Algumas mulheres notam diferenças na pele durante a gravidez. Saiba se há de fato alguma ligação.
A gestação gera inúmeras mudanças na vida e no corpo feminino. Por esse motivo, é comum e até mesmo esperado que as mulheres identifiquem diferenças internas e externas em si mesmas.
A pele é uma das maiores áreas que pode ser afetada, visto que, durante a gravidez, ocorrem alterações hormonais, imunológicas e vasculares. Por isso, ter cuidados com a pele é fundamental. Embora nem todas as gestantes tenham problemas dermatológicos, a maioria apresenta alguma questão em determinada fase.
Caso você esteja grávida ou pensando na possibilidade de engravidar, acompanhe a leitura para conhecer as principais alterações da pele na gestação e saber como preveni-las.
Estrias
As estrias surgem devido ao estiramento das fibras da epiderme (primeira camada da pele). Dessa forma, podem ser causadas tanto pelo grande estiramento que ocorre durante a gravidez quanto por ganho de peso.
Normalmente, esse problema aparece após a 25ª semana de gestação e não traz prejuízos à saúde, mas deixa marcas estéticas que podem afetar a autoestima. O uso de hidratantes pode ajudar a manter a pele macia e prevenir o aparecimento de novas marcas, porém não remove as estrias já existentes.
Por esse motivo, o ideal é hidratar bastante a pele, em especial a barriga, o bumbum, o quadril e as mamas, desde o início da gestação, ou antes mesmo de engravidar, para reduzir as chances de que essas marcas indesejadas surjam.
Espinhas (acnes)
Muitas mulheres sofrem com espinhas durante a gestação, principalmente aquelas que já enfrentavam o problema, pois pode haver uma piora no quadro após engravidar. Além disso, mesmo quem nunca teve acne pode desenvolver durante a gravidez.
Para esses casos, a recomendação é lavar bem a região afetada com sabonete neutro e água morna, ao menos duas vezes ao dia, e usar cosméticos que não possuem óleo na sua composição.
Há opções medicamentosas, como ácido glicólico e ácido azelaico, que não afetam a saúde do bebê. No entanto, é preciso procurar um profissional de saúde especializado para avaliar as reais condições e traçar as melhores estratégias para o tratamento.
Isso porque alguns tratamentos para espinhas devem ser evitados durante a gravidez, uma vez que muitas delas atuam no bloqueio de hormônios específicos que causam a acne, porém representam riscos para a saúde do neném.
Varizes e telangiectasias
A maior quantidade de sangue circulando pelo corpo e as mudanças hormonais podem causar as telangiectasias durante a gestação, que consistem em pequenas veias avermelhadas na superfície da pele. Elas podem surgir no pescoço, braços e face, mas espera-se que desapareçam por completo após o nascimento do bebê.
Já as varizes estão mais relacionadas ao peso e à pressão que o útero gera na pelve materna, o que pode ocasionar uma diminuição do fluxo sanguíneo para a parte inferior do corpo. Por esse mesmo motivo, elas também podem surgir no reto (hemorroidas), vagina e vulva. Felizmente, na maioria das vezes, essa condição desaparece após o parto.
Embora não seja possível prever o surgimento das varizes, há algumas formas de minimizar o inchaço e a dor nos membros inferiores, evitando que elas piorem. São elas:
- não cruzar as pernas por muito tempo;
- colocar as pernas para cima sempre que possível;
- evitar o consumo de alimentos que causam prisão de ventre;
- evitar ficar sentada por muito tempo;
- procurar fazer exercícios físicos regulares com orientação profissional.
Manchas e pontos escurecidos
As manchas e os pontos mais escurecidos surgem na pele durante a gravidez devido ao aumento da produção de melanina (substância natural responsável por dar cor aos cabelos e à pele).
Nesse caso, a principal medida de prevenção é o uso de protetores solares. Segundo a dermatologista e membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia, Vanessa Metz, “o ideal é evitar o contato com o sol, passar o filtro solar corretamente e, depois do terceiro trimestre, começar a usar vitamina C tópica”.
O quadro tende a desaparecer de forma espontânea após o parto, porém, em algumas mulheres, essa condição pode persistir por algum tempo.