A Organização das Nações Unidas para a Agricultura e Alimentação (FAO), lançou um programa para incentivar as pessoas a incluírem os insetos em suas dietas. De acordo com o órgão, além de serem ricos em nutrientes, os bichinhos têm baixo custo e são encontrados em várias partes do mundo.
A campanha para incentivar a inclusão dos insetos na alimentação foi realizada na última segunda-feira (13), em Roma, na Itália. Eva Ursula Müller, diretora do Departamento de Política Econômica Florestal da FAO, usou vários argumentos para encorajar o consumo destes alimentos. “Um terço da população mundial come insetos, e isso é porque eles são deliciosos e nutritivos”, declarou Müller.
O incentivo causou estranhamento na maioria dos países ocidentais, mas estima-se que dois bilhões de pessoas no planeta já complementam suas dietas com besouros, gafanhotos e formigas, principalmente na Ásia, na África e em algumas localidades da América Latina. O estudo realizado pelo órgão da ONU também concluiu que existem 900 espécies de insetos comestíveis.
A FAO também afirma que os insetos são uma alternativa sustentável para o consumo de carne vermelha: enquanto o boi precisa de oito quilos de ração para produzir um quilo de carne, são necessários apenas dois quilos de alimentos para a criação de um quilo de insetos, que apresentam altas quantidades de proteínas e minerais. Além disso, o desperdício de água e as emissões de carbono são quase insignificantes, se comparados com a produção de carne bovina.
Mesmo não sendo alimentos valorizados por todas as pessoas do mundo, aos poucos, os insetos vêm invadindo alguns setores da indústria e até mesmo da medicina. Nos últimos anos, cresceu o uso dos bichinhos para fabricar rações para animais, principalmente nas criações de aves e peixes. Fora isso, muitos insetos oferecem propriedades que vêm sendo utilizadas como corantes na fabricação de medicamentos.