28 de março de 2024

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RMC fecha 1º semestre com perda de 33 mil postos de trabalho

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Quase metade das vagas fechadas ocorreu no município de Campinas; setores de serviço e comércio foram os mais afetados

Mais de 33 mil postos de trabalho foram fechados na Região Metropolitana de Campinas (RMC) no 1º semestre de 2020. A análise é do Observatório PUC-Campinas, que se debruçou nos dados divulgados pelo Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (CAGED). No mês de junho, o saldo de empregos fechou negativo em 2.325 vagas, o menor registrado desde o início das ações de isolamento social. (VEJA INFORMATIVO COMPLETO)

A maior queda de emprego aconteceu no município de Campinas, responsável pelo fechamento de 15.627 postos, sendo 8,9% do total (1.395) apenas em junho, período que mostrou tendência de crescimento de vagas na construção civil e manutenção de reduções – embora menos intensa – nos setores da indústria, do comércio e de serviços, com exceção das atividades de informação e comunicação, que geraram 638 postos de trabalho em toda a região.

De acordo com a economista Eliane Rosandiski, as principais afetadas pelos ajustes no mercado de trabalho foram as mulheres, seja por conta da diminuição do emprego doméstico e também por conta-própria, seja por conta da intensidade das mudanças feitas nas atividades de serviços e comércio, cuja participação da força de trabalho feminina é bastante intensa. “Cabe dizer que, embora o saldo semestral de demissões seja equilibrado entre os gêneros, a baixa participação das mulheres no mercado torna tais ajustes mais fortes para esse público em termos relativos”, destaca.

Eliane Rosandiski

Apesar de acentuado, o número de postos perdidos no semestre poderia ter sido pior: segundo o informativo do Observatório PUC-Campinas, a adesão de empresas à flexibilização do contrato de trabalho, em concordância com a lei 12.040, resultou em mais de 380 mil acordos e preservou cerca de 40% dos empregos no semestre. “A questão é que essa modalidade de flexibilização é por prazo determinado. O desafio é saber se a economia irá se recuperar, evitando movimentos de demissões mais intensos no segundo semestre”, pondera Eliane.

A docente extensionista indica, ainda, que as medidas adotadas para a preservação de empregos devem atrasar a retomada da economia, uma vez que as suspensões ou reduções de jornada de trabalho impactam diretamente o bolso do trabalhador, diminuindo seu poder de consumo. “A falta de preocupação com a elaboração de programas de manutenção de renda coloca em xeque o volume de demanda necessário para recuperar a economia de maneira mais efetiva no pós-pandemia”, avalia.

Observatório PUC-Campinas

O Observatório PUC-Campinas, lançado no dia 12 de junho de 2018, nasceu com o propósito de atender às três atividades-fim da Universidade: a pesquisa, por meio da coleta e sistematização de dados socioeconômicos da Região Metropolitana de Campinas; o ensino, impactado pelos resultados obtidos, que são transformados em conteúdo disciplinar; e a extensão, que divide o conhecimento com a comunidade.

A plataforma, de modo simplificado, se destina à divulgação de estudos temáticos regionais e promove a discussão sobre o desenvolvimento econômico e social da RMC.  As informações, que englobam indicadores sobre renda, trabalho, emprego, setores econômicos, educação, sustentabilidade e saúde, são de interesse da comunidade acadêmica, de gestores públicos e de todos os cidadãos.

Da PUC-Campinas

(Os comentários são de responsabilidade do autor, e não correspondem à opinião do SB24Horas)
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