19 de maio de 2024

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Primeiro trator agrícola acessível do mundo é produzido no Brasil

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Modelo foi produzido em Curitiba (PR) e estará disponível para venda sob demanda em outubro

No início de agosto, a New Holland Agriculture, marca da CNH Industrial, anunciou o lançamento do TL5 acessível, primeiro trator agrícola acessível do mundo. O modelo foi produzido em Curitiba, no Paraná, e permite que uma pessoa com deficiência motora nos membros inferiores possa pilotar o trator, oferecendo mais autonomia no campo. 

É importante entender como pensar em formas de produzir tratores acessíveis, desde a corrente de trator até um joystick que possibilita a autonomia para pessoas com deficiências. 

O projeto do TL5 acessível foi desenvolvido pela New Holland, em parceria com a empresa de mobilidade inclusiva Elevittá, a Arteprima e o Senai de São Leopoldo no Rio Grande do Sul (RS). A venda do trator será feita sob demanda e começará em outubro. O modelo deve custar cerca de R$ 310 mil.

Mais de 2,9 milhões de brasileiras com deficiência moram em zonas rurais 

Segundo a Pesquisa Nacional de Saúde (PNS) de 2019, produzida pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e divulgada pelo Ministério da Saúde, existem cerca de 17,3 milhões de pessoas com dois anos ou mais de idade com algum tipo de deficiência. 

Entre estes, 7,8 milhões possuem algum tipo de deficiência física nos membros inferiores. Do total de pessoas com deficiência no país, 2,9 milhões moram em zonas rurais. Assim, os números demonstram a importância da produção de um trator acessível para todos os trabalhadores do campo.  

“As pessoas com deficiência, inclusive as que vivem e trabalham no campo, querem ter autonomia para poder realizar suas atividades por conta própria. Essa, aliás, é a principal premissa da inclusão, já que essas pessoas possuem inúmeras habilidades e capacidades”, afirma Eduardo Kerbauy, vice-presidente da New Holland na América Latina. 

Como o desenvolvimento do TL5 acessível foi conduzido? 

O primeiro modelo conceito foi apresentado na Show Rural Coopavel e na Expodireto Cotrijal, duas das principais feiras agrícolas do Brasil, em 2020. O projeto começou a ser desenvolvido em 2019. Com a ajuda dos parceiros, o desenvolvimento do TL5 acessível também contou com a participação de um cliente da New Holland, que é cadeirante. 

“Com este lançamento do trator acessível, queremos dar às pessoas uma oportunidade. Não se trata apenas de disponibilizar uma tecnologia nova no mercado de máquinas agrícolas, mas também de valorizar as pessoas com deficiência e devolver a elas o protagonismo de suas vidas”, afirma Paulo Máximo, diretor de Marketing Comercial da New Holland na América Latina. 

O principal desafio do projeto era buscar viabilizar um modelo autônomo e acessível por um preço competitivo. Com isso, a New Holland identificou a oportunidade de uma linha de crédito de financiamento do governo federal, a Rota 2030, em que a maior parte do investimento é absorvida pelo governo federal. 

Os modelos TL5 já são reconhecidos e populares no mercado agrícola. São mais de 20 anos no mercado e, por isso, foram alvo para o desenvolvimento do modelo acessível. O trator TL5 acessível tem versões de 80,90 e 100 cv, voltados para diferentes públicos, do pequeno ao grande produtor. 

O TL5 acessível pode ser usado nas principais tarefas agrícolas, desde a preparação do solo até a colheita, silagem, pulverização e distribuição de fertilizantes, entre outros procedimentos comuns no campo. Segundo a New Holland, além do novo modelo, os tratores TL5 produzidos a partir de 2019 também poderão ser adaptados para o modelo acessível. 

O potencial do trator tem capacidade de mobilizar e trazer muito mais autonomia para o agronegócio e a agricultura familiar no Brasil. Além disso, o conceito de acessibilidade no campo se fortalece e o trator vira um modelo para o mercado agrícola em todo o mundo. A tendência é que os projetos sociais no segmento sejam cada vez mais comuns e protagonistas no setor.

(Os comentários são de responsabilidade do autor, e não correspondem à opinião do SB24Horas)
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