O Sistema Conselhos de Odontologia destaca a importância dos atendimentos odontológicos, especialmente no combate e tratamento das doenças periodontais, para a prevenção de problemas cardiovasculares
Doenças do coração são a principal causa de morte no mundo, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS). Parte delas está potencialmente associada a infecções na cavidade oral, que muitas vezes poderiam ter sido evitadas. Por isso, no Dia Mundial do Coração, celebrado em todo o globo em 29 de setembro, o Conselho Federal de Odontologia destaca a importância da conscientização sobre as doenças cardiovasculares e sua relação com a saúde bucal.
O secretário do CFO, Roberto de Sousa Pires, especialista em Saúde Pública pela Universidade Estadual do Pará (UEPA), destaca a relevância de uma abordagem interdisciplinar na promoção da saúde cardiovascular e o papel estratégico da Odontologia neste contexto.
“Cuidar da saúde bucal não é apenas uma questão de estética ou de conforto – é uma atitude de prevenção de problemas cardiovasculares também. Portanto, neste Dia Mundial do Coração, é fundamental reforçar a importância do cirurgião-dentista que atua de forma integrada com outras áreas da saúde, promovendo diagnóstico precoce, controle das infecções orais e educação em saúde”, complementa.
Principais doenças cardiovasculares ligadas à saúde bucal
A boca é uma das principais portas de entrada de bactérias no organismo. As infecções dentárias, como abscessos e quadros de cárie profunda, podem liberar bactérias e toxinas no sangue. Além disso, a má higiene bucal pode provocar acúmulo de placa bacteriana e resultar no aumento de inflamação sistêmica. As principais complicações orais consideradas fatores de risco para o desenvolvimento de problemas no coração são as doenças periodontais, como gengivite e periodontite, que são inflamações crônicas da gengiva.
Os quadros de infecção bucal podem provocar a endocardite infecciosa, infecção do revestimento interno do coração, a aterosclerose e o infarto do miocárdio, uma inflamação sistêmica e depósitos de gordura nos vasos que podem ser agravados por bactérias bucais e acidente vascular cerebral (AVC), associado ao aumento de inflamação e obstrução de vasos.
Grupos de risco
As pessoas mais propensas a desenvolver problemas cardíacos devido a problemas bucais são aquelas com doença periodontal avançada; próteses cardíacas ou válvulas artificiais; histórico de endocardite; diabetes descontrolada (maior risco tanto de problemas gengivais quanto cardíacos); além de idosos, fumantes e imunossuprimidos.
Formas de prevenção
Bons hábitos de higienização são fundamentais para a saúde da boca e, consequentemente, também do coração. Confira as principais formas de prevenção de doenças orais infeciosas:
– Higiene oral adequada: manter escovação dos dentes pelo menos três vezes ao dia, usar fio dental e utilizar enxaguantes bucais quando recomendados;
– Consultas regulares ao cirurgião-dentista: para prevenção e tratamento precoce de doenças bucais;
– Controle de fatores de risco: como diabetes, hipertensão, tabagismo e obesidade;
– Uso de antibióticos profiláticos: antes de procedimentos odontológicos em pacientes de alto risco (seguindo orientação do cardiologista/odontologista).
Odontologia na prevenção aos problemas cardíacos
O Sistema Conselhos de Odontologia ressalta que o cirurgião-dentista possui papel fundamental na prevenção e orientação a problemas bucais que podem afetar o coração, podendo atuar em diversas frentes.
Os profissionais devem orientar os pacientes sobre as formas de profilaxia e reforçar a importância das consultas regulares aos consultórios odontológicos para avaliação de rotina, manter bons hábitos de higiene bucal em casa e seguir corretamente os tratamentos odontológico e médico indicados.
“Pacientes com risco cardíaco ou histórico familiar devem sempre informar ao cirurgião-dentista sobre sua condição antes de qualquer procedimento odontológico. Essa informação é fundamental para que o profissional possa realizar diagnósticos e indicar tratamentos ou encaminhamentos com maior eficácia. Neste dia, deixamos a mensagem de que um sorriso saudável será sempre sinônimo de saúde cardíaca”, conclui o secretário do CFO, Roberto de Sousa Pires.
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