25 de abril de 2024

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Apesar do preconceito, as mulheres seguem na luta por espaço no setor automotivo

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Participantes da história do segmento, mulheres são mais capacitadas dentro das empresas automotivas, mas ainda enfrentam disparidade salarial

Quando se pensa na história do automobilismo, são poucas as vezes em que as mulheres são lembradas como participantes. Afinal, o setor é conhecido por ser mais popular entre os homens e tem ações também voltadas a esse público: as propagandas de carros dificilmente mostram mulheres no volante e há uma série de preconceitos sexistas sobre a forma como elas dirigem – ainda que, proporcionalmente, sejam as que menos causam acidentes.

É verdade, no entanto, que o gênero feminino entrou para o setor mais tarde: no mundo, a primeira mulher a fazer um longo percurso com um veículo motorizado foi a esposa do engenheiro Karl Benz, em 1888, que realizou o fato sem a autorização do marido. Já no Brasil as primeiras mulheres a conquistarem a habilitação para dirigir foram Maria José Pereira Barbosa Lima e Rosa Helena Schorling, somente em 1932. 

Mas não foi apenas à frente do volante que elas participaram da história do automobilismo; afinal, algumas das invenções famosas e práticas nos carros modernos também foram de autoria delas.

Uma revolução no mercado automobilístico

Pouca gente sabe, mas o para-brisa e as setas foram invenções femininas. O primeiro foi criado pela norte-americana Mary Anderson, em 1903, ou seja, antes mesmo da possibilidade de se obter a carteira de motorista para o gênero. Já o segundo foi inventado pela americana Florence Lawrence, uma importante atriz da década de 1920.

Foi apenas em 1943 que a primeira mulher de fato se tornou designer de automóveis em uma grande montadora. Helena Rother integrou o grupo da General Motors em uma época na qual as profissionais do gênero feminino ainda eram vistas como donas de casa e raramente ocupavam cargos importantes. E, desde então, ela abriu as portas para que outras profissionais ingressassem na área.

Mais de 100 anos mais tarde, as mulheres hoje já ocupam seu espaço dentro da indústria automotiva, mas ainda são minoria nesse ambiente. Segundo o estudo “Diversidade no setor automotivo”, realizado pela Automotive Business e MHD Consultoria, em 2019, as mulheres representavam apenas 19,7% da força de trabalho em empresas automotivas, e a esmagadora parcela de 80,3% era composta por homens. A área de maior destaque nesse setor para elas era produção e manufatura (47%).

Disparidade salarial entre os gêneros

Entretanto, ainda que sejam minoria, são elas as mais capacitadas do setor: o estudo revela que 33% delas possuem ensino superior e 8% possuem algum grau de especialização, seja pós-graduação, mestrado ou doutorado. No caso dos homens, apenas 21% possuem graduação em ensino superior e 6% conquistaram a especialização.

Ainda assim, elas recebem um salário mais baixo que os homens para executar a mesma função, em especial quando os cargos são altos. Um homem profissional posicionado na liderança pode receber quase R$ 55 mil, ao passo que uma mulher, no mesmo cargo, recebe menos de R$ 27 mil, ou seja, quase a metade. 

Embora o cenário não seja dos mais convenientes, elas seguem na luta pela equidade de direitos. Já marcam maior presença nos leilões de veículos e estão bem posicionadas nas concessionárias. No futuro, dado o debate do feminismo, é possível que essa disparidade fique cada vez menor.  

(Os comentários são de responsabilidade do autor, e não correspondem à opinião do SB24Horas)
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