Número de trabalhadores por aplicativo cresce 25% e ultrapassa 1,7 milhão em 2024, com alta informalidade e predominância masculina
O número de trabalhadores por aplicativo no Brasil disparou. Em 2024, o país chegou a 1,7 milhão de pessoas que têm nas plataformas digitais sua principal fonte de renda. Um crescimento de mais de 25% em apenas dois anos. É o que revelam os dados do IBGE divulgados dentro do módulo sobre trabalho por meio de plataformas digitais da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) Contínua.
Segundo o IBGE, o maior volume está no transporte de passageiros, que concentra mais da metade desses profissionais. Eles são majoritariamente homens, entre 25 e 39 anos, com ensino médio completo. O Sudeste lidera a concentração desses trabalhadores, sendo a única região acima da média nacional. Mas esse avanço vem acompanhado de um alerta: 71% deles estão na informalidade, sem carteira assinada, sem CNPJ e, na maioria dos casos, sem contribuição à Previdência.
Segundo o IBGE, entre os trabalhadores por aplicativo, a maioria atua no transporte particular de passageiros, que representa 53,1% do total — sem contar taxistas. Em seguida, vêm os aplicativos de entrega de comida e produtos, com 29,3%.
No que se refere à prestação de serviços profissionais ou gerais, como designers, tradutores e médicos que atendem por telemedicina, representam 17,8%. Os apps de táxi concentram 13,8% desses trabalhadores.
Apesar da promessa de flexibilidade e renda acima da média, o custo é alto. A maioria trabalha por conta própria, enfrenta longas jornadas e vive à margem da proteção social.
O assunto já chegou ao Supremo Tribunal Federal, que deve julgar em novembro se existe ou não vínculo empregatício entre esses profissionais e as plataformas.
Reportagem Katia Maia
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