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Vereador propõe mais transparência na saúde após polêmica com “lista exclusiva”

Foto: Dennis Moraes

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Rony Tavares apresenta projeto para ampliar participação popular, mas é lembrado por caso recente de supostos privilégios no atendimento público

 

O vereador Rony Tavares, vice-presidente da Câmara Municipal de Santa Bárbara d’Oeste, protocolou na última quinta-feira (26) um projeto de lei para alterar a Lei Municipal nº 3.895/2016. A proposta pretende ampliar a transparência no uso das caixas de sugestão das unidades de saúde, exigindo que todas as manifestações populares sejam recolhidas até o fim de cada mês e transformadas em relatórios. Estes documentos seriam então encaminhados ao Conselho Municipal de Saúde (COMUSA) e à Comissão Permanente de Política Social da Câmara, servindo de base para as Audiências Públicas de Saúde realizadas quadrimestralmente.

Na justificativa, Tavares afirma que o objetivo é garantir que “as vozes da população sejam de fato consideradas” no aprimoramento da saúde pública. A proposta, no entanto, contrasta fortemente com um episódio recente envolvendo o próprio vereador, que ainda repercute negativamente na opinião pública.

Vídeo com declarações do vereador gerou denúncia

O portal SB24Horas divulgou um vídeo em que o vereador Rony Tavares aparece declarando que mantém contato direto com o secretário de Saúde do município para incluir pessoas em uma “lista exclusiva” de atendimento prioritário. Na gravação, o próprio vereador afirma que enviou uma relação de aproximadamente 30 nomes de pacientes aguardando exames, os quais, segundo ele, seriam atendidos com prioridade por sua interferência pessoal.

Vereador Rony Tavares do Republicanos é acusado de usar influência para favorecimento pessoal na área da saúde

 

O conteúdo do vídeo gerou forte reação da população e motivou uma denúncia formal ao Ministério Público, que, surpreendentemente, optou por não dar andamento ao caso, alegando que não havia provas de que o parlamentar mantinha tal lista. No entanto, a prova está justamente nas palavras do próprio vereador, registradas em vídeo, onde ele admite o favorecimento.

Mesmo com o arquivamento do caso pelo MP, a fala gravada é clara e direta, levantando sérias dúvidas sobre o comprometimento das instituições responsáveis pela fiscalização e pela defesa do interesse público. Para muitos cidadãos e representantes da sociedade civil, o episódio evidenciou a falta de isonomia no atendimento público de saúde e o uso indevido da influência política para obtenção de privilégios, além de demonstrar a fragilidade da responsabilização quando os envolvidos estão no poder.

A apresentação do novo projeto de lei por parte de Rony Tavares levanta suspeitas quanto à sua real motivação. Para analistas políticos da região, trata-se de uma tentativa de reposicionar sua imagem pública após o desgaste causado pelo vídeo amplamente divulgado. Embora o texto legislativo possa representar avanço técnico, sua autoria compromete a credibilidade da proposta.

A matéria seguirá para análise nas comissões da Câmara antes de ser submetida à votação em plenário. Se aprovada, revogará os artigos 2º e 3º da Lei nº 3.895/2016, substituindo-os por dispositivos que instituem novos mecanismos de escuta e fiscalização na saúde pública.

Resta saber se a transparência defendida no papel será, de fato, refletida na prática.

SB24Horas – Informação com responsabilidade.

(Os comentários são de responsabilidade do autor, e não correspondem à opinião do SB24Horas)
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