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Alerta: 12 economistas dizem que reviravolta não freia juros

Imagem de Rogier Hoekstra por Pixabay

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“A tarifa de 50% imposta por Trump oficializa um cenário mais difícil para empresas brasileiras que dependem da exportação ou da integração com cadeias globais”, João Kepler, CEO da Equity Group.

       “A oficialização da tarifa de 50% sobre produtos brasileiros reacende um debate urgente: o Brasil precisa rever sua estrutura tributária sobre exportações para preservar competitividade internacional. Atualmente, exportadores ainda enfrentam distorções como o acúmulo de créditos tributários não ressarcidos e a complexidade no acesso a regimes especiais, o que reduz margem e previsibilidade. Com a imposição unilateral dos EUA, que deve atingir diretamente setores como o agro, aço, alumínio e manufaturados. Com isso, abre-se espaço para discutir compensações fiscais por parte do governo brasileiro. Isso pode incluir desde o aperfeiçoamento do drawback até incentivos setoriais temporários, passando por medidas estruturais de desoneração em nível federal e estadual. Na prática, exportar para os EUA ficou mais caro. E, sem reação adequada, o risco é que empresas brasileiras percam espaço em um dos principais mercados globais. O tarifaço de Trump impõe não só barreiras alfandegárias, mas também exige resposta tributária estratégica e coordenação política do Brasil para evitar perdas de receita, empregos e participação global”, Mary Elbe Queiroz, Advogada Tributarista, presidente do Cenapret e sócia da Queiroz Advogados.

       “A decisão dos EUA de oficializar tarifas de 50% sobre o Brasil reposiciona o país em um contexto global adverso, onde risco comercial e imprevisibilidade política voltam a interferir nas decisões de investimento. Para gestores e empresários, o desafio passa a ser pensar capital e estratégia num ambiente de crédito caro e com menos incentivos à expansão. Com o Copom mantendo a Selic em 10,50%, o recado é claro: não haverá espaço para juros mais baixos enquanto não houver sinal de âncora fiscal crível. O impacto sobre o PIB tende a ser negativo, e a pressão cambial pode comprometer ainda mais a confiança do investidor. O que está em jogo agora não é apenas a taxa de juros, mas a reconstrução de um modelo de negócios viável para um país que volta a enfrentar barreiras externas, juros altos e custos crescentes. Esse tripé exige novas respostas das lideranças empresariais e dos tomadores de decisão”, Pedro Da Matta, CEO da Audax Capital.

       “O tarifaço de Trump cria uma nova camada de estresse sobre empresas que operam com margens comprimidas e dependem de liquidez para girar capital. Com o aumento da incerteza e a possibilidade de postergação dos cortes na Selic, o mercado de crédito tende a se manter seletivo, e as soluções estruturadas, como os FIDCs, ganham ainda mais relevância. Em um cenário de juros altos e exposição cambial, as empresas precisarão reforçar sua governança e buscar instrumentos capazes de garantir liquidez sem comprometer a saúde financeira. O investidor que atua nesse setor deve observar com atenção as mudanças nas cadeias produtivas e os impactos na capacidade de pagamento dos devedores, especialmente nos setores exportadores”, Richard Ionescu, CEO do Grupo IOX.

       “A oficialização da tarifa de 50% sobre produtos brasileiros pelos EUA é um novo ponto de pressão sobre a economia real. Para empresas que já operam com margens comprimidas e acesso ao crédito restrito, esse tipo de ruptura no comércio internacional eleva o risco operacional e pode acelerar casos de estresse financeiro. Do ponto de vista do Copom, a combinação entre inflação de custos importados, instabilidade fiscal e incerteza externa reforça o fim do ciclo de cortes. A manutenção da Selic em 10,50% trava qualquer recuperação mais ampla e mantém o ambiente de crédito caro, seletivo e difícil. Empresas que exportam diretamente sentirão o impacto imediato, mas mesmo aquelas que atuam no mercado interno devem se preparar para efeitos indiretos na cadeia de suprimentos. É um cenário que exige atenção redobrada a capital de giro, estrutura de dívida e governança financeira”, André Matos, CEO da MA7 Negócios.

       “A oficialização do tarifaço por parte do governo Trump recoloca o Brasil no epicentro das tensões comerciais globais. Mais do que uma medida pontual, ela sinaliza uma reconfiguração da política externa norte-americana, com impactos diretos sobre cadeias agroindustriais, energéticas e de infraestrutura. Do ponto de vista macroeconômico, o Copom teve sua decisão condicionada por esse novo risco geopolítico. A Selic mantida em 10,50% não é apenas uma resposta à inflação doméstica, mas também à imprevisibilidade externa e à dificuldade do Brasil em ancorar expectativas fiscais. O efeito de médio prazo é uma economia operando com baixo dinamismo, inflação resistente nos núcleos e mais dificuldade para atrair investimentos produtivos. O ambiente exige do investidor institucional uma postura mais estratégica, com foco em ativos estruturais, inovação em energia e soluções que integrem segurança geopolítica e sustentabilidade”, Felipe Vasconcellos, sócio da Equus Capital.

