Justin Timberlake e Bruce Springsteen brilharam, já o Ghost e o 30 Seconds do Mars derraparam; Saiba quais shows fizeram sucesso ou deixaram a desejar em 2013
O Rock in Rio 2013 em sua quinta edição manteve as mesmas estruturas de palcos da edição de 2011 (Mundo, Sunset, Eletrônica e Rock Street), sendo o palco Mundo o principal.
No entanto, o surpreendente Sunset, menor, mas nem por isso acanhado, proporcionou encontros interessantes, como o da neozelandesa Kimbra, que se encantou com o Brasil e se misturou bem à musicalidade do Olodum. Já o encontro entre Elba Ramalho, Ivo Meirelles e Fernanda Abreu sofreu com problemas técnicos.
Aos artistas do palco Mundo coube a responsabilidade de se apresentar para as 85 mil pessoas presentes em cada um dos sete dias. Alguns foram bem-sucedidos, caso de Bruce Springsteen. Outros, como Bon Jovi, poderiam ter sido mais instigantes.
Veja abaixo quais artistas se destacaram e quais deixaram a desejar.
O melhor do palco Mundo
Beyoncé: Com status de rainha, Mrs. Carter surpreendeu ao mudar o tradicional cronograma de seu impecável show ao dançar a coreografia de “Qq isso Lelek” , hit de funk carioca. A cantora fez carão, sorriu, soltou a voz potente e deixou todo mundo feliz com sucessos como “Who Run the World (Girls)” e “Halo”.
Florence and the Machine: À frente do grupo, a voz dramática da ruiva Florence Welch ecoou limpa e forte pela Cidade do Rock . Ao longo de um setlist de 13 canções, a banda mostrou que é possível fazer uma boa performance sem se apoiar em nenhum efeito pirotécnico.
Justin Timberlake: Não há como negar que o cantor/ator/bailarino sabe apresentar um bom show como poucos . Além de cantar e dançar muito, fez uma homenagem a Michael Jackson ao cantar “Shake Your Body”, da época do Jackson 5, e fechou com o aguardado sucesso “SexyBack”.
Sepultura + Les Tambours du Bronx: Em apresentação intensa, teve momentos de solos do guitarrista Andreas Kisser e do baterista Eloy Casagrande, além de fortes ataques da percussão do Tambours, cover de Prodigy e hits como “Roots Bloody Roots”.
Metallica: Liderado pelo vocalista James Hetfield, estava disposto a promover uma viagem ao passado da banda , com músicas de discos antigos como “Master of Puppets”, de 1986. “Sad but True”, “…And Justice for All”, “One” e “For Whom the Bell Tolls”, agradou a todos os fãs apaixonados pelo grupo.
Alice in Chains: O momento que mais emocionou foi quando tocou “Man in the Box”, faixa do primeiro disco de estúdio , “Facelift” (1990). Todos os riffs foram solfejados pela plateia. Outro ponto alto foi quando o guitarrista Jerry Cantrell dedicou a instrospectiva “Nutshell” para Layne Staley, ex-vocalista do Alice, morto em 2002.
Matchbox Twenty: Com boa sintonia entre os integrantes, o simpático vocalista Rob Thomas agradeceu várias vezes em português , declarando o quanto estava “honrado por tocar no Rock in Rio”. Os pontos altos vieram com a romântica “3 AM”, “Real World”, “Unwell” e a cover de Rolling Stones não prevista no setlist, “Jumpin’ Jack Flash”.
Skank: Provocativo e empolgado, Samuel Rosa falou: “Maconha é proibida, mas mensalão pode fazer?” , sendo ovacionado pela plateia. O show teve participação de Emicida e Nando Reis e, em nenhum momento, desanimou a plateia, podendo ser considerado como o melhor show de abertura do palco Mundo.
John Mayer: Revezando-se entre o violão e a guitarra, mostrou domínio técnico e deixou claro que sua voz, alta e definida, demonstra sua boa condição de saúde. Em 2011, Mayer foi diagnosticado com um tumor na garganta, atualmente superado. Performático, se jogou no chão com a guitarra e impressionouespecialmente o público feminino.
Bruce Springsteen: Em sintonia com a E Street Band, não faltou com hits e carisma. Foi para junto da plateia incontáveis vezes e movimentou-se no palco como um moleque . Assim como no show em São Paulo, abriu com “Sociedade Alternativa”, cover de Raul Seixas. Como surpresa, tocou na íntegra o disco “Born in the U.S.A”, de 1984, impressionando a todos com sua performance explosiva em 2h40 de show.
