19 de abril de 2024

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‘Mapa’ da gastronomia da RMC traz pratos típicos dos imigrantes letos de Nova Odessa

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Na última terça-feira (14/09), a equipe da Diretoria de Cultura e Turismo da Prefeitura de Nova Odessa esteve presente no evento de lançamento do livro “Comidas de Nossa Gente”, projeto que revive a herança gastronômica presente na história das culturas descendentes de etnias fundadoras de 10 cidades da RMC (Região Metropolitana de Campinas). Quem representa Nova Odessa no projeto, apresentando três grandes iguarias da cultura gastronômica da Letônia, é Nansi Arais Wodewotzki.

 

O projeto do Governo do Estado de São Paulo, por meio da Secretaria de Cultura e Economia Criativa, foi organizado por Margareth Brandini Park, ilustrado por Paulo R. Masserani e publicado pela Editora Adonis, com e produção audiovisual de BigMidia Produtora.

 

O livro inclui, entre diversos cozinheiros convidados, receitas trazidas dos imigrantes letos para a cidade de Nova Odessa, representada por Nansi. A iniciativa inclui a publicação de um livro, com distribuição gratuita e limitada, para ser retirado mediante cadastro prévio. São 30 receitas no total.

Segundo Nansi, além de reativar suas memórias afetivas e familiares, a participação no projeto do livro “ajudou para que a obra trouxesse um pouco além da culinária dos primeiros moradores das terras novaodessenses para os que não conhecem”.

 

Nansi foi convidada a compartilhar três receitas, uma receita salgada e um doce, além de uma bebida ou conserva que pudesse complementar um cardápio. Seguindo esses pré-requisitos, ela apresentou a “Buberts”, uma espécie de mousse com calda de frutas vermelhas, a “Galerts”, uma espécie de “pudim” feito com carne de porco ou frango e cenoura, e por fim “Salda Zupa”, um tradicional caldo de frutas gelado.

 

“São três receitas que geralmente estão presentes no nosso meio, em algum almoço da família, na época do natal. É muito bom e gratificante poder compartilhar esses pratos com toda a Região Metropolitana de Campinas”, comenta Nansi.

 

No livro, além das receitas, em conteúdo escrito e audiovisual, ela também relembra sobre sua história e de sua família. “Eu achei muito interessante participar disso! Nós tivemos a oportunidade de divulgar as coisas boas e mostrar para as pessoas que nem sempre as coisas são tão fáceis assim e que com sabedoria, muitas famílias cresceram, prosperaram para que hoje eu pudesse estar aqui compartilhando um pouco da nossa alimentação”, completou a novaodessense.

 

A pergunta “quais memórias gastronômicas são mais fortes para você?” foi o ponto de partida para a produção. Além da cidade de Campinas, representada pelos portugueses, a publicação documenta parte da cultura gastronômica presente em Holambra, através dos holandeses; em Hortolândia, representada pelos afrodescendentes; em Artur Nogueira, por meio dos espanhóis; em Valinhos, através dos japoneses; em Vinhedo, por meio dos italianos; em Americana, através dos alemães; em Jaguariúna, representada pelos libaneses e em Engenheiro Coelho, por meio da presença dos belgas.

 

O contato com os coautores, que aceitaram o desafio não só de compartilhar suas memórias, mas também de escrevê-las, começou ano passado. E para que esse encontro acontecesse por meio do projeto, a iniciativa contou com a contribuição de pessoas que se interessam por trabalhos na área de memória.

 

“As famílias se encontravam, se reuniam, trocavam correspondências. O processo foi muito lindo. O Evandro, por exemplo, entrou em contato com familiares que vivem na Bélgica e eles trocaram receitas e memórias da história da família”, conta Margareth.

 

Em suas 120 páginas, o livro também reúne parte da história de 10 descendentes dos grupos étnicos que integram o trabalho, com versão dos depoimentos, em vídeo. O material audiovisual pode ser acessado por meio de QR Codes que acompanham as receitas publicadas – incluindo opções de acessibilidade. O projeto inclui a versão digital do livro que estará disponível para download, no site da Editora Adonis.

 

A ORGANIZADORA

Margareth Brandini Park é pedagoga; doutora em Educação; pesquisadora da área de memória, que atuou no Centro de Memória da Unicamp; assessora de prefeituras para projetos de formação de educadores, memórias e comunidades; e escritora de livros para todas as idades. É também especialista em feijoada e colecionadora de heranças, como o caderno de receitas na “nonna” Amabile.

(Os comentários são de responsabilidade do autor, e não correspondem à opinião do SB24Horas)
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