Imagens foram feitas por casal preso em 2012, segundo a ONG Peta.
No Brasil, maus-tratos a animais rendem prisão de até um ano e multa.
Um vídeo com quase 20 minutos que mostra um cachorro ainda filhote ser agredido até a morte por três jovens chocou muita gente e gerou até campanha para que elas – tidas como brasileiras – fossem punidas. O vídeo, porém, não só é antigo como não foi feito no Brasil, mas nas Filipinas, e os responsáveis pela prