes financeiras do mundo e o que aprender com elas

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Só no Brasil, houve um aumento de 70% de fraudes financeiras em 2022, mostra Índice de Confiança e Segurança 

 

Receber uma cobrança por uma compra que você não fez, ter seus dados de cartão de crédito roubados na internet ou ter seu nome negativado por causa de uma dívida que você nem sabia que existia são situações mais comuns do que você imagina. Isso porque, segundo dados do Índice de Confiança e Segurança da Sift, empresa global de prevenção de fraudes, o número de fraudes financeiras no Brasil aumentou 70% em 2022.

 

E não são apenas pessoas físicas que se veem vítimas desses golpes: 49% das empresas brasileiras foram vítimas de fraudes empresariais ou crimes econômicos e algumas delas chegaram a perder até R$ 5 milhões.

 

As fraudes financeiras estão cada vez mais comuns no Brasil e no mundo. Nos Estados Unidos, elas custam aos consumidores americanos uma média de US$ 265 ao ano. Não por acaso, a terra do Tio Sam é a que mais sofre com crimes desse tipo.  Por conta disso, é necessário saber reconhecê-las, como evitá-las e, quando necessário, como escapar e denunciá-las.

O que é uma fraude financeira?

A definição de fraude financeira é simples: é qualquer tentativa de obter dinheiro ilegalmente de uma pessoa. Essa tentativa pode acontecer por meio de uma promessa feita que não foi cumprida — ou seja, enganação —, falsificação de documentos, marcas ou produtos.

 

No Brasil, mesmo com a grande preocupação que a população tem com segurança, quase um terço dos golpes financeiros são fraudes no cartão de crédito, mas esse tipo de golpe pode acontecer também com moedas digitais, carteiras digitais, fraudes bancárias e no pagamento de contas online.

 

E é preciso tomar cuidado com esses golpes, pois nem sempre há uma política de reembolso que garanta a devolução do dinheiro roubado das vítimas.

Como descobrir uma fraude financeira?

Infelizmente, a maioria das fraudes financeiras são descobertas depois de já terem acontecido. No entanto, é possível consultar sites, como o Serasa e o SPC Brasil, que monitoram o uso do CPF em operações de crédito, abertura de contas e pedidos de empréstimo.

 

Para escapar dessas fraudes, é preciso ter cuidado com as finanças, fazendo uso de ferramentas como cartões corporativos, planilhas e técnicas de educação financeira para controlar o seu dinheiro, sabendo sempre onde ele está. Também é recomendado o não uso de sites pouco confiáveis e o compartilhamento de documentos e senhas com terceiros.

O que fazer no caso de fraude financeira?

O primeiro passo depois de perceber que você caiu em uma fraude é registrar a ocorrência. Leve as provas, como registros financeiros online, e apresente-os na hora do registro.

 

Depois, é necessário procurar o banco para informar do ocorrido e solicitar o bloqueio de cartões e serviços. Também é necessário consultar a política de reembolso do banco para garantir o estorno dos valores roubados.

 

É importante lembrar que todo esse processo deve ser feito imediatamente após a descoberta da fraude: cada minuto é fundamental e decisivo para guardar os valores que você tem no banco.

Quais foram as 10 maiores fraudes financeiras do mundo?

Conhecer quais foram as maiores fraudes financeiras da história é uma maneira de entender como elas aconteceram e saber como evitar passar por algo parecido. Essas são dez das mais relevantes fraudes que já aconteceram no mundo.

Esquema Ponzi

Carlos Ponzi, o pai do Esquema Ponzi. Foto: Reprodução.

 

O Esquema Ponzi, idealizado pelo italiano Carlos Ponzi, foi um esquema de pirâmide que aconteceu no início do século XX. Nele, Ponzi recebeu milhões de dólares em sua empresa, a Security Exchanges Company, ao prometer o reembolso de 50% de juros em um mês e 100% de juros em 3 meses.

 

O esquema foi lucrativo no início e acumulou enormes lucros. Sua popularidade fez com que milhares de pessoas em Boston hipotecassem suas casas para investir nele. Porém, a fraude de Ponzi foi descoberta pelo jornalista Clarence Barron, da BBC, que provou que Carlos Ponzi cometia fraude nos preços de venda de supostos cupons de correio internacional, trocando os dólares que recebia por moedas depreciadas, assim comprando cupons a um preço mais baixo.

 

Com a descoberta, centenas de pessoas rapidamente sacaram as suas economias, o que fez com que o esquema desmoronasse e as autoridades descobrissem que Ponzi pagava os juros dos antigos investidores com o dinheiro que vinha dos novos compradores.

O Lobo de Wall Street

Imagem do filme O Lobo de Wall Street, em homenagem à fraude de Jordan Belfort. Foto: Reprodução

 

A fraude de Jordan Belfort foi tão famosa que até virou filme protagonizado por Leonardo DiCaprio. Um corretor de ações ágil, Jordan cresceu rapidamente em Wall Street e escolheu o nicho de “ações de um centavo” como negócio da sua empresa, a Stratton Oakmont.

 

Porém, não demorou para que fosse descoberto seu esquema de lavagem de dinheiro e manipulação do mercado de ações: seu golpe consistia nos funcionários da sua empresa vendendo ações de empresas a um preço superior ao preço de mercado — que era um centavo.

Bernie Madoff

Bernie Madoff. Foto: Reprodução.

 

Bernie Madoff utilizou de seu enorme carisma e do esquema criado por Carlos Ponzi para defraudar mais de 65 bilhões de dólares em um período de 40 anos.

 

Entre os seus investidores estavam empresas como BNP Paribas, o banco japonês Nomura, Tremont Capital, Ascot Fund, Maxam Advisor, Fairfield Greenwich e Kingate Management, bem como a comunidade judaica nos EUA. O esquema só foi descoberto porque devido à falência do Lehman Brothers, milhares de investidores foram retirar o seu dinheiro do fundo Madoff, fazendo com que o golpe fosse exposto.

Yasuo Hamanaka

Foto: Reprodução

 

Yasuo Hamanaka, conhecido como Mr. 5%, era o principal investidor em cobre da Sumitomo Corporation, uma das principais empresas do Japão e controlava 5% da oferta mundial de cobre.

 

Assim, ele pode tornar o cobre um material escasso, conseguindo manipular preços e acumular grandes quantias de dinheiro. Porém, quando a China começou a liberar grandes quantidades de cobre, o preço do material foi reduzido, o que começou com os truques de Hamanaka para tentar continuar lucrando com a venda de cobre.

 

O Mr. 5% inflou o preço do metal, falsificou perdas como lucros da sua empresa e, por fim, anunciou US$ 2,6 bilhões em perdas por negociações não autorizadas.

Africrypt

Foto: Reprodução

 

Os irmãos Ameer e Raees Canjee, de 18 e 20 anos, fundaram em 2019 a bolsa AfriCrypt, na Cidade do Cabo, na África do Sul, para resolver o problema de instabilidade da moeda local e permitir que seus conterrâneos fizessem pagamentos.

 

A ideia foi boa até que, em 2021, a Africrypt faliu e, após algum tempo, seus fundos desapareceram. Depois, os fundadores desapareceram com cerca de US$ 3,6 bilhões em bitcoin, o que se tornou o maior golpe em criptomoedas dado até agora.

Enron

Foto: Reprodução

 

A Enron, uma das maiores empresas de distribuição de energia, escondeu suas perdas milionárias durante anos: enquanto a empresa crescia, suas ações eram negociadas a US$ 90,56. Porém, elas despencaram para US$30 quando surgiram rumores de que os lucros da Enron vinham de negócios com suas subsidiárias.

 

Esses negócios lhe permitiram cobrir as perdas sofridas nos últimos anos, mesmo tendo passivos de mais de 30.000 milhões de dólares. O valor final da fraude chegou a 63,4 bilhões de dólares.

Worldcom

Ex-CEO da Worldcom, Bernard Ebbers, Bernie, faleceu em 2020, aos 78 anos. Foto: Louis Lanzano/AP/arquivo

 

Uma importante empresa de telecomunicações dos Estados Unidos, a Worldcom realizava a falsificação das suas contas por um valor aproximado de 3.850 milhões de dólares. Por isso, quando declarou falência, em 2002, ela liderou um dos maiores escândalos financeiros da chamada globalização do capital.

 

As investigações revelaram que o responsável por essa “maquiagem” das demonstrações financeiras foi Bernard Ebbers, que foi condenado a 25 anos de prisão após julgamento.

Jerome Kerviel

Foto: Reprodução.

 

Jerome Kerviel causou prejuízos equivalentes a 4.900 milhões de euros ao Société Générale, um dos maiores bancos da Europa, dando origem a um desequilíbrio financeiro que abalou os mercados de todo o mundo.

 

Ele fez isso realizando operações erradas e transações falsas que passaram despercebidas pelo banco, e depois apostando que certas ações subiriam ou cairiam.

Nick Leeson

Foto: Reuters.

 

Nick Leeson era encarregado de criar e dirigir uma equipe de trading encarregada de atuar no mercado asiático quando começou a trabalhar no Baring’s Bank, além de ser o responsável por áreas de controle que permitiam que ninguém controlasse suas operações.

 

Logo começou a negociar futuros da Nikkei, aumentando sua alavancagem, suas posições começaram a crescer e, portanto, o seu risco. No final, ele movimentou o mercado com as grandes posições que tinha.

 

O resultado disso foi que, com o terremoto do Japão em 1995, Nick viu uma oportunidade de negócio pois achava que seriam necessários novos investimentos em infraestrutura para reconstruir a cidade, novas construtoras. Ao contrário, o governo do Japão decidiu que a reconstrução do país seria financiada com títulos do governo.

 

Isso fez o mercado cair, causando ao Baring’s Bank uma perda de US$ 1,3 bilhão e falência. Nick acabou sendo preso e condenado a 6 anos de prisão.

Merck

Foto: Reprodução

 

O laboratório Merck, na verdade, teve um problema de registro de contabilidade que o deixou em maus lençóis em Wall Street. Em 2002, ele registrou como receita de uma das suas filiais (Medco) 12,4 mil milhões de dólares. Na verdade, eles não haviam recebido o dinheiro, mas fizeram isso para equilibrar as contas e inflacionar os lucros.

 

Por fim, vale lembrar que, no Brasil, a pena para crimes financeiros como fraude é de 2 a 6 anos de reclusão, além de multa. No entanto, no restante do mundo, a punição pode ser diferente. Tudo depende da gravidade do delito.

(Os comentários são de responsabilidade do autor, e não correspondem à opinião do SB24Horas)
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