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A Câmara Municipal em xeque: Reflexões sobre submissão e transparência

Foto: Arquivo

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Por Dennis Moraes

Na recente sessão ordinária da Câmara Municipal de Santa Bárbara d’Oeste, o vereador Wilson da Engenharia trouxe à tona uma questão que há tempos venho denunciando em meus artigos e análises: a aparente submissão do Legislativo ao Executivo. As palavras de Wilson, carregadas de frustração e descontentamento, reforçam o alerta que venho dando sobre o imobilismo da Câmara Municipal e a falta de independência dos vereadores em exercer seu papel fiscalizador.

Wilson não mediu palavras ao criticar a postura passiva de seus colegas de plenário e o desrespeito do Executivo em relação ao Legislativo. “Os vereadores não sabem o poder que eles têm. Parece que estamos todos com os nossos mandatos rendidos ou doados à administração”, afirmou ele, em tom de indignação. Essa declaração explicita um problema estrutural que vai além de apenas uma gestão ou de uma época específica: a falta de iniciativa e coragem do Legislativo em se posicionar de forma independente.

Eu já havia alertado sobre essa situação em diversos momentos. Quando os vereadores negligenciam seu papel de fiscalizar e cobrar, o equilíbrio entre os poderes é comprometido, e quem mais sofre é a população. O caso mencionado por Wilson, envolvendo a falta de informações claras sobre subsídios ao transporte público, é apenas um exemplo de como a falta de transparência impacta diretamente o bem-estar da comunidade. Questões fundamentais como esta passam sem o devido escrutínio, e os vereadores acabam sendo vistos como figuras decorativas, sem real poder de decisão.

Foto: Dennis Moraes

Um ponto que não pode ser ignorado é o papel do atual presidente da Câmara, vereador Kifu, que é do mesmo partido do prefeito Rafael Piovezan. Essa proximidade política é prejudicial para o bom funcionamento do Legislativo, pois cria um ambiente onde o presidente da Câmara, que deveria atuar como um mediador imparcial, muitas vezes age como um aliado incondicional do Executivo. Sob a liderança de Kifu, a Câmara tem demonstrado uma postura cada vez mais submissa, deixando de lado o papel essencial de fiscalização e priorizando interesses partidários em detrimento do bem-estar coletivo. Isso é inaceitável e reforça a necessidade urgente de uma mudança de atitude por parte dos representantes eleitos.

Mas por que essa submissão ocorre? Uma análise mais profunda sugere que fatores como a falta de preparo técnico, interesses políticos particulares e alianças pouco transparentes podem estar na raiz do problema. Além disso, a centralização de poder no Executivo cria um ambiente onde o Legislativo é visto como um mero “arquivo” para aprovação de projetos, sem discussão ou questionamento efetivos.

Como jornalista e analista político, acredito que a solução para esse problema passa pela retomada do protagonismo do Legislativo. Para isso, é fundamental que os vereadores se conscientizem do verdadeiro papel de seus mandatos, invistam em capacitação e priorizem os interesses coletivos em detrimento de projetos pessoais ou partidários.

A população também tem um papel essencial nesse processo. Ao acompanhar mais de perto o trabalho dos vereadores, cobrar transparência e exigir resultados, os cidadãos podem ajudar a transformar a dinâmica política local. Afinal, uma democracia só se fortalece com a participação ativa de todos os seus atores.

O recado de Wilson da Engenharia deve servir como um ponto de partida para um debate mais profundo sobre o papel do Legislativo em Santa Bárbara d’Oeste. A mudança não virá de um dia para o outro, mas é urgente que ela comece agora. Eu sigo confiante de que, com vontade política e pressão popular, é possível reverter esse cenário e construir um Legislativo mais forte e independente.

 

 

(Os comentários são de responsabilidade do autor, e não correspondem à opinião do SB24Horas)
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