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Isac Sorrillo enfrenta Marcelo Cury e expõe o abandono da população em audiência pública marcada por tensão e verdade

Montagem: Dennis Moraes

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Discussão entre vereadores do Republicanos mostra que nem todos estão dispostos a se calar diante da realidade da saúde pública

Por Dennis Moraes

 

A audiência pública da saúde realizada na manhã desta quarta-feira (29) na Câmara Municipal de Santa Bárbara d’Oeste não foi apenas um momento de prestação de contas. Foi um campo de embate político: um defendendo o povo e o outro a própria base do governo. A discussão entre os vereadores Isac Sorrillo e Marcelo Cury, ambos do Republicanos, escancarou não apenas o colapso da saúde pública, mas também uma cisão interna em um partido que deveria estar coeso na defesa da população.

A indignação de Isac não foi calculada — foi visceral. O vereador relatou, com voz embargada e tom revoltado, as condições precárias que encontra diariamente nas unidades Afonso Ramos e Edson Mano:

“O senhor está tratando nós de mentirosos, senhor secretário! […] É um tapa na cara da sociedade. É revoltante!”

A fala foi uma resposta direta à postura do secretário Marcos Pensutti, que negou irregularidades e sugeriu que havia estrutura suficiente nas unidades. Mas para quem vive a realidade nas ruas, como Isac, essa fala é uma afronta.

Mais do que o conteúdo das denúncias, o que chamou atenção foi o esforço de Marcelo Cury, presidente da audiência, em interromper, minimizar e deslegitimar a fala do colega de partido. A tentativa de manter a “ordem” acabou expondo um constrangimento público da base aliada.

“Eu falo do jeito que eu quiser aqui, rapaz! Não vou fazer pergunta, vou cobrar o que é para ser feito!” – respondeu Isac, cada vez mais inflamado.

Cury, por sua vez, tentou argumentar que o secretário “não chamou ninguém de mentiroso”, numa tentativa de blindá-lo. Mas o estrago já estava feito: o desconforto estava no ar e, mais do que isso, a população presente se reconheceu no desabafo de Sorrillo.

Isac, em seu terceiro mandato, reforçou que não tem medo de enfrentar o sistema e que sua lealdade é com o povo, não com acordos políticos:

“Tem uma CEI da Saúde aqui que muitos têm medo de assinar. Eu não tenho medo. Todas as CEIs eu assinei. Porque eu defendo o povo.”

A crítica foi direta não apenas à gestão, mas aos colegas da base que se omitem, que se calam, que evitam investigar os verdadeiros problemas da saúde pública barbarense. O mais simbólico: esse confronto se deu entre dois vereadores do mesmo partido, o Republicanos, evidenciando que nem todos dentro da legenda estão dispostos a cumprir o papel de fiscais do povo.

Ao fim da audiência, a pergunta feita por Sorrillo ecoava no plenário:

“Se está faltando até o básico, onde está indo o dinheiro da saúde?”

Foto: Dennis Moraes

Esse episódio precisa servir de lição. O papel do vereador é fiscalizar, é representar, é dar voz a quem sofre — mesmo que isso custe o conforto político ou a boa convivência partidária. A postura de Isac, ainda que dura, foi coerente com a dor da população. Já a de Cury revelou um padrão de atuação cada vez mais comum na política local: silenciar o desconfortável em nome da conveniência.

Santa Bárbara d’Oeste não precisa de defensores do sistema. Precisa de representantes que tenham coragem de olhar nos olhos do povo e dizer a verdade — por mais incômoda que ela seja.

Dennis Moraes é Comendador outorgado pela Câmara Brasileira de Cultura, Jornalista, Feirante e Diretor de Jornalismo do SB24Horas. Acesse: dennismoraes.com.br

(Os comentários são de responsabilidade do autor, e não correspondem à opinião do SB24Horas)
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