A segurança do trabalho é uma disciplina que tem como objetivo a elaboração e aplicação de medidas que visam garantir a redução ou eliminação de doenças ocupacionais e acidentes.
Desta forma, as ações ajudam a promover mais qualidade de vida nos ambientes laborais. Elas contribuem para o bem-estar físico e mental dos colaboradores de uma empresa.
Para isso, a segurança do trabalho se preocupa com:
- Medicina do trabalho e higiene ocupacional;
- Riscos no controle de máquinas, instalações e equipamentos;
- Riscos ambientais (físicos, químicos, biológicos, ergonômicos ou acidentais);
- Doenças ocupacionais, decorrentes do trabalho ou profissão;
- Normas regulamentadoras, normas técnicas e outras legislações;
- Perícias acerca de insalubridade ou periculosidade;
- Ergonomia e desenho industrial;
- Proteção contra incêndios, explosões, quedas e outros riscos;
- Responsabilidade civil e criminal por acidentes;
- Realização de programas de treinamento e prevenção, entre outras matérias.
A história da segurança do trabalho
Para entender o surgimento da segurança do trabalho e a sua importância, é válido voltar um pouco na história.
A Revolução Industrial, que ocorreu na Inglaterra por volta do século XVIII, foi a mecanização dos sistemas de produção e trabalho.
De uma maneira geral, o acontecimento foi muito importante para o avanço tecnológico da época, contribuindo para mais eficiência nos processos produtivos.
Entretanto, as indústrias nos novos modelos estavam longe de apresentar boas condições de trabalho.
Para se ter uma ideia, os ambientes fabris eram muito precários, sujos, abafados e contavam com pouca iluminação. Há relatos que indicam que os trabalhadores chegaram a realizar jornadas de até 18 horas diárias.
Além disso, os trabalhadores não tinham direitos hoje considerados básicos, como férias, descanso semanal, auxílio acidente, auxílio doença e outros benefícios.
Essas condições se mostraram determinantes para o aumento dos riscos e, consequentemente, aumento da quantidade de acidentes de trabalho, doenças ocupacionais e até mortes.
Com o passar do tempo, a situação precária passou a ser comum também em outros países industrializados.
Por isso, em 1919 foi criada a OIT (Organização Internacional do Trabalho). A primeira legislação brasileira referente ao tema (Lei nº 3.724/19) é do mesmo ano. Depois, diversas normatizações foram surgindo, regulando a segurança do trabalho.
No Brasil, as principais legislações referentes à questão de saúde e segurança do trabalho são a Constituição Federal de 1988 e a CLT (Consolidação das Leis do Trabalho) de 1943.
Além disso, há NRs (Normas Regulamentadoras) que foram aprovadas pelo MTE (Ministério do Trabalho e Emprego), em 1978.
O laudo NR 13, para exemplificar, atesta as condições mínimas de segurança para o uso de caldeiras, compressores, vaso de pressão ou tubulações e, por isso, é uma exigência comum às indústrias.
Outra questão é com relação à regularização das edificações junto ao Corpo de Bombeiros, de acordo com as atividades realizadas. Para isso, as empresas devem providenciar a emissão de AVCB.
Desta maneira, as principais medidas de segurança e saúde do trabalho foram implementadas, ajudando a controlar e prevenir doenças e acidentes que tiveram início com a Revolução Industrial.
Hoje em dia, felizmente, o tema assume um posto de extrema relevância em praticamente qualquer tipo de ambiente de trabalho.
Afinal, até mesmo escritórios aparentemente seguros podem oferecer riscos aos colaboradores, embora as indústrias realmente sejam mais perigosas.
A importância da segurança do trabalho
A segurança do trabalho é fundamental na rotina das empresas e trabalhadores. As medidas com caráter protetivo auxiliam no controle de riscos relacionados às atividades laborais, além de ajudar na prevenção de doenças ocupacionais.
Em um contexto geral, trabalhadores bem informados, saudáveis e seguros contribuem para ambientes de trabalho mais agradáveis e adequados.
A consequência direta é mais motivação nas atividades. Quando a empresa oferece as condições corretas para o trabalho, os colaboradores conseguem alcançar um desenvolvimento pessoal e organizacional muito mais efetivo.
Isso aumenta a produtividade e até mesmo a qualidade nos serviços oferecidos por esses colaboradores.
Somado a isso, o investimento em segurança do trabalho ajuda a evitar prejuízos, que muitas vezes as empresas precisam arcar diante da ocorrência de acidentes ou doenças.
Ademais, a preocupação com a segurança demonstra que a empresa ou os empregadores cumprem com suas responsabilidades e se preocupam com o maior ativo de qualquer empresa, que é o capital humano.
