21 de maio de 2024

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ENEM completa 25 anos no próximo domingo (20), exame é a principal forma de entrada em universidades no país

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A primeira aplicação do exame registrou 157.221 inscritos e hoje são mais de 3,9 milhões de estudantes em busca de uma oportunidade

20 de agosto de 1998 aconteceu a primeira aplicação do exame, que foi criado para avaliar o desempenho dos estudantes ao concluírem o ensino médio. Atualmente o Enem é a principal forma de ingressar para um curso de Graduação no Brasil. As possibilidades em utilizar o desempenho do exame são várias, os processos seletivos do Ministério da Educação (MEC) aceitam as notas do Enem para vagas em universidades públicas, bolsas de estudo em faculdades e financiamentos estudantis. 

Na primeira edição do exame, apenas 9% dos estudantes eram de escolas públicas, neste ano são mais de 63%, Mais de 1,8 milhão (48,2%) já concluíram o ensino médio. Os concluintes deste ano são 1,4 milhão (35,6%). Em 1999, uma grande mudança marca a trajetória do exame, o número de instituições que utilizaram as notas sobem de 2 para 93 universidades. 

O marco da acessibilidade no exame aconteceu no ano 2000, garantindo que 390 mil alunos inscritos tenham as mesmas oportunidades. As inscrições pela internet começaram a ser computadas em 2001, onde 1,6 milhão de pessoas se inscreveram. Em 2004, as notas do Enem começaram a ser utilizadas no Prouni (mesmo ano de implantação do programa).Com a criação do SiSU em 2009, o Enem muda de formato e passa a ter 180 questões objetivas e a aplicação passa a ser em dois dias. De 1998 a 2008 o Enem foi composto por 63 questões e uma redação. O exame era aplicado em apenas um dia. A realização em dois domingos consecutivos viria a ocorrer após a realização de consulta pública em 2017.

Rodrigo Bouyer, avaliador do INEP – Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira, sócio diretor da BrandÜ Consultoria Educacional e da Somos Young e Especialista em Gestão do Ensino Superior pela Carta Consulta explica que “de maneira geral, aumentou o número de estudantes brasileiros interessados em ingressar no ensino superior, mas quando os grupos que não são do terceiro ano são os que mais crescem, sugerem uma maior esperança da população em conquistar vagas nos programas federais tais como o Sisu (universidades públicas) e Prouni ou Fies (universidades privadas), diante do novo Governo”

Na primeira edição do exame, apenas 184 cidades brasileiras aplicaram as provas. Hoje em dia, cerca de 1,7 mil municípios realizam o exame. Hoje, 13 estados ultrapassam a marca de 100.000 inscritos. A edição de 2014 foi a que mais recebeu inscritos até o momento. No total foram 8.722.283 tiveram a inscrição confirmada naquele ano.  

O número de inscritos isentos de pagamento da taxa do Enem em 2023 subiu 27,3%, enquanto o número de inscritos pagantes caiu 4,9%. Do total de 3,9 milhões, 2.481.545 foram inscrições com isenção de taxa aprovada, o que corresponde a 63% do total de inscritos, 37% são pagantes. Demograficamente a região nordeste ficou com 36,06% das inscrições, seguido do sudeste 32,8%, região norte e sul ficaram coladas com 11,4% e 11,3% e o centro oeste com 8,3%. 

Para Bouyer “esperança e desejo de ingresso no ensino superior em alta após quedas sucessivas é, sem dúvida, uma inflexão positiva nos dados. No entanto, é público que as vagas de Prouni e de Fies, por exemplo, seguirão caindo neste ano de 2023 frente aos anos anteriores, já que não há previsão orçamentária para nada distinto disto, dado que o orçamento foi realizado e aprovado pelo Governo anterior”, explica. 

A versão digital do Enem ocorreu apenas entre os anos de 2020 e 2022. O objetivo inicial era reduzir os custos de aplicação das provas, mas por conta da baixa demanda neste modelo, o custo do exame digital ficou alto para o MEC. O anúncio do cancelamento do Enem Digital foi feito neste ano.

Contudo, a partir de 2024, já com o orçamento federal também proposto pelo novo Governo, a responsabilidade e o desafio de garantir a perenidade desta inflexão e de transformar a esperança de acesso em acesso garantido pertence à gestão atual. E não é papel exclusivo do MEC (Ministério da Educação) garantir as melhorias das políticas públicas, mas também do Ministério da Fazenda, do Tesouro Nacional, do FNDE e do Congresso, de uma forma geral. 

(Os comentários são de responsabilidade do autor, e não correspondem à opinião do SB24Horas)
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