Faixa etária chega a despender 50% do seu rendimento com dívidas
Os jovens são parcela grande da massa de endividados no Brasil. Em 2021, segundo dados do Serasa Experian, entre os mais de 60 milhões de inadimplentes, 8,6 milhões eram jovens entre 18 e 25 anos. O cartão de crédito e o cheque especial são as principais razões para esse endividamento.
Um outro dado alarmante revela que os jovens de até 25 anos são 7% dentro do Programa de Apoio ao Superendividado do Procon. Ou seja, pessoas que comprometeram mais de 50% do seu rendimento e mesmo assim não conseguem quitar suas dívidas.
Entre os motivos, especialistas apontam que essa faixa etária tem muitos gastos relacionados à autoestima, tais como roupas, produtos de beleza e serviços estéticos. Além disso, a falta de organização financeira leva os jovens adultos a atolar o cartão de crédito com parcelamentos em excesso e más escolhas em datas especiais, como dia nacional do consumidor ou Black Friday, por exemplo.
Esse crescimento assustador pode ser um indicativo de que o jovem encontra nas redes sociais mais ofertas e promoções do que material de estudo sobre planejamento financeiro pessoal. A preocupação dos especialistas é que essa tendência apontada pelos dados se torne uma constante.
Nesse caso, o problema passa a ser um sinal vermelho para a economia do país, uma vez que a massa de inadimplência engessa o consumo — já que o orçamento das famílias está comprometido com as dívidas e os juros altos — e desacelera o crescimento do PIB.
Além disso, soma-se o drama pessoal de encontrar seu nome em serviços de proteção ao crédito, como o Serasa, SPC e SCPC, e ter o CPF ou CNPJ impedido de obter crédito e financiamento para qualquer coisa.
Pensando nisso, reunimos cinco dicas elementares para evitar que você se enrole em dívidas. Anote tudo no caderninho:
1 — Saber onde está o nível da água
Um diagnóstico é determinante. Ou melhor, se acostume a constantemente se informar sobre sua situação financeira pessoal. Saiba exatamente qual é o seu orçamento diário, semanal e mensal. Liste todas as dívidas e parcelamentos que ainda te restam pagar. Ter isso em mente a todo tempo pode parecer um tipo de mania não recomendável por psicólogos, mas garantimos que é essencial para decidir quais serão suas próximas compras.
2 — Na ponta do lápis
Entender seus gastos é uma dica importante. Discrimine-os: quais são gastos fixos e quais são variáveis. Custos com transporte e alimentação, por exemplo, são imprescindíveis e entram no arcabouço dos gastos fixos. Diferente daquela fatura de um bar ou cinema com os amigos e amigas. Esses tipos de eventos são importantes, afinal, não vivemos só de trabalho. Mas como é um desembolso que pode ser diferente a depender do mês (fim de ano e datas festivas, por exemplo) ele entra como gastos variáveis. Fazer uma análise de todas essas contas é importante e complementa o item anterior.
3 — Quais são seus gastos?
Após mapeados todos os seus rendimentos e gastos é a hora de classificá-los. Só assim você poderá compreender melhor se está indo mais a restaurantes do que com cultura, gastando mais em ofertas do que em investimentos para o futuro. E aqui, sem julgamentos, o momento é de compreender seus comportamentos na hora de efetuar pagamentos.
4 — Planos para o futuro
Outro pensamento estrutural que as pessoas devem estar sempre em contato é com a ideia de que um dia o futuro vai chegar, e precisamos estar preparados para ele. Seja ele um ano, cinco anos ou 10, 30 anos.
Planos de médio prazo: trocar de carro, educação e formação, gastos mais elevados com saúde, investir na casa própria.
Plano de longo prazo: assegurar a saúde financeira quando a idade chegar através de investimentos.
5 — Estudar
Use e abuse das informações a respeito de finanças na internet, sobretudo com sites confiáveis. Nas redes, há várias informações para ajudar jovens com a educação financeira, como informações sobre reserva de emergência, previdência e fundos multimercados.
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