Avenged Sevenfold: Cheios de pose e pirotecnia, fizeram uma apresentação explosiva no Rock in Rio. Literalmente. O que não faltou foram fogos de artifício e labaredas no cenário decorado com portões com cara de cemitério e caveiras para fã nenhum reclamar.
Iron Maiden: Digno de encerramento, o grupo já veio com o jogo ganho tamanha a paixão de sua plateia, mas nem por isso fez corpo mole no palco. O Iron mostrou-se o quanto continua quente ao tocar o repertório clássico do disco “Seventh Son of a Seventh Son” e outros sucessos como “Fear of the Dark” em mais uma boa performance de Bruce Dickinson e companhia.
O pior do palco Mundo
30 Seconds to Mars: A apresentação teve muitos efeitos no palco, tantos que tiraram o foco principal que deveria ser da música. Balões, papel picado, fumaça, luzes, fogos. Quando parecia não faltar mais nada, o vocalista Jared Leto deu um jeito de inventar mais e pulou de tirolesa sobre o público. Eficiente até demais.
Jota Quest: Completamente sem sal, levantou o público na última música, que teve a participação de Lulu Santos. Juntos, cantaram o hit de Lulu, “Tempos Modernos”. O repertório previsível contou apenas com uma novidade: a faixa “Mandou Bem”, que estará no próximo álbum “Funk Funk Boom Boom”.
Ghost B.C.: A teatralidade, figurino e maquiagem ganharam muitos pontos, mas a maioria do público não comprou a ideia do sarro com a religião. Vestindo roupas de pontífice, o vocalista que se nomei Papa Emeritus II e seus músicos sem nome brincaram com a religião, mas o maior País católico do mundo preferiu descansar na grama e deixar o som apenas rolando de fundo.
Nickelback: Difícil não se incomodar com a quantidade de coisas que o vocalista Chad Kroeger dizia, repetitivamente , ao microfone entre uma música e outra. O setlist do grupo acertou, visto que este foi o primeiro show no Brasil, mas os monólogos do vocalista, que brindava cervejas no palco, deram uma desengrenada na apresentação.
Bon Jovi: A apresentação de Jon Bon Jovi poderia ter sido mais empolgante . A falta de dois integrantes originais (Richie Sambora, supostamente demitido, e Tico Torres, internado para cirurgia de vesícula) desestabilizou a apresentação e tirou um pouco do brilho do cantor de “Keep the Faith”. No entanto, o momento do beijo na fã e a cover de Rolling Stones animaram.
Phillip Phillips: A apresentação teve um tom bem morno se comparada ao vibrante setlist do Skank , que abriu o palco Mundo antes dele. Durante o show de Phillip, que ficou conhecido ao ganhar o American Idol, muitas pessoas sentaram na grama para guardar energia.
O melhor do palco Sunset
O Palco Sunset é considerado secundário, mas brigou com unhas e dentes pelo público do Mundo. E por vezes saiu campeão. O mérito, além dos músicos que se apresentaram, é de Zé Ricardo, curador do palco, que conseguiu promover grandes encontros musicais que engrossaram o caldo do festival esse ano.
A peneira é a parte mais difícil na hora de fazer o balanço do evento. Alguns dos grandes responsáveis pelo sucesso do Sunset são Flavio Renegado e Orelha Negra , a belga Selah Sue, que sambou com Maria Rita , BNegão e Autoramas , que levaram o rock ao festival, e o The Offspring, um dos mais esperados , que resgatou os anos 1990 da memória de muitos roqueiros.
A mistura entre os portugueses Aurea e The Black Mamba , a paixão de Kimbra pelo Brasil e o blues rasgado de Ben Harper e Chalie Musselwhite também impressionaram.
O pior do palco Sunset
Mallu Magalhães só ganhou força com a ajuda da Banda Ouro Negro , Elba Ramalho, que cantou com Ivo Meirelles e Fernanda Abreu , poderia ter salvado o show se seu microfone estivesse funcionando 100% do tempo e Sebastian Bach poderia segurar as presepadas e se importar em preparar mais a voz para um show tão esperado por fãs.
Rock in Rio 2015
Em coletiva de imprensa realizada neste sábado (21) na Cidade do Rock, Roberta Medina anunciou o retorno do evento em 2015 ao Rio de Janeiro.
“E digo mais: em 2015 o festival comemora 30 anos. Vamos pensar em algo bem especial”, disse a empresária, ao lado do pai, Roberto Medina, idealizador do festival.
IG