       “A oficialização do tarifaço por Trump, com imposição de 50% sobre produtos brasileiros, adiciona um novo vetor de pressão sobre a política monetária e o cenário macroeconômico do país. A decisão do Copom de manter a Selic inalterada nesta quarta reflete esse ambiente de incerteza externa, com impacto direto sobre o câmbio, que tende a se desvalorizar, e sobre a curva de juros futuros, que já precifica maior risco. A medida deve encarecer importações e pressionar a inflação nos próximos meses, especialmente em setores ligados ao agro e à indústria de base. Com isso, cresce a probabilidade de a Selic permanecer em patamar elevado até o fim do ano, comprometendo a retomada do PIB e exigindo das empresas redobrado cuidado com margem, custos e planejamento de caixa”, Carlos Braga Monteiro, CEO do Grupo Studio.

       “A antecipação do tarifaço é mais um capítulo da guerra econômica global. Com 50% de tarifa sobre produtos brasileiros, o impacto é direto em exportadoras, especialmente do agro e da indústria de base. A moeda tende a pressionar o dólar pode subir e isso respinga na curva de juros. O Copom agora tem um dilema maior. Mesmo com inflação sob controle, a pressão cambial e o risco de repasse de preços podem frear novos cortes na Selic. A sinalização de hoje já deve ser mais cautelosa. O cenário de fim de ano muda: inflação pode subir, PIB pode desacelerar”, Pedro Ros, CEO da Referência Capital.

       “O tarifaço anunciado por Trump pressiona a estrutura de custos e a previsibilidade de receita de muitas empresas brasileiras, especialmente as que têm alguma conexão com o mercado externo ou dependem de cadeias produtivas ligadas ao agro e à indústria. Esse tipo de ruptura exige mais do que ajustes financeiros: demanda um fortalecimento da cultura organizacional, um modelo de gestão orientado por dados e, acima de tudo, disciplina na condução dos recursos. Com a possível postergação dos cortes na Selic, o custo do crédito tende a continuar alto, o que reforça a necessidade de revisão estratégica nas empresas, com foco em eficiência e resiliência financeira”, Jorge Kotz, CEO da Holding Grupo X.

       “A tarifa de 50% imposta por Trump oficializa um cenário mais difícil para empresas brasileiras que dependem da exportação ou da integração com cadeias globais. Para startups e negócios em crescimento, isso pode significar retração na demanda externa, aumento de custos operacionais e maior seletividade por parte de investidores. Somado à decisão do Copom de manter os juros em 10,50%, o recado para o empreendedor é claro: precisamos navegar um ambiente de capital escasso, crescimento lento e pressão por eficiência. A curva de juros não vai destravar tão cedo, e o dólar deve manter alta volatilidade. Para quem lidera negócios, é hora de priorizar tração validada, modelos resilientes e disciplina em caixa. O impacto fiscal e comercial desse tarifaço não é conjuntural, muda o jogo para quem atua em setores estratégicos e precisa se financiar no mercado local”, João Kepler, CEO da Equity Group.

       “A decisão de Trump de antecipar a tarifa de 50% sobre produtos brasileiros adiciona ruído geopolítico e afeta diretamente a percepção de risco do Brasil. O impacto deve ser sentido tanto no fluxo de capitais quanto na curva de juros, com possível aumento da aversão ao risco por parte dos investidores estrangeiros. Para o mercado de renda variável, isso gera pressão sobre empresas exportadoras e sobre setores ligados ao agro e commodities, principalmente os que têm os EUA como principal destino. Além disso, esse novo choque externo pode ser argumento adicional para que o Banco Central adote uma postura ainda mais conservadora em relação à Selic. O investidor precisa acompanhar de perto como essa tensão vai se refletir na balança comercial, na inflação e nos papéis ligados à cadeia exportadora”, Sidney Lima, analista CNPI da Ouro Preto Investimentos.

       “A oficialização do “tarifaço”, com aumento das tarifas de energia, combustível e serviços essenciais, reflete a tentativa do Copom de controlar a inflação, mas também traz impactos imediatos sobre a economia, como o aumento nos custos de produção e a pressão no consumo. Isso deve resultar em uma manutenção da Selic elevada, o que pode enfraquecer o crescimento do PIB e aumentar a volatilidade cambial. A alta das tarifas pode pressionar ainda mais a inflação e aumentar a percepção de risco, levando a uma curva de juros mais inclinada e prejudicando a confiança no mercado local. Para os investidores brasileiros, o cenário sugere uma migração para ativos internacionais, como ETFs, para proteger o patrimônio da desvalorização do real e das incertezas econômicas internas. O cenário exige cautela e adaptação, com foco na diversificação internacional e em investimentos mais resilientes”, Fábio Murad, Economista e CEO da Super-ETF Educação.

       “A confirmação da aplicação da tarifa de 50% das exportações ao EUA deixa o mercado em maior alerta. Para a decisão de hoje do Copom, acredito que deve ser cauteloso em manter em 15%, até mesmo para avaliar melhor o impacto real desse tarifaço. Sabemos que isso vai, provavelmente, pressionar as empresas a venderem até mesmo com uma margem negativa e ficarem com o prejuízo da tarifa. Para avaliar melhor o impacto disso na inflação e no PIB precisamos saber também, que medidas o governo brasileiro tende a tomar. Mas sabemos que, na análise geral, isso pode gerar uma desaceleração na economia, com reflexos no crescimento e nas taxas de emprego. Para as empresas, especialmente aquelas que dependem das exportações, essa situação pode significar custos mais altos, desafios no planejamento de produção e uma possível revisão de estratégias de mercado. Falando sobre o crédito para as empresa, com a economia mais imprevisível, empresários tendem a ser mais cautelosos na tomada de crédito, na mesma medida que a concessão fica mais restrita também”, Volnei Eyng, CEO da gestora Multiplike.

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