19 de abril de 2024

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Em nota, RMC não cita erro que matou três pacientes no Vera Cruz

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A Ressonância Magnética Campinas, empresa responsável pela realização dos exames no Hospital Vera Cruz, divulgou uma nota sobre a morte dos três pacientes que passaram pelo procedimento na unidade e morreram no final de janeiro desse ano. A Polícia Civil concluiu que as mortes ocorreram por falha humana, já que uma auxiliar de enfermagem teria injetado a substância perfluorocarbono na veia dos pacientes, ao invés de soro fisiológico. Em contato com o sangue, a substância provocou uma embolia gasosa, que matou os pacientes.

Segundo a nota da RMC, o funcionamento da clínica é devidamente autorizado pela Vigilância Sanitária, que faz periódicas e rigorosas vistorias. O departamento de Vigilância Sanitária de Campinas confirmou que nunca vistoriou a substância perfluorocarbono, que no Brasil é indicada pelo fabricante apenas para uso industrial e não médico hospitalar. A RMC informou que o produto tem sido utilizado, estritamente para uso externo, desde 2005, principalmente em exames da próstata. A empresa justificou o uso da substância, afirmando que várias instituições médicas no mundo também fazem uso do produto. Ainda segundo a RMC, o perfluorocarbono era adequadamente identificado e guardado junto a outros equipamentos. O laudo da polícia aponta, que tanto o produto e o soro fisiológico, substâncias que tem a mesma aparência, coloração e consistência, eram guardados no mesmo local, separados apenas por uma gaveta. Não havia identificação nas bolsas do produto. O erro foi cometido por uma auxiliar de enfermagem, que trabalhava na unidade há dez dias e que confundiu os produtos. A Polícia só encontrou a substância alguns dias depois das mortes e acusou a empresa RMC e o Hospital Vera Cruz de terem ocultado algumas informações. A RMC informou que não houve sonegação ou ocultação de qualquer material durante a inspeção e que os materiais utilizados nos exames ficaram o tempo todo disponíveis para as autoridades competentes. A empresa afirma que o produto permaneceu à disposição no departamento.

Com relação ao fato do Ministério do Trabalho ter constatado irregularidades no contrato dos funcionários, a empresa informou que não encontra respaldo na realidade dos fatos. A Ressonância Magnética Campinas afirmou ainda que os pacientes são adequadamente instruídos sobre o procedimento a ser realizado e assinam consentimento informado para receberem a injeção do contraste quando necessária, a qual sempre é acompanhada por médico presente no setor. O setor de ressonância magnética do Hospital Vera Cruz ficou interditado por cerca de dois meses. A nota não fez nenhuma menção sobre a conclusão da polícia ter apontado falha humana e nem sobre como é feito o treinamento dos funcionários que trabalham no setor.

(Os comentários são de responsabilidade do autor, e não correspondem à opinião do SB24Horas)
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