Declaração durante sessão da Câmara coloca em dúvida a ética e a legalidade de suas ações como vereador
Por Dennis Moraes
A recente declaração do vereador Rony Tavares (Republicanos) durante uma sessão da Câmara Municipal de Santa Bárbara d’Oeste escancarou uma prática que, além de antiética, pode configurar graves violações legais. Ao afirmar: “Só quero agradecer ao secretário de governo Joel Cardoso, a Giovanni Bonfim, pela sua, aonde a gente solicita ali, os pedidos para a saúde, e também ao secretário de saúde, Marcus Pensuti, por todos os exames de sangue que a gente levou na mão dele, e as pessoas agora não estão sendo chamadas. A gente fez um requerimento aqui, quase 30 pessoas ou mais procuraram a gente, a gente levou todos esses nomes até o secretário, e as pessoas estão retornando dizendo que o agendamento está sendo…”, o vereador colocou em xeque a imparcialidade e o respeito aos princípios democráticos que regem a gestão pública.
Essa declaração é mais do que um ato de despreparo; é um sintoma preocupante de como alguns representantes eleitos enxergam a coisa pública como extensão de suas campanhas pessoais. É inadmissível que um vereador, cujo papel deveria ser o de fiscalizar e legislar em favor do bem comum, utilize o acesso privilegiado aos serviços públicos para obter vantagens políticas.
A conduta descrita pode configurar crimes como tráfico de influência, improbidade administrativa e abuso de poder. O tráfico de influência se evidencia no uso da posição de poder para privilegiar indivíduos específicos, enquanto a improbidade administrativa se caracteriza pelo favorecimento de uma parcela da população em detrimento do coletivo. Já o abuso de poder está na utilização de recursos públicos como moeda de troca eleitoreira.
A indignação da população foi imediata. Munícipes e lideranças locais destacaram que a saúde é um direito universal, garantido pela Constituição Federal, e não uma ferramenta de barganha para apadrinhamentos políticos.

Os vereadores Esther Moraes, Celso Ávila, Felipe Corá, Isac Motorista e Arnaldo Alves expressaram repúdio às declarações de Rony Tavares, exigindo uma postura mais ética e transparente. Apesar da tentativa de retratação do vereador, o tom forçado e pouco convincente reforçou as críticas.
A situação é gravíssima e exige uma resposta firme das autoridades competentes. O Ministério Público tem a responsabilidade de investigar o caso com celeridade e, se confirmadas as irregularidades, aplicar as sanções cabíveis. A sociedade também tem um papel crucial: fiscalizar, denunciar e cobrar integridade de seus representantes.
Se há algo que esse episódio nos ensina, é que tolerar desvios de conduta e barganhas eleitoreiras compromete a própria democracia. Os cidadãos precisam permanecer vigilantes e exigir que a coisa pública seja gerida com responsabilidade e respeito aos princípios da igualdade e impessoalidade.
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