A presidente da Apeoesp (Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo), a deputada estadual Professora Bebel (PT) apresenta nesta sexta-feira, 30 de julho pesquisa realizada pelo Instituto Vox Populi sobre “Perspectiva de professores, pais e estudantes sobre os impactos da pandemia na educação pública do Estado de SP e as aulas presenciais”. A pesquisa, que foi realizada sob a encomenda da Apeoesp, será apresentada às 10h30, online, e transmitida pela TV Apeoesp, no Youtube, e revelará os impactos da pandemia na comunidade escolar.
Enquanto isso, a Secretaria Estadual da Educação publicou nesta última terça-feira, 27 de julho, a Resolução 65/2021, que para a Professora Bebel “ expressa de forma clara o descompromisso do governador João Doria e do secretário da Educação, Rossieli Soares, com a defesa da vida e os direitos de professores, estudantes e suas famílias, na imposição, explícita ou velada, do retorno às aulas presenciais a partir de 2 de agosto”. Bebel acrescenta: “Nossa posição é clara: embora sejamos os primeiros a dizer que a escola é local do processo ensino-aprendizagem, sem a garantia de protocolo sanitário eficaz contra o vírus, sem que a totalidade dos profissionais da educação tenham recebido a segunda dose da vacina, e sem um percentual seguro de imunização na comunidade não é possível realizar a volta às unidades escolares”.
Para a presidente da Apeoesp, ainda, o decreto e a resolução não respeitam recomendação da OMS (Organização Mundial da Saúde). A resolução tem origem no Decreto 65.849/2021, que, entre outros absurdos, segundo ela, estabelece o distanciamento de apenas um metro entre os estudantes e destes com seus professores. A Professora Bebel adverte que, seguindo a norma recomendada pela OMS, países que promoveram a volta às aulas — obedecendo rígidos protocolos de segurança sanitária em escolas bem estruturadas e arejadas, com radical redução do número de alunos em sala de aula — definiram o distanciamento mínimo entre um metro e meio e dois metros. “Embora o decreto fale em escalonamento dos horários de entrada e saída nas escolas e de monitoramento dos riscos de propagação da Covid-19, são amplamente conhecidas as deficiências de pessoal em nossas escolas e não há detalhes sobre esse suposto monitoramento, o que nos confere razão para acreditarmos que não existirá de fato”, ressalta.
A presidente da Apeoesp fala ainda que decreto não estabeleceu a obrigatoriedade das atividades presenciais para professores e estudantes, deixando a decisão ao secretário da Educação. “Como sabemos, o secretário está fazendo todas as pressões para que professores e funcionários trabalhem presencialmente e para que os estudantes compareçam às escolas”, diz Bebel. Ela defende o retorno às aulas presenciais só ocorram a partir de que todos profissionais da educação recebam a segunda dose da vacina e sejam decorridos 14 dias desta segunda dose ou dose única.
VACINAÇÃO — Bebel ressalta ainda que a inclusão dos profissionais da educação na primeira fase da campanha de vacinação para imunização da covid-19 no Estado também foi fruto de pressão exercida pela Apeoesp. “Inicialmente, o governo não colocou os profissionais da educação no grupo de prioridade, só fazendo com os com mais de 47 anos, a partir de pressão que fizemos, assim como decidiu, ampliar a todos, a partir dos 18 anos, também a partir da cobrança que fizemos. O governo de São Paulo queria a volta às aulas presenciais, mas excluía os professores do grupo a ser imunizado”, completa.
Texto de Vanderlei Zampaulo – MTb-20.124