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A nova geração de “vereadores reborn” e o colapso da representatividade em Santa Bárbara d’Oeste

MONTAGEM IA - Dennis Moraes

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Por Dennis Moraes

 

Santa Bárbara d’Oeste enfrenta um fenômeno inusitado e preocupante: enquanto bonecas hiper-realistas conhecidas como “bebês reborn” geram debates acalorados no plenário, a cidade afunda em um caos administrativo visivelmente ignorado pelos nossos representantes. O mais recente capítulo dessa distopia local foi protagonizado pelo vereador Carlos Fontes, que protocolou o Projeto de Lei nº 53/2025 proibindo o atendimento a essas bonecas no SUS barbarense. A justificativa? “Proteger o uso racional dos serviços públicos”. A realidade? Um desvio absurdo de foco.

A questão aqui não é o mérito da proposta em si, mas a total falta de prioridade em um momento em que faltam médicos nas unidades básicas de saúde, buracos dominam as ruas, a segurança pública agoniza e a população clama por respostas. E o que faz a base governista? Silêncio. Consentimento. Um sonoro “amém” ao Executivo, mesmo diante do colapso dos serviços básicos. E assim surge um novo tipo de “boneco” político: o vereador reborn.

Sim, vereadores reborn. São aqueles que ocupam cadeiras na Câmara, mas vivem anestesiados, decorativos, ausentes de ação real. Fingem representar a população, mas na prática são como as bonecas reborn — inertes, bem vestidas, com aparência de algo importante, mas sem vida própria. Seu único movimento é levantar a mão para aprovar tudo o que vem do prefeito, mesmo quando a cidade grita por socorro.

Foto: Dennis Moraes

Enquanto isso, a oposição — ao menos os que tentam resistir — é tratada como inimiga e não como parte fundamental do sistema democrático. Quando se posicionam, são tachados de “incomodados”, “do contra” ou “inconvenientes”. E mesmo quando conseguem apontar erros grotescos, como a ausência de audiência pública para um projeto do Executivo (como ocorreu com a recente tentativa de aprovar o PL da Classificação Ambiental), enfrentam um plenário dominado por bonecos obedientes.

Essa infantilização da política barbarense é alarmante. Transformamos o plenário em um berçário de interesses próprios, onde o único choro ouvido é o de vereadores mimados que se ofendem quando confrontados. E o povo? O povo assiste a tudo isso com incredulidade, entre a indignação e o riso amargo.

É hora de acordar. A cidade precisa de representantes de verdade, não de bonecos de cera travestidos de legisladores. O vereador não está ali para agradar prefeito — está para fiscalizar, propor, ouvir a população e defender o interesse público. Qualquer coisa diferente disso é um desserviço.

A política de Santa Bárbara não pode mais ser palco de encenações. Ou colocamos fim à era dos “vereadores reborn” ou seremos todos cúmplices dessa farsa institucionalizada.

Dennis Moraes é Comendador outorgado pela Câmara Brasileira de Cultura, Jornalista, Feirante e Diretor de Jornalismo do SB24Horas. Acesse: dennismoraes.com.br

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