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Custo elevado do gás natural pressiona capital de giro da indústria brasileira

Foto: Reprodução/Freepik

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Impactos do preço do gás natural sobre o capital de giro e os desafios estruturais da indústria brasileira

O gás natural tem papel estratégico na economia brasileira, mas também pesa no bolso da indústria nacional. Dados recentes mostram que o preço do insumo no Brasil é dez vezes maior do que nos Estados Unidos e cerca do dobro do praticado na Europa.

É o que revela um levantamento da Confederação Nacional da Indústria (CNI). A cada milhão de BTUs, unidade que mede o gás natural, o valor chega a US$ 20, aproximadamente R$ 112, criando um desafio direto para o capital de giro das empresas que dependem desse recurso.

Gás natural é essencial para a indústria

Em quase 90 páginas, a CNI analisou o panorama atual do mercado de gás natural. O insumo é uma fonte de energia essencial, utilizada, por exemplo, como combustível ou na produção de fertilizantes, entre outras aplicações.

O estudo avaliou o cenário cinco anos após a implementação da Nova Lei do Gás, que buscou atualizar o tratamento do produto no país, abrangendo desde o processamento e armazenagem até o transporte e comercialização.

Especialistas apontam que a lei tornou o mercado mais competitivo, dificultando que um único grupo dominasse todo o consumo de gás natural. Segundo o relatório da Empresa de Pesquisa Energética (EPE), dos US$ 20 pagos por milhão de BTUs, US$ 9 correspondem a custos de escoamento e processamento, que poderiam ser reduzidos para US$ 2.

O alto custo impacta diretamente o fornecimento de gás para a indústria, pressionando o capital de giro das empresas e incentivando a busca por alternativas, como a antecipação de recebíveis, que permite acesso a valores imediatos mediante uma taxa.

Atualmente, cerca de 60% do gás natural utilizado no Brasil é destinado à indústria, porcentagem que se mantém estável há cerca de dez anos, de acordo com a CNI.

Setor industrial encara desafios estruturais

Apesar dos avanços, o estudo identificou obstáculos. Entre eles estão atrasos na abertura do mercado e regulamentações ainda pendentes.

Mesmo com maior concorrência, a Petrobrás continua dominando o setor, oferecendo informações limitadas sobre os sistemas de escoamento e processamento, o que dificulta a entrada de novos players.

O relatório ressalta a necessidade de maior atuação do governo federal junto ao setor privado e aos reguladores, garantindo segurança para novos investimentos. Por sua vez, o Ministério de Minas e Energia (MME) afirma que houve progressos nos últimos anos, embora reconheça que questões como a transição energética ainda demandam evolução.

Apesar disso, há otimismo quanto à modernização da indústria. Entre os temas prioritários permanecem a geração de empregos e a descarbonização, mesmo diante de pendências no setor de gás natural.

(Os comentários são de responsabilidade do autor, e não correspondem à opinião do SB24Horas)
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