26 de abril de 2024

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Notificações sobem 20% e sinalizam alta intensidade na circulação de covid-19 na RMC

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Fechada a 51ª semana epidemiológica, pandemia volta a pressionar o sistema de saúde

A Região Metropolitana de Campinas (RMC) fechou a 51ª Semana Epidemiológica, de 13 a 19 de dezembro, com a notificação de 5,5 mil novos casos, aumento de 20,27% em relação ao período anterior. A alta também foi registrada no número de mortes: foram 69 no intervalo, expressando uma variação positiva de 23,21%. É o que mostra a nota técnica do Observatório PUC-Campinas.

De acordo com o infectologista André Giglio Bueno, os dados expõem com clareza o crescimento dos casos desde 45ª Semana Epidemiológica. “Desde o início de novembro, estamos observando um aumento na intensidade de circulação do vírus e na pressão sobre o sistema de saúde”, diz o professor da Faculdade de Medicina da PUC-Campinas, reforçando que a taxa de ocupação de leitos de UTI se mantém alta, acima dos 80%.

Considerando todo o Departamento Regional de Saúde de Campinas (DRS-Campinas), do qual a RMC faz parte, os dados também sinalizam um cenário preocupante: foram contabilizados 6.920 casos e 93 óbitos, aumentos de 14,11% e 34,78%, respectivamente. Só em Campinas, epicentro da pandemia na região, houve notificação de 1.392 infecções e 17 mortes. A taxa de mortalidade do município segue, com isso, sendo uma das piores em nível regional: 120 por 100 mil pessoas.

Dado o contexto, o médico cobra ações mais enérgicas do poder público. “A ações de educação e conscientização da população por parte das prefeituras e estado estão sendo atrapalhadas por trágicas estratégias de comunicação do governo federal, propagando desinformação, inclusive do próprio Ministério da Saúde. Por aqui, a aposta para evitar uma situação ainda pior no início de 2021 segue na esperança de que as pessoas entendam a gravidade da situação atual e passem a adotar com mais rigor todas as medidas de prevenção”, avalia.

Com a iminência da segunda onda, medidas como limitação de horário para funcionamento dos estabelecimentos, além da proibição de venda de bebida alcóolica após às 20h, foram impostas e devem tornar o cenário mais dramático para a atividade econômica, sobretudo no contexto de austeridade fiscal adotado pelo governo. “Até o momento, o governo não anunciou o que vai fazer com o Auxílio Emergencial e com o Programa Emergencial de Manutenção do Emprego e da Renda”, afirma o economista Paulo Oliveira, destacando a importância dessas iniciativas para a manutenção do consumo.

“O que podemos afirmar é que, sem medidas de proteção de renda e do emprego, e, diante do cenário econômico e social, os efeitos de uma possível segunda onda serão devastadores para a economia brasileira e, consequentemente, para a economia regional”, aponta.

Da PUC-Campinas

(Os comentários são de responsabilidade do autor, e não correspondem à opinião do SB24Horas)
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