Não é preciso fazer um curso de investimento para entender o básico da questão. Quem deseja se aprofundar, no entanto, deve reservar algum tempo para estudar, conversar com especialistas e sanar dúvidas.
Em tempos como o que vivemos, entender sobre o mercado financeiro e suas minúcias é fundamental para fazer boas escolhas. Isso não é tudo: é preciso também estar atento a novidades significativas, como o Pix.
Se você ainda não sabe o que é, fique tranquilo: neste artigo, falaremos um pouco mais sobre o assunto, esclarecendo dúvidas frequentes. Confira.
DOCs ou TEDs: entenda
No dia 19 de fevereiro deste ano, o Banco Central anunciou a criação do Pix, uma ferramenta de pagamentos instantâneos que facilitará e agilizará os processos de transferência e pagamento de contas.
Há quem acredite que não há diferença entre o Pix e os atuais meios de transferência e pagamentos (DOCs e TEDs). Isso é um equívoco.
As operações tradicionais custam caro: há instituições, como sabemos, que cobram valores acima dos dez reais para permitir ao usuário que emita um TED para clientes de outros bancos.
Para além disso, as transferências atuais podem demorar: o TED, que é mais rápido, faz com que o valor seja depositado na conta do beneficiário em algumas horas. A depender do momento da transferência, no entanto, o valor pode cair apenas no dia seguinte.
O DOC, por sua vez, é um pouco mais lento: geralmente demora um dia para que o valor seja depositado na conta de destino. Quando a transferência é feita depois das 22h – o que se tornou mais comum, visto que muitas pessoas fazem transações por meio de aplicativos ou bancos online -, o tempo pode aumentar.
Tanto DOC quanto TED podem ser feitos apenas em dias úteis. Quando o cliente faz transferências em feriados nacionais ou finais de semana, o pagamento pode levar dias para chegar à conta desejada.
PIX: o que muda?
Com a criação do Pix, as transações serão realizadas em tempo real, sem intermediação de terceiros: ou seja, em segundos, o valor deixa uma conta e vai diretamente para outra.
O meio de pagamentos, segundo informações do Banco Central, funcionará sete dias por semana, 24h por dia, em todos os dias do ano. Ou seja: não será mais necessário aguardar o próximo dia útil, tampouco esperar para receber o dinheiro depois do feriado.
As transações poderão ser feitas entre pessoas físicas, entre pessoas físicas e estabelecimentos comerciais ou entre estabelecimentos.
Além disso, será possível fazer transferências para entes do governo, para quitar impostos ou pagar taxas obrigatórias, como a taxa de passaporte ou o valor da entrada em um parque federal.
Para poder usufruir do serviço, ambos os elementos da transação devem ter conta em banco ou fintech.
Como utilizar o Pix?
As transações serão feitas por meio da leitura de QR Codes estáticos e dinâmicos ou de forma mais tradicional, ou seja, com a utilização de dados pessoais, número de telefone próprio, etc.
No primeiro caso, o usuário que receberá um pagamento deverá oferecer ao pagador um QR Code, que pode ser lido por um smartphone.
De acordo com o Banco Central, o QR Code Estático poderá ser usado para transferências entre duas pessoas, enquanto o QR Code dinâmico é mais adequado para o pagamento de compras e similares, visto que pode ser personalizado a cada transação e permite ao usuário que registre dados adicionais no código.
Ainda não há informações sobre a forma através da qual serão gerados os QR Codes em questão. Há comentários na internet de que talvez os códigos sejam gerados por aplicativos específicos, criados e gerenciados pelo Banco Central, mas isso é apenas especulação.
Para João Manoel Pinho de Mello, diretor de Organização do Sistema Financeiro e de Resolução do Banco Central, o Pix trará benefícios à sociedade que vão além da facilitação do processo de pagamento.
Segundo ele, a iniciativa, em linha com a evolução da tecnologia, facilita a criação de novos modelos de negócios, permitindo que as transações feitas na nuvem atuem de maneira mais segura e rápida e diminuindo a necessidade de utilizar dinheiro em espécie.
Por fim, há também o aumento da competição no mercado de pagamentos de varejo, o que beneficia o consumidor, que poderá pagar menos por serviços que serão essenciais e terá diversas opções de qualidade à sua disposição.