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Mesa Diretora da Câmara: Omissão disfarçada de transparência

Foto: Divulgação

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Ações estruturais não escondem a falta de independência e credibilidade do Legislativo

 

Por Dennis Moraes

 

Os 100 dias da atual Mesa Diretora da Câmara Municipal de Santa Bárbara d’Oeste foram comemorados com um discurso que exalta modernização, transparência e aproximação com a população. No entanto, ao observar mais de perto as ações e omissões deste período inicial, fica evidente que a gestão está longe de atender às reais expectativas da sociedade barbarense.

A autoproclamada transparência e modernização destacadas no relatório oficial da Mesa Diretora mascaram um dos principais problemas enfrentados pela atual gestão: a falta de independência e de uma postura efetiva de fiscalização do Executivo. O Legislativo, que deveria ser um dos pilares da democracia local, tem se tornado um apêndice da Prefeitura, com poucos ou nenhum movimento que demonstre coragem política ou disposição para cumprir seu papel constitucional de fiscalização.

A ausência de projetos significativos voltados diretamente para as necessidades mais urgentes da população também reforça essa impressão. Entre as 41 propostas apresentadas, poucas, se é que alguma, demonstram impacto real na vida dos moradores. Indicações e moções, por sua vez, servem mais como instrumento de autopromoção de vereadores do que como soluções concretas.

O relatório enfatiza reformas como climatização do plenário e modernização elétrica, mas até que ponto tais iniciativas são prioritárias em um município com tantos desafios sociais e econômicos? Embora melhorias estruturais sejam importantes, elas não substituem o papel fundamental da Câmara de discutir políticas públicas robustas e de fiscalizar rigorosamente os gastos do Executivo.

Dennis Moraes

A Escola do Legislativo, apresentada como um marco de avanço, é um exemplo de como a narrativa pode ser distante da prática. Parcerias e cursos, embora positivos, têm alcance limitado e não resolvem problemas estruturais de uma população que clama por ações mais incisivas nas áreas de educação, saúde e emprego.

Os eventos sociais e culturais promovidos pela Câmara têm mérito, mas soam como distrações quando contrastados com a apatia legislativa. A ampliação de audiências públicas e ações sociais deve ser acompanhada por um compromisso real em transformar essas discussões em políticas concretas e efetivas.

O número de reuniões ordinárias e projetos aprovados é utilizado como argumento para demonstrar eficiência, mas quantidade não equivale a qualidade. O destaque dado à reestruturação do Conselho do Idoso e à criação de uma usina de oxigênio, embora positivo, parece ser um esforço isolado em um mar de iniciativas pouco relevantes.

A atual Mesa Diretora precisa urgentemente rever suas prioridades, precisa demonstrar que pode ser mais do que um “puxadinho oficial” da Prefeitura. Até lá, as promessas de modernização e transparência continuarão a soar como retórica vazia para uma população que espera muito mais do que palavras bonitas.

(Os comentários são de responsabilidade do autor, e não correspondem à opinião do SB24Horas)
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