Setores como indústria, construção e saúde concentram os maiores riscos, e o uso correto de Equipamentos de Proteção Individual pode reduzir acidentes e afastamentos
Mesmo com avanços tecnológicos e práticas de proteção em constante atualização, o Brasil ainda enfrenta desafios em relação à segurança no ambiente de trabalho. De acordo com um relatório do Ministério do Trabalho e Emprego, foram registrados 724 mil acidentes em diferentes setores do país em 2024.
Em mais de 60% dos casos, os trabalhadores precisaram se afastar das atividades por até 15 dias, enquanto em 12% deles o afastamento ultrapassou esse período. Os números reforçam a importância do uso adequado dos Equipamentos de Proteção Individual (EPIs), capazes de prevenir grande parte desses acidentes quando corretamente aplicados.
Panorama da segurança do trabalho no Brasil
Segundo o levantamento, 74% dos acidentes são considerados típicos, ou seja, estão diretamente relacionados ao ambiente de trabalho. Cerca de 25% ocorrem durante o trajeto até o trabalho ou outros locais, enquanto apenas 1% está ligado a doenças ocupacionais.
Enquanto a maioria dos acidentes leva a afastamentos de pelo menos alguns dias, apenas 27% dos casos não resultam em interrupção das atividades, evidenciando a gravidade do problema.
Os setores mais afetados incluem indústria, infraestrutura, comércio e hospitais, que também registram os afastamentos mais prolongados e um número maior de mortes. Por isso, a construção civil recebe atenção especial, embora transporte e saúde também apresentem riscos elevados.
A ausência ou o uso inadequado de EPIs aparece entre os principais fatores de acidentes. Um estudo da Apoio Engenharia, baseado em dados do Ministério do Trabalho, revelou que 80% das quedas ocorreram por não utilização dos equipamentos de segurança.
Lesões nos pés estão entre as principais preocupações
Nos setores de maior risco, pés e tornozelos são partes do corpo particularmente vulneráveis. Estima-se que cerca de 20 mil afastamentos por acidentes nessa região ocorram anualmente, segundo o Ministério Público do Trabalho (MPT).
Além disso, dados do Ministério da Previdência Social indicam que, em 2022, foram registradas aproximadamente 10 mil fraturas nas pernas e sete mil nos pés.
Por isso, especialistas reforçam a necessidade de atenção especial aos calçados de segurança, projetados para garantir resistência a diferentes tipos de impactos e proteger contra lesões. Outros EPIs para os pés incluem:
- Palmilhas de segurança: protegem contra perfurações, choques elétricos e impactos.
- Meias de segurança: controlam a umidade, reduzem atrito e oferecem conforto térmico.
- Protetores de metatarsos: resguardam a parte superior do pé de quedas de objetos pesados ou compressões.
O uso correto desses equipamentos, aliado aos demais EPIs para outras partes do corpo, está diretamente relacionado à redução do risco de acidentes e à menor gravidade quando eles ocorrem, proporcionando mais segurança no dia a dia do trabalho.
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