28 de março de 2024

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Gerando Vidas: Quais tratamentos devo fazer para engravidar?

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Os avanços da Medicina Reprodutiva passaram a dar esperança a muitos casais que antes não podiam ter um filho. Porém, muitas dúvidas existem sobre as diferentes formas de tratamento e suas reais indicações.

 

ENTENDENDO OS TRATAMENTOS

Quando acompanhamos um casal com dificuldade em engravidar, inicialmente precisamos entender a causa da infertilidade. A investigação da causa deve ser a mais objetiva possível, para chegarmos a um diagnóstico preciso e logo indicarmos algum tratamento. É muito comum encontrar casais que há anos realizam exames para descobrirem porque não engravidam, mas nunca fizeram nenhum tipo de tratamento específico para tal. Os exames não engravidam!!  Eles apenas servem para orientar a conduta mais correta. Esta objetividade não significa indicar tratamentos sofisticados para todos. A estratégia terapêutica poderá ser conservadora ou intervencionista dependendo da complexidade do caso.

Existem duas abordagens terapêuticas possíveis. Uma  busca a correção do fator de infertilidade, tentando desta forma que a gestação ocorra naturalmente. Outros casos precisarão das Técnicas de Reprodução Assistida para otimizar as chances de engravidar.

A deficiência ovulatória (ovários policísticos) é um dos fatores de infertilidade que permite o tratamento da causa para conseguir uma gestação natural. Nestes casos utilizamos medicamentos para induzir a ovulação, e através do acompanhamento ultrassonográfico seriado, confirmamos a resposta adequada e até mesmo ajudamos os casais a programarem o período fértil.

Nos casos em que não conseguimos uma gestação com estes tratamentos conservadores devemos ponderar as técnicas de Reprodução Assistida: inseminação artificial e fertilização in vitro.

A inseminação é ainda considerada um tratamento de baixa complexidade. Realiza-se uma preparação do sêmen do parceiro com o objetivo de selecionar os melhores espermatozoides (capacitação) e estes são injetados no útero da mulher próximo ao momento da ovulação. Estes espermatozoides ainda precisam seguir o caminho das trompas e serem capazes de realizar a fertilização do óvulo naturalmente.  Podemos dizer que é um “empurrãozinho” aos espermatozoides para facilitar sua entrada no útero e conseguirem chegar até o óvulo. Costumamos indicar este tratamento para casos de alterações masculinas leves, má receptividade do muco cervical e infertilidade sem causa aparente.

Já a fertilização in vitro é a técnica mais avançada de Reprodução Assistida em que a fertilização do óvulo pelo espermatozoide é realizada em laboratório especializado. O embrião pronto é transferido delicadamente para o útero da mulher. Indicada nos casos de alterações tubárias, fatores masculinos graves, longos períodos de infertilidade e falhas com as outras técnicas. Discutiremos os detalhes deste tratamento na próxima edição.

Dois pontos extremamente importantes para a escolha dos tratamentos são: a idade da mulher e o tempo de infertilidade do casal. Mulheres com mais de 35 anos e casais com mais de 3 anos de infertilidade devem ter um cuidado especial no seu acompanhamento para não comprometerem seu futuro reprodutivo.

Muitos casais me procuram perguntando sobre algum comprimido ou alguma vitamina para ajudá-los a engravidar. Não há formulas mágicas e o uso incorreto das medicações pode até mesmo atrapalhar a fertilidade dos casais. Precisamos primeiro entender exatamente o que está acontecendo, para depois indicarmos o tratamento correto.

 

Dr. Davi Buttros – Médico Especialista em Reprodução Humana. Formado pela PUC-SP, residência e mestrado pela UNESP-BOTUCATU. Aprimoramento em Reprodução Assistida na Universidade de Harvard-EUA e no Fertility Center Hamburg – Alemanha

(Os comentários são de responsabilidade do autor, e não correspondem à opinião do SB24Horas)
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