28 de março de 2024

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Artigo: Realização de si

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O autoconhecimento é central para a autorrealização.

 

A teoria de Freud indica que para a condição de falta, há um impulso associado, na direção de satisfazer essa falta e reestabelecer o estado de equilíbrio. O psicólogo Abraham Maslow indica uma hierarquia das necessidades em uma pirâmide, das mais elementares, chamadas de fisiológicas, até as a mais elevas, ligadas à autorrealização.

 

É fácil sabermos identificar e atender uma necessidade básica, como por exemplo, a fome. Quando sentimos fome, nos alimentamos e, assim, reestabelecemos o equilíbrio. O que ocorre é que, nem sempre, é fácil identificarmos nossas necessidades psicológicas ou de autorrealização. É frequente as pessoas não terem claro aquilo que elas intrinsicamente precisam para se realizarem psicologicamente.

 

Por exemplo, ocorre do indivíduo não saber se ele é mais direcionado para o uso da força e da agressividade para levar projetos adiante, ou se precisa usar sua imaginação para elaborar conceitos ou novos produtos, ou até se precisa combinar as duas necessidades de maneira equilibrada. Se a pessoa está no mundo realizando uma atividade profissional que está desalinhada com o seu perfil motivacional, como por exemplo, uma pessoa imaginativa em um cargo que demanda o uso intensivo da agressividade e da força, ela tende a: cansar muito mais rápido, desempenhar mal a tarefa, sentir-se infeliz e com baixa energia, entre outros sintomas.

 

Para gerar o alinhamento do perfil motivacional com a atividade profissional, entra o importante papel da avaliação das necessidades ou motivos psicológicos. Essa avaliação pode ser feita por um psicólogo via aplicação de uma ou mais ferramentas de avaliação, ou via detido esforço de autorreflexão. Definidas essas necessidades, pode-se traçar um plano para atendê-las por meio do processo de coaching. O trabalho de coaching é um processo estruturado de desenvolvimento de habilidades e comportamentos voltados para atender as necessidades intrínsecas do indivíduo, com a finalidade que ele realize todo seu potencial. Maslow afirma: “se você planeja ser qualquer coisa menos do que aquilo que você é capaz, provavelmente você será infeliz todos os dias de sua vida.”

 

Na medida em que as necessidades psicológicas são atendidas com base na construção de hábitos, as pessoas vão se aproximando do estado de flow, ou fluxo. O conceito de flow foi cunhado pelo psicólogo Mihaly Csikszentmihalyi e pode ser definido como um estado mental em que a pessoa está completamente imersa no que está fazendo, sentindo total envolvimento e sucesso no desempenho da atividade. Isto significa que a pessoa está alinhada com suas necessidades psicológicas, o que gera o sentimento de autorrealização e competência, que usualmente é também reconhecida pelos outros. O flow, então, é uma espiral virtuosa de conexão da pessoa com ela mesma e com o mundo, via senso de capacidade, integração e sentido de ser. Nesse caminho, a pessoa percebe que a vida vale a pena ser vivida.

 

 

Alexandre Romeiro é psicólogo, mestre pela FGV-EAESP e diretor do Centro

Mindsight. Atua com coaching de executivos e de negócios e é professor da IBE-FGV.

 

 

(Os comentários são de responsabilidade do autor, e não correspondem à opinião do SB24Horas)
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