Cada vez mais necessárias, práticas de integridade também são fator de sucesso para as organizações
Líder global na definição de parâmetros éticos corporativos, o Ethisphere Institute realiza, anualmente, o ranking das empresas mais éticas do mundo. O mais recente, publicado em 2022, trouxe o nome de 136 companhias que atuam em 45 segmentos diferentes, situadas em 22 países. A única brasileira presente na lista foi a Natura.
O ranking feito pelo Ethisphere Institute é uma das muitas iniciativas que buscam fomentar o comportamento ético no ambiente corporativo. No Brasil, o tema ganhou maior notoriedade com a promulgação da Lei Anticorrupção (Lei nº 12.846), em 2013.
A lei é considerada um marco para o compliance, pois responsabiliza pessoas jurídicas que cometem atos ilícitos. Desde então, as empresas têm se atentado à importância das ações de conformidade, da governança corporativa e das práticas de integridade com o propósito de promover uma cultura organizacional ética e transparente.
Segundo dados da publicação Análise Executivos Jurídicos e Financeiros, oito em cada dez empresas brasileiras possuem uma área de compliance interno. Segundo o levantamento, foi observado o crescimento da conformidade por parte das empresas, sobretudo, no período entre 2015, ano em que a Lei Anticorrupção entrou em vigor, e 2020.
As organizações passaram a investir na contratação de profissionais, na compra de software de compliance e outras ferramentas capazes de auxiliar na prevenção, na identificação e no combate às irregularidades praticadas no ambiente corporativo, como fraudes e escândalos de corrupção.
No país também existem iniciativas para fomentar a adoção de parâmetros éticos nas empresas, como é o caso do selo Empresa Pró-Ética, criado pela Controladoria Geral da União (CGU) em parceria com o Instituto Ethos de Empresas e Responsabilidade Social.
A proposta é incentivar o comportamento ético nas empresas. Aquelas que recebem uma boa avaliação conquistam o selo do projeto e são reconhecidas pela integridade que possuem, ganhando, assim, uma publicidade positiva.
Como estabelecer a ética empresarial
As empresas são constituídas por pessoas. Portanto, não é possível falar sobre ética empresarial sem falar do comportamento humano. A pesquisadora do Centro Universitário de Brasília, Marivânia Martins, em seu trabalho de pesquisa sobre o tema, explica esta relação: para a definição de ética é preciso considerar uma das principais características do ser humano, a moral.
Assim, a ética empresarial pode ser entendida, de acordo com Marivânia, como o conjunto de normas, padrões e princípios que definem o que é certo ou errado em determinada situação, sendo responsável por nortear o comportamento humano no ambiente corporativo.
Por isso, para estabelecer a ética empresarial é necessário realizar um trabalho informativo e de conscientização direcionado às pessoas. O primeiro passo deve ser divulgar amplamente as diretrizes estabelecidas no Código de Ética e Conduta da empresa para os funcionários.
Em seguida, é necessário realizar treinamento de compliance corporativo para esclarecer dúvidas, conscientizar sobre a importância de uma cultura organizacional ética e envolver a equipe nesse propósito.
A etapa seguinte é criar uma rotina de monitoramento periódico, através de auditorias e avaliações de desempenho. Também é necessário ter um canal para acolher denúncias de irregularidades, que devem ser investigadas e solucionadas.
O trabalho de construção e consolidação da ética empresarial deve envolver a organização como um todo. As ações específicas devem ser realizadas profissionais de compliance em parcerias com os setores de comunicação interna e recursos humanos.
Ética é fator de sucesso
Na avaliação de Marivânia, a ética empresarial é um fator de êxito para as organizações. Aquelas que são reconhecidas por suas práticas de integridade tendem a conquistar maior confiança dos diferentes públicos: consumidores, investidores, fornecedores e funcionários.
O comportamento ético nas organizações também é uma forma de proteger o patrimônio material e imaterial. Ao combater irregularidades, como fraude, corrupção, assédio e outras práticas antiéticas, a empresa evita danos à reputação e prejuízo financeiro decorrente de multas, sanções e processos.
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