Por Dennis Moraes
Depois do último artigo em que compartilhei sobre nossa decisão de entrar na fila de adoção, nossa jornada tem sido repleta de descobertas, desafios e momentos de aprendizado. Eu e Maira passamos por entrevistas, cursos, palestras e bate-papos, todos voltados a nos preparar para as mudanças que estão por vir.
Entrar no sistema de adoção é mais do que apenas preencher formulários e aguardar; é uma verdadeira transformação interna. Ao conhecermos histórias de famílias que já estão com seus filhos tão desejados, percebemos que a lentidão do processo muitas vezes não está no sistema, mas nas escolhas que as pessoas fazem. O preconceito na hora de selecionar o perfil da criança ainda é uma realidade, mesmo com tantas campanhas que incentivam a adoção sem restrições.
Muitos pretendentes buscam crianças que correspondam a expectativas pessoais, mas a adoção não se resume a atender desejos. Ela exige estudo, preparo e, principalmente, abertura para enxergar possibilidades que podem surpreender e enriquecer a vida.
O perfil de criança escolhido durante o processo pode influenciar diretamente o tempo de espera. Por isso, é fundamental que os casais estejam abertos ao aprendizado e dispostos a reavaliar suas perspectivas. Nesse contexto, a busca ativa se apresenta como uma ferramenta poderosa.
A busca ativa é um recurso que utiliza tecnologia para conectar pretendentes a crianças e adolescentes que, por não corresponderem ao perfil mais buscado no Sistema Nacional de Adoção e Acolhimento (SNA), enfrentam maiores dificuldades de encontrar uma família. Ela nos convida a ampliar nossos horizontes e desafiar preconceitos, oferecendo a oportunidade de conhecer histórias e realidades que talvez nunca tivéssemos considerado.
Confesso que, no início, achei estranho o conceito de “escolher um filho”, como se fosse algo tão trivial quanto selecionar um filme ou um prato em um cardápio. No entanto, à medida que participei de palestras e ouvi relatos de pais, psicólogos e especialistas, compreendi que não se trata de escolher, mas de autoconhecer-se.
Esse processo nos levou a um profundo mergulho no autoconhecimento. Refletimos sobre nossos verdadeiros desejos, nossos sonhos e o que realmente queremos para nossas vidas. Descobrimos que a adoção é muito mais do que acolher uma criança; é estar disposto a construir uma nova história juntos, com amor, paciência e resiliência.

Ouvi relatos de casais que, ao enfrentarem as exigências emocionais do processo, desistiram no meio do caminho. E, em alguns casos, isso foi um ato de responsabilidade, porque amar verdadeiramente é essencial. Sem amor genuíno, o processo de adoção pode trazer consequências dolorosas, não só para o casal, mas principalmente para a criança.
Por isso, é crucial que haja sintonia e maturidade entre os parceiros, de forma que as escolhas feitas reflitam um compromisso real e consciente. Afinal, a adoção não é apenas sobre encontrar um filho; é sobre acolher uma nova vida com afeto, respeito e entrega.
Estamos apenas começando nossa jornada, mas já posso dizer que é uma sensação maravilhosa vislumbrar a possibilidade de ser pai. E sei que Maira compartilha dessa alegria, com o coração radiante diante da perspectiva de ser mãe. Temos certeza de que estamos prontos para enfrentar esse desafio, com a graça de Deus e o amor que nos une.
Continuarei compartilhando nossas experiências ao longo do processo. O que posso afirmar agora é que a adoção não é apenas sobre formar uma família; é sobre transformar vidas.
Até a próxima!
Dennis Moraes é Comendador outorgado pela Câmara Brasileira de Cultura, Jornalista, Feirante e Diretor de Jornalismo do Portal SB24Horas. Acesse: dennismoraes.com.br
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