18 de abril de 2024

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Você sabe o que é BDRs?

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Entenda tudo sobre os BDRs, como funcionam e porque não são bons investimentos e nem são recomendados por grandes especialistas como uma aplicação segura.

 

Recentemente, a Comissão de Valores Mobiliários (CVM) se tornou notícia porque alterou as regras dos BDRs e passou a ampliar o acesso do investidor brasileiro a ativos estrangeiros. Entretanto, muita gente não ficou sabendo da notícia simplesmente porque nunca ouviu falar dos BDRs. Isso porque é um investimento que ainda não é muito conhecido por aqui.

 

A notícia trouxe algumas modificações, inclusive sobre o cenário citado acima que pode passar a incluir o pequeno investidor. Entretanto, muita gente quer saber o porque não investir em BDRS é recomendado em alguns casos, principalmente se você pensa em comprar ações de grandes empresas como Google e Amazon sem uma corretora norte-americana.

O que são BDRs?

A sigla BDR significa Brazilian Depositary Receipt. Isso significa que, na prática, os BDRs são um certificado de depósito de valores mobiliários, visto que é um título lastreado em um certo valor mobiliário listado fora do Brasil – podendo ser uma ação estrangeira, título de dívida ou um ETF.

 

Apesar da grande possibilidade de variedade, os BDRs mais comuns são os de ações. No geral, esse tipo de aplicação confere aos seus investidores os mesmos direitos em relação ao seu título original.

 

É importante destacar que os DRs ( Depositary Receipt) variam de país para país, que recebem somente a adição da letra inicial do nome do mesmo, como no caso do Brasil (BDR) e dos Estados Unidos (ADR para American Depositary Receipt).

Tipos de BDRs existentes

Antes de mais nada, é preciso saber que existem dois tipos de BDRs: os não patrocinados e os patrocinados.

 

BDRs patrocinados

Os BDRs patrocinados são os títulos que são emitidos no Brasil através de uma decisão da própria companhia, que possui um interesse específico no mercado brasileiro e gostaria de ser listada também por aqui, captando recursos durante o processo.

 

Entretanto, até o momento apenas cinco empresas possuem DRs patrocinados no Brasil. A grande maioria são de BDRs não patrocinados, que veremos a seguir.

BDRs não patrocinados

Hoje em dia, existem cerca de 550 empresas não patrocinadas. As famosas empresas norte-americanas que chamam atenção de todo mundo têm DRs não patrocinados no Brasil.

 

As mais famosas são:

  • Amazon;
  • Apple;
  • Netflix;
  • Facebook,

 

Para que um BDR não patrocinado possa ser listado na B3 é necessária a presença de duas figuras: o depositário e o custodiante. O custodiante, de maneira prática, é aquele que vai realizar a custódia do ativo em questão no país de origem da empresa.

 

Os grandes custodiantes dessa modalidade no Brasil são: Deutsche Bank, Citibank e o Bank of New York Mellon – quase a totalidade dos BDRs negociados por aqui são provenientes desses custodiantes.

 

Por outro lado, o depositário acaba por se tornar responsável pelos programas de BDRs no Brasil, nesse cenário, o principal depositário é a própria B3. Além dela, o Banco Itaú e o Bradesco também assumem esse papel em alguns BDRs.

O que mudou?

Nas últimas semanas, a CVM declarou algumas mudanças em relação aos BDRs.

 

Desde o início, o acesso a BDRs nível 1 sempre foi restrito a investidores qualificados. Isso significa que, até hoje, para comprar BDRs era necessário obter, no mínimo, R$ 1 milhão em investimentos.

 

Assim, aqueles que não se enquadravam nessa exigência não conseguiam negociar os ativos. O motivo principal para essa proibição era a maior complexidade do produto – que envolvia variação cambial – e pelo fato das empresas estrangeiras não seguirem as mesmas regras de divulgação das brasileiras.

 

Além disso, uma empresa brasileira, como a Stone, PagSeguro ou a XP, que abriu capital fora do país, não poderiam ser listadas na B3, mesmo através de BDRs. A partir desse mês, entretanto, esse cenário mudou.

 

A partir de agora poderá ter BDRs caso suas ações forem negociadas na NASDAQ ou na NYSE, entretanto, a principal mudança é a que diz que qualquer investidor poderá ter acesso a BDRs não patrocinados.

Por que não investir em BDRs?

Geralmente, o investimento em BDR não é muito recomendado por apresentar diversas desvantagens. A primeira que podemos citar é a taxa de 5% cobradas pelos bancos que vão intermediar a emissão do BDR sobre os pagamentos feitos em dinheiro para os acionistas.

 

Por outro lado, não devemos esquecer do Imposto de Renda incidente sobre esse tipo de investimento. Nesse caso, o IR não é cobrado somente para compra e venda realizada através de corretores americanas e para ganho de até R$ 35 mil mensais.

 

Ou seja, normalmente, não compensa negociar ações na B3, visto que não há isenção fiscal para ganho de capital com BDRs. Dessa forma, é possível compreender que as desvantagens sobre os BDRs são tamanhas e, na maioria das vezes, esse investimento não é indicado por ser muito complicado e dispendioso.

(Os comentários são de responsabilidade do autor, e não correspondem à opinião do SB24Horas)
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