28 de março de 2024

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Situação política não afeta relações com o Brasil, diz diplomata chinês

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As mudanças na situação política brasileira não afetam as relações bilaterais e o desenvolvimento de uma cooperação pragmática com a China, disse hoje (19) o diretor-geral do Departamento de América Latina e Caribe do Ministério das Relações Exteriores chinês, Zhu Qingqiao.

Ele destacou que as estatais chinesas priorizam o investimento de longo prazo no Brasil e demais países latino-americanos e caribenhos. “Quando temos uma cooperação com os países, como o Brasil, temos que ter uma visão de longo prazo e estratégica para desenvolver uma cooperação duradoura”, afirmou o diplomata, em entrevista coletiva na sede da representação diplomática, em Pequim. Segundo Zhu Qingqiao, as empresas chinesas, quando fazem investimentos, dão importância às potencialidades do mercado.

“Os problemas políticos e econômicos podem, no curto prazo, aumentar os riscos para a cooperação entre as empresas, mas, em geral, não vão causar significativas mudanças”, acrescentou.

Para o representante do governo chinês, em momentos de crise, as empresas podem tomar medidas empreendedoras que tragam resultados favoráveis no longo prazo. “Desde o ano passado, as empresas chinesas são muito ativas na aquisição de empresas brasileiras.”

Números

O diplomata Zhu Qingqiao destacou que as estatais chinesas priorizam o investimento de longo prazo no Brasil. Ana Cristina Campos/Agência Brasil

De acordo com o Ministério das Relações Exteriores chinês, o país asiático investiu US$ 10 bilhões no Brasil no ano passado, e o estoque acumulado de investimentos chega a US$ 30 bilhões. Os investimentos das empresas estatais chinesas no Brasil concentram-se na área de infraestrutura, sobretudo energia e transportes, e no setor agropecuário.

Zhu Qingqiao destacou que o Brasil representa um terço dos intercâmbios comerciais chineses na América Latina e no Caribe. Ele ressaltou a complementaridade das duas economias, pois a pauta exportadora do Brasil para a China concentra-se em commodities agrícolas, minerais e proteína animal. As exportações chinesas estão baseadas em produtos manufaturados.

Desde 2009, a China é o principal parceiro comercial do Brasil. Segundo o Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços brasileiro, o intercâmbio comercial entre os dois países em 2016 foi de US$ 58,49 bilhões. As exportações do Brasil para a China totalizaram US$ 35,13 bilhões com um superávit brasileiro de US$ 11,76 bilhões.

Política brasileira

O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Edson Fachin decidiu, na tarde de ontem (18), abrir inquérito para investigar o presidente do Brasil Michel Temer. A medida foi tomada após a divulgação de depoimentos de delação premiada dos empresários Joesley e Wesley Batista, donos do grupo JBS, controlador do frigorífico Friboi. O conteúdo dos depoimentos envolvendo Temer foi antecipado na quarta-feira (17) pelo jornal O Globo.

Segundo a reportagem, em encontro gravado em áudio pelo empresário Joesley Batista, Temer sugeriu que se mantivesse pagamento de mesada ao ex-presidente da Câmara dos Deputados Eduardo Cunha e ao doleiro Lúcio Funaro para que estes ficassem em silêncio. Cunha está preso em Curitiba, capital do estado do Paraná. A delação dos empresários também implica o senador afastado Aécio Neves (MG), do PSDB.

Em pronunciamento na tarde dessa quinta-feira, Temer disse que não renunciará ao cargo e exigiu investigação rápida da denúncia em que é citado, para que seja esclarecida. “Não renunciarei. Repito: não renunciarei”, afirmou. “Sei o que fiz e sei da correção dos meus atos, e exijo investigação plena e muito rápida para os esclarecimentos ao povo brasileiro. Essa situação de dúvida não pode persistir por muito tempo”, completou Temer, no Palácio do Planalto.

Agência Brasil

(Os comentários são de responsabilidade do autor, e não correspondem à opinião do SB24Horas)
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