Por Thaís Franciulli Ferreira
Nos últimos anos, a implementação de tecnologias nos escritórios de advocacia e departamentos jurídicos tem sido uma tendência crescente. O setor jurídico, historicamente caracterizado por processos manuais e tradicionais, entendeu que a transformação digital era essencial para otimizar suas atividades, reduzir custos e, principalmente, aumentar a eficiência e assertividade dos processos de trabalho. Agora, observamos uma nova fase no cenário jurídico: o Judiciário também se rendeu aos avanços tecnológicos.
Nesta semana, o Superior Tribunal de Justiça (STJ) anunciou o lançamento do “STJ Logos”, uma plataforma inovadora de Inteligência Artificial Generativa (IAGen), que promete revolucionar a maneira como os processos são conduzidos. De acordo com o que foi apresentado, este sistema é capaz de realizar análises e fornecer insights que auxiliarão os magistrados na tomada de decisões de forma mais célere e precisa. A aplicação dessa tecnologia reflete a evolução do Judiciário, que, até pouco tempo atrás, parecia estar distante dos avanços digitais presentes em outros setores.
O lançamento ocorre em um momento de transformações tecnológicas no âmbito da Justiça. No início de fevereiro, durante a abertura do Ano Judiciário de 2025, o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Luís Roberto Barroso, destacou que este será um ano de grandes inovações. Na oportunidade, anunciou a implementação da “MarIA”, uma ferramenta de inteligência artificial generativa, capaz de produzir, gerar conteúdos e elaborar textos.
Com o lançamento do “STJ Logos” e o anúncio da ferramenta “MarIA”, o Judiciário acompanha o movimento de transformação digital que já havia tomado os escritórios de advocacia e departamentos jurídicos de grandes empresas. Já há anos, os profissionais da área jurídica perceberam que a tecnologia poderia ser uma aliada poderosa para a melhoria da gestão de processos, atendimento aos clientes e até mesmo na criação de novas formas de atuação.
Ferramentas como softwares de gestão de processos, inteligência artificial para análise de jurisprudência, análise de riscos e sistemas de automação para documentos passaram a fazer parte da rotina de muitos escritórios e departamentos jurídicos. Além disso, plataformas que permitem a implementação de contratos inteligentes também passaram a ser adotadas com frequência, agregando valor aos serviços prestados.
A utilização dessas ferramentas pelos Tribunais é um reflexo das mudanças necessárias para que o Judiciário acompanhe a realidade de um mundo cada vez mais digitalizado. Ao longo dos anos, a pressão por mais eficiência e rapidez nas decisões tem sido crescente, e a tecnologia surge como uma solução crucial para atender a essa demanda.
O cenário que estamos vendo hoje é apenas o começo de uma transformação que ainda está em andamento.
É importante destacar que a adoção da tecnologia tanto no Judiciário quanto em escritórios e departamentos jurídicos não deve ser vista como uma substituição do trabalho humano, mas como uma ferramenta que auxilia na realização de tarefas repetitivas e na análise de grandes volumes de dados. Isso permite que magistrados e advogados possam dedicar mais tempo à análise e interpretação dos casos, enquanto a inteligência artificial se encarrega das etapas iniciais ou de apoio.
O lançamento de sistemas como o “STJ Logos” e o anúncio do “MarIA” representam marcos importantes na modernização do Judiciário brasileiro e mostram que o futuro da Justiça será cada vez mais integrado às novas tecnologias.
Seja no setor privado ou no público, o uso da tecnologia no direito não é mais uma opção, mas uma necessidade para garantir que os processos de trabalho sejam mais ágeis e eficientes para todos. A era da transformação digital no Judiciário chegou para ficar.





VEJA TAMBÉM
Cabo Dorigon pode entrar no jogo estadual, mas mira 2028
Mottu abre inscrições para Programa de Trainee 2026 com salários de até R$ 6 mil
Câmara vota campanhas sobre abandono de idosos e saúde mental infantil na terça-feira