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O discurso do ‘tudo bem’ e a realidade que Santa Bárbara não aguenta mais

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Por Dennis Moraes

Santa Bárbara d’Oeste vive, há meses, uma sequência de problemas que já ultrapassaram o limite do aceitável para qualquer administração pública. São atrasos, falhas, denúncias, paralisações e serviços essenciais que não se sustentam. A cada semana estoura algo novo: transporte coletivo parado, médicos sem receber, servidores apreensivos, coleta de lixo irregular, saúde pública à beira do colapso. E, mesmo diante desse cenário caótico, o prefeito segue repetindo o mantra de que “está tudo bem”. Mas a pergunta é inevitável: está tudo bem para quem?

A mais recente confusão veio novamente do transporte coletivo. Passageiros acordaram cedo para trabalhar e encontraram pontos vazios. Ônibus parados. Funcionários afirmam que a razão é a falta de repasses da Prefeitura — situação recorrente, que já provocou paralisações anteriores e até greve neste ano. Uma concessionária enfraquecida, tarifas congeladas, caixa deteriorado e nenhuma resposta efetiva. A cidade fica refém do improviso.

No entanto, o caos não se limita às garagens dos ônibus. A saúde pública vive seu pior momento em anos. Faltam médicos, faltam recursos, faltam condições de trabalho. Salários atrasam. O atendimento é lento, sobrecarregado e insuficiente. Ainda assim, o prefeito insiste em afirmar que a saúde de Santa Bárbara merece nota 8. Para quem depende das unidades básicas, das consultas que não vêm e das filas intermináveis, essa frase é mais que deslocada — é um desrespeito.

A coleta de lixo também se tornou um drama. Atrasos constantes, falta de funcionários, bairros acumulando resíduos. Nem o básico está funcionando.

E no meio de tudo isso, há um agravante tão grave quanto os próprios problemas: a submissão da Câmara Municipal.
Em vez de fiscalizar o Executivo — sua função principal, constitucional e intransferível — muitos vereadores preferem se auto-intitular “da base”, como se isso fosse um título de honra. Não é. É vergonhoso. O Legislativo existe para ser independente, para questionar, cobrar, investigar, apontar falhas e defender a população. Um vereador não foi eleito para ser escudo do prefeito, assessor informal ou repetidor de discurso oficial. Um vereador foi eleito para ser fiscal do povo. Mas aqui, infelizmente, a regra parece ser a inversa.

A cada sessão, a Câmara de Santa Bárbara deixa claro que prefere se alinhar ao Executivo do que o fiscalizar.
E quando o fiscal deixa de fiscalizar, o erro deixa de ser falha: passa a ser método.

O resultado dessa soma é uma cidade entregue à própria sorte. Uma administração que vive às escuras. Uma população que acorda todo dia sem saber qual serviço vai falhar desta vez. E um Legislativo que, em vez de reagir, cruza os braços.

Santa Bárbara d’Oeste merece mais. Muito mais.
Merece gestores que assumam responsabilidades. Merece vereadores que honrem o Legislativo e respeitem o voto recebido. Merece transparência, dignidade e coragem — não discursos prontos dizendo que “está tudo bem”.

Porque todos nós já sabemos: não está.

Dennis Moraes é Comendador outorgado pela Câmara Brasileira de Cultura, Jornalista, Feirante e CEO do Grupo Dennis Moraes de Comunicação. Acesse: dennismoraes.com.br

(Os comentários são de responsabilidade do autor, e não correspondem à opinião do SB24Horas)
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