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Riqueza histórica: você conhece os dinossauros e os homens das cavernas do Brasil?

(crédito: divulgação istock)

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Cada fóssil encontrado, cada sítio arqueológico analisado e cada camada de solo estudada são peças fundamentais para reconstruir a história da vida no planeta

 

Há algum tempo, Milton Santos, grande expoente da geografia brasileira, disse que as formas, as funções, as estruturas e os processos do espaço geográfico nos contam histórias de outros tempos, de outros modos de produção que coexistem com o tempo do agora, ou seja, o tempo presente.

 

A partir dessa interpretação, compreende-se que o território brasileiro conta uma história, um fragmento do que a humanidade foi um dia. De fato, o território brasileiro possui em suas terras uma grande riqueza arqueológica, que conta a história daqueles grupos caçadores e coletores que há muito viveram aqui e deixaram seu legado.

 

Resquícios históricos e sítios arqueológicos do Brasil

 

O território brasileiro conta com 17 bens arqueológicos tombados, sendo que destes 11 são sítios arqueológicos e seis coleções que se localizam em museus. Como trata-se de um país com escala continental em termos de extensão territorial, o território registrou, ao longo de sua formação histórica e social, a presença de antigos povos que existiam na América do Sul.

 

Todavia, além desses 17 bens mencionados, o país também conta com o registro de mais de 32 mil sítios arqueológicos cadastrados que representam o patrimônio cultural da sociedade brasileira.

 

Há uma série de resquícios históricos em parques nacionais brasileiros que, além de constituírem-se como áreas de preservação ambiental em termos de fauna e flora, também guardam uma série de registros arqueológicos.

 

Alguns desses parques são: Parque Nacional do Jaú (AM), Parque Estadual da Cerca Grande (MG), Parque Nacional da Serra da Capivara (PI), Parque Nacional Cavernas do Peruaçu (MG), Monumento Natural Estadual da Lapa Vermelha (MG), Parque Estadual da Pedra da Boca (PB) e Parque Nacional de Sete Cidades (PI).

 

Curiosamente, é importante destacar, também, que todos esses parques abrigam esses resquícios em razão de fatores geográficos específicos, como relevo e constituição geológica. Os dinossauros que viveram no Brasil foram descobertos principalmente em estados como Minas Gerais, São Paulo, Ceará, Rio Grande do Sul e Paraíba.

 

Entre os achados arqueológicos mais famosos, estão o Oxalaia quilombensis, dinossauro que habitava a região que hoje corresponde ao Maranhão, e o Maxakalisaurus topai, um herbívoro de grande porte encontrado em Minas Gerais. Outro destaque, também, é o Irritator challengeri, um espinossaurídeo encontrado na Formação Santana, no Ceará, que viveu há cerca de 110 milhões de anos.

 

Como conseguimos mergulhar no passado? 

 

Em síntese, esse mergulho no passado só é possível graças ao trabalho multidisciplinar que envolve diferentes áreas do conhecimento, como a colaboração de profissionais de paleontologia, arqueologia e geologia, que, juntos, compreendem de forma completa o comportamento de animais, humanos e da própria Terra há anos.

 

Essas disciplinas, juntas, permitem vislumbrar um pequeno fragmento da realidade que compõe a existência. Embora o Brasil possua grandes riquezas arqueológicas, a exploração colonial ao longo dos últimos 4 séculos compromete um pouco o estudo da biodiversidade que aqui existiu há algum tempo.

 

Ao longo da história, fósseis brasileiros foram saqueados e continuam sendo vendidos ilegalmente para instituições estrangeiras que os mantêm fora do alcance de cientistas nacionais. Em 2023, por exemplo, 998 fósseis de até 110 milhões de anos que foram extraídos de forma ilegal da Bacia do Araripe e exportados para a França foram repatriados.

 

No fim, existe uma luta por parte dos cientistas no que diz respeito à repatriação desses achados históricos que compõem a cultura brasileira, tanto em termos simbólicos quanto físicos e naturais. Nesse sentido, cada fóssil, cada descoberta estudada, permite o retorno ao passado e, ao mesmo tempo, transforma o presente.

(Os comentários são de responsabilidade do autor, e não correspondem à opinião do SB24Horas)
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