19 de abril de 2024

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Produtores de Holambra estimam que Dia de Iemanjá aumente em 25% a venda de rosas

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Maiores demandas estão na Bahia e no Rio de Janeiro, onde as homenagens à “Rainha do Mar” e a Nossa Senhora dos Navegantes são tradicionais e a data mais comemorada pelos fiéis. Cultivadas por produtores de Holambra em fazendas em Andradas (MG) e em Ubajara, na Serra de Ibiapaba (CE), flores chegam a viajar quase 5 mil quilômetros antes de serem lançadas no mar.

Os produtores de rosas de Holambra prepararam-se, este ano, para colocar no mercado mais de 9 milhões de hastes de rosas para atender à demanda das cidades litorâneas do Brasil para o dia de Iemanjá e de Nossa Senhora dos Navegantes, que será comemorado no próximo sábado, 2 de fevereiro.

Cultivadas por produtores de Holambra em fazendas localizadas em Andradas (MG) e na Serra de Ibiapaba (CE), as rosas chegam a viajar quase 5 mil quilômetros antes de serem lançadas no mar, uma vez que, após colhidas, elas são, necessariamente, transportadas primeiro até a Cooperativa Veiling onde, por meio de um leilão, são adquiridas pelos grandes atacadistas e distribuidores antes de chegarem ao destino final.

Os 17 produtores de rosas que comercializam seus produtos por intermédio da Cooperativa Veiling Holambra vendem em média, por mês, 7,5 milhões de hastes de rosas. Para esta data, a expectativa é de um incremento de 25% nas vendas, fazendo com que o mercado consuma, até sábado, 9,3 milhões de hastes da flor.

O produtor holambrense Theodoro Swart, que cultiva rosas em Ubajara, no Ceará, destinou – somente esta semana – cerca de 27 mil rosas amarelas da variedade Déjà Vu e 80 mil rosas vermelhas da variedade Ipanema para atender o Dia da Iemanjá, o que representa um acréscimo de 20% na produção. O Grupo Swart produz 16 milhões de hastes de rosas por ano, dos quais 10 milhões em Andradas (MG) e 6 milhões no sítio em Ubajara (CE).

 “As vendas acontecem em todo o litoral brasileiro, porém a maior concentração nesta data está no litoral da Bahia, do Espírito Santo, do Rio de Janeiro e de São Paulo. No litoral Sul do Brasil, há também um acréscimo nas vendas provocado pelo sincretismo religioso de Nossa Senhora dos Navegantes. Em Porto Alegre, por exemplo, apesar de este ano cair em um sábado, a data é feriado municipal e conta com uma procissão fluvial”, explica Rachel Ferreira Osório, gerente comercial da Cooperativa Veiling de Holambra.

                  

Longa viagem

A durabilidade das rosas de Holambra e os cuidados com o transporte garantem que, apesar das longas viagens, as flores cheguem em perfeitas condições de qualidade aos destinos finais.

As flores produzidas em Ubajara, no Ceará, por exemplo, viajam por cerca de 35 horas para percorrer 2.824 quilômetros pela BR-135 até Holambra, onde são comercializadas no leilão e, depois, mais 26 horas para cumprir outros 1.937 quilômetros pela BR-116, desde ali até Salvador. Ou seja, as flores viajam 4,7 mil quilômetros até a Bahia para serem lançadas ao mar. Para o Rio de Janeiro, são 1.400 quilômetros a menos. Mesmo assim, no total, a viagem das flores – do produtor até o consumidor final – dura aproximadamente 42 horas nos 3,3 mil quilômetros a serem percorridos.

Já as rosas produzidas em Andradas viajam um pouco menos: 95,2 quilômetros até Holambra, pelas rodovias SP-342 e Governador Dr. Adhemar Pereira de Barros. Dali, são mais 1.937 quilômetros até Salvador ou 520 quilômetros até o Rio de Janeiro.

 

         

Sobre Iemanjá

Iemanjá, a “Rainha do Mar”, é um orixá africano e uma divindade cultuada pelo candomblé e outras religiões afro-brasileiras. Seu nome é derivado de expressão em iorubá que quer dizer “mãe cujos filhos são peixes”.

Iemanjá era orixá de uma nação iorubá, os Egba, que viviam inicialmente em um local no sudoeste da Nigéria, entre Ifé e Ibadan, onde há um rio chamado Yemanjá. No século XIX, devido às guerras entre povos iorubás, os Egba foram obrigados a se afastar do rio Yemanjá e passaram a viver em Abeokuta. No entanto, continuaram cultuando a divindade que, segundo a tradição, passou a viver em um novo rio, o Osun.

No Brasil, no Dia de Iemanjá, comemorado em 2 de fevereiro, milhares de pessoas se vestem de branco e vão às praias depositar oferendas, como flores, espelhos, joias, comidas, perfumes e outros objetos. Salvador, na Bahia, tem a maior festa registrada no país, atraindo turistas de todas as origens.

Esses rituais são realizados como uma demonstração de fé, amor e fidelidade a Iemanjá. Presenteá-la com flores, para os pescadores, é uma forma de limpeza espiritual para afastar os maus espíritos. As oferendas são colocadas em barcos e levadas a alto mar, garantindo que a deusa receba e sinta o amor e a devoção de seus fiéis.

Em 2 de fevereiro também é celebrado o Dia de Nossa Senhora dos Navegantes, uma santa católica. No Rio Grande do Sul e em Santa Catarina, ainda existe esse sincretismo entre as duas divindades. Já no Rio de Janeiro, Iemanjá é sincretizada com Nossa Senhora da Glória.

(Os comentários são de responsabilidade do autor, e não correspondem à opinião do SB24Horas)
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