Por Dennis Moraes
A atuação de um vereador deveria ter como base a técnica, o bom senso e, acima de tudo, o compromisso com o cidadão. Mas, infelizmente, não é o que temos visto com frequência na Câmara Municipal de Santa Bárbara d’Oeste. O caso mais recente escancara o esvaziamento da função parlamentar: o vereador Marcelo Cury (Republicanos) apresentou o Requerimento nº 371/2025 pedindo informações à Prefeitura sobre a aplicação de vacinas nas UBSs da cidade.
Sim, você leu certo: ele quer saber quais unidades básicas aplicam vacinas, em quais dias, horários e quais imunizantes estão disponíveis. Também questiona se é necessário agendamento e se há desabastecimento de algum tipo de vacina. Em outras palavras: está perguntando aquilo que qualquer cidadão pode descobrir em segundos com uma simples visita ao site da Prefeitura ou ao Instagram oficial da Saúde Municipal.

Ora, será que um vereador eleito, com gabinete, equipe e estrutura paga com dinheiro público, precisa usar o tempo da Câmara para fazer esse tipo de questionamento? A Prefeitura divulga com frequência todas essas informações, com datas, locais, horários e até campanhas específicas. Se há algo de errado — como falha na divulgação, ausência de profissionais ou desorganização — caberia ao parlamentar verificar no local, ouvir a população e cobrar soluções concretas. Mas não: preferiu o caminho mais fácil, burocrático e midiático.
Esse tipo de requerimento não é fiscalização. É simulação de trabalho. É a velha prática da “atividade aparente”: preenche a pauta da sessão, gera manchete para rede social e engana o eleitor mais desatento. Não resolve nada, não transforma nada. Serve apenas para parecer que está trabalhando — enquanto os verdadeiros problemas da saúde pública continuam sendo ignorados.
O povo não precisa de vereador que pergunta o que já está público. Precisa de representantes que investiguem o que está escondido, proponham soluções e tragam resultados reais. Fiscalizar é muito mais do que assinar papel. É ter coragem, preparo e presença.
Enquanto muitos usam a estrutura da Câmara para fazer teatro, a população segue esperando por dignidade e eficiência. E, mais uma vez, a política local mostra que falta vergonha, sobra marketing — e o que deveria ser trabalho sério vira encenação de palco.
Dennis Moraes é Comendador outorgado pela Câmara Brasileira de Cultura, Jornalista, Feirante e Diretor de Jornalismo do SB24Horas. Acesse: dennismoraes.com.br



 
        

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