As empresas que não assumem essa postura tendem a perder cada vez mais espaço no mercado em que atuam, porque nem mesmo os clientes apoiam este tipo de irresponsabilidade. Além disso eles também podem sofrer interdições e sanções.
Por outro lado, para os colaboradores, as ações são uma forma de evitar o desenvolvimento de doenças laborais e acidentes.
É válido pensar que a manutenção preventiva e corretiva de elevadores, ou outros tipos de medidas de segurança, por exemplo, possibilita ao colaborador mais investimento em seu próprio potencial, com o aprimoramento de habilidades e menos riscos laborais.
A aplicação de treinamentos educativos e de medidas de controle e prevenção também ajuda a melhorar o relacionamento entre empregadores e trabalhadores.
Isso ocorre porque os colaboradores tendem a confiar mais na empresa e isso se reflete no desempenho.
Como implementar a segurança do trabalho?
As políticas de prevenção de acidentes e doenças laborais muitas vezes são ações básicas que ajudam a melhorar todo o cenário da empresa.
Entretanto, principalmente no caso de grandes empreendimentos, recomenda-se a contratação de especialistas.
A consultoria no assunto pode agregar ainda mais qualidade e efetividade nas ações. Elas costumam envolver:
Treinamentos para os colaboradores
Para que qualquer ação em segurança do trabalho seja eficiente, os treinamentos são fundamentais.
Nesse cenário, é muito importante que os funcionários sejam devidamente instruídos sobre como agir em situações de risco.
Recomendações simples, como o uso de corrimão de aluminio para escada externa podem ajudar a evitar acidentes.
Nesse caso, o apoio no equipamento pode ajudar a evitar quedas, que podem ser fatais dependendo da altura.
Um cronograma de treinamentos, tendo em mente todos os riscos existentes na empresa e maneiras de atenuá-los ajuda na promoção de uma cultura de segurança.
Desenvolvimento de análises de riscos
A segurança depende também da análise contínua de todos os riscos que as atividades laborais podem envolver.
Ainda citando o caso de atividades realizadas em altura, uma medida importante é a instalação de tela de proteção para escadas e, ainda, o uso de cintos de segurança. Dependendo dos serviços realizados, podem ser necessárias medidas diferentes.
Solução para ocorrências
Um erro bastante comum das empresas, principalmente as de pequeno porte, é deixar as ocorrências de segurança do trabalho sem solução. É preciso ter em mente que até mesmo os menores problemas podem causar acidentes ou doenças laborais.
O descolamento de uma placa fotoluminescente rota de fuga, por exemplo, deve ser solucionado prontamente. Afinal, nunca se sabe quando um imprevisto pode ocorrer.
Avaliação da qualidade do trabalho
Para o estabelecimento de uma cultura de segurança do trabalho, em que os funcionários realmente valorizem a questão, é importante que as atividades estejam em constante avaliação.
Recomenda-se a identificação de pontos de atenção e medidas de melhorias. Ao avaliar a conduta dos colaboradores, se torna possível o incentivo à uma atitude mais segura e prudente.
Certificação quanto ao cumprimento das normas
Para que a segurança se torne um hábito entre todos os colaboradores da empresa, muitas vezes é preciso uma fiscalização mais ativa.
Muitas vezes, apesar dos treinamentos, a imprudência tem muito espaço na rotina de trabalho. Portanto, é preciso estar sempre averiguando se as normas estão sendo respeitadas.
Além disso, recomenda-se a manutenção de uma agenda, monitorando a validade de laudos e documentos.
Assim, quando chegar a hora de investir na renovação de AVCB, por exemplo, o empresário estará ciente.
Investimento em inovação
Para finalizar, a cultura de segurança também deve estar aliada aos padrões das empresas. Em outras palavras, trata-se de uma área que também demanda tecnologia, principalmente para a otimização de diferentes aspectos da rotina.
Além da instalação de equipamentos básicos, como extintor a base de água, hoje existem diversos tipos de sistemas de gerenciamento e recursos de automação que tornam o trabalho mais seguro nas empresas.
De uma maneira geral, a implantação de uma cultura de segurança do trabalho não demanda um esforço monumental, mas depende de pequenas ações, realizadas quase que diariamente dentro das empresas.
As ações estratégicas, contando com a consultoria de profissionais da área, são capazes de acrescentar muito mais segurança aos ambientes de trabalho, ajudando as empresas a prevenir riscos, acidentes e prejuízos.
É preciso que os empresários se desprendam da ideia de que o investimento em segurança do trabalho é apenas mais um gasto desnecessário.
Afinal, a verdade é que as ações são fundamentais, não só para bom desenvolvimento do trabalho dos funcionários, mas também para o sucesso das empresas.
Esse texto foi originalmente desenvolvido pela equipe do blog Guia de Investimento, onde você pode encontrar centenas de conteúdos informativos sobre diversos segmentos.