Por Dennis Moraes
A política muitas vezes se revela um campo de discursos vazios e ações que beneficiam apenas os envolvidos no jogo do poder, enquanto a população, mais uma vez, fica à mercê de interesses partidários e pessoais. Um exemplo claro disso é a previsão de instalação de praças de pedágio na Rodovia Luiz de Queiroz (SP-304), abrangendo Americana, Santa Bárbara d’Oeste e Piracicaba. Este projeto, parte da concessão da chamada Rota Mogiana, traz consigo não apenas o peso de taxas para os usuários, mas também o reflexo da ausência de uma liderança política eficiente e atuante na região.
O modelo proposto, o chamado “free flow” – cobrança automática sem barreiras –, deve começar a funcionar em 2026, ano de eleição nacional. Coincidência ou não, esse timing levanta questionamentos sobre a real motivação por trás da medida. Afinal, é sabido que esse tipo de pauta serve como terreno fértil para pré-candidatos mostrarem posicionamentos, mas muitas vezes apenas com o objetivo de ganhar visibilidade, sem propor soluções concretas.
O Governador Tarcísio de Freitas, filiado ao Republicanos, está diretamente ligado a essa proposta de concessão. Portanto, é imprescindível que os representantes locais do partido, incluindo vereadores e lideranças como Ricardo Molina, Assessor de Gabinete da Casa Civil e um dos nomes fortes do Republicanos na região, cobrem ações efetivas do governador. A instalação desses pedágios não é apenas uma questão administrativa; é um problema que impacta diretamente a economia e o dia a dia dos cidadãos que transitam pela SP-304. Onde está a articulação política para evitar que essa atrocidade seja implementada?
É inadmissível que líderes regionais, que deveriam representar os interesses da população, se escondam em momentos críticos como este. Muitos preferem atacar adversários políticos ou aparecer em fotos de ocasião, em vez de buscar soluções reais para os problemas enfrentados pelas cidades que representam. A recente enchente histórica em Santa Bárbara d’Oeste é outro exemplo de como a assistência prometida por alguns líderes se perde em palavras vazias.

As audiências públicas prometidas para discutir os pedágios têm tudo para se tornar um teatro político, onde discursos inflamados tentarão mascarar a falta de comprometimento de muitos com as necessidades reais da população. Essa dinâmica já se repete há tempos: uma semana a pauta é a dengue, na outra é a questão do Frei, e agora são os pedágios. A cada nova crise, os mesmos líderes aparecem, mas as soluções continuam ausentes.
O que se espera de um partido como o Republicanos, que detém o cargo máximo no Estado de São Paulo, é que atue com responsabilidade e liderança. Ricardo Molina e demais representantes locais têm a obrigação de usar sua influência para pressionar o governador e evitar que essa medida prejudique ainda mais a população da região. Afinal, a política não deveria ser um jogo de interesses pessoais, mas um instrumento de benefício coletivo. Até quando a população seguirá sendo refém dessa política de aparências e carne podre?
Enquanto isso, seguimos esperando que os líderes políticos façam mais do que discursos ou fotos em redes sociais. É hora de trabalho verdadeiro, de liderança que realmente defenda os interesses do povo. Caso contrário, a população continuará a pagar um preço alto – seja no bolso, com pedágios, ou na qualidade de vida, pela ausência de governança eficiente.
Dennis Moraes é Comendador outorgado pela Câmara Brasileira de Cultura, Jornalista, Feirante e Diretor de Jornalismo do SB24Horas. Acesse: dennismoraes.com.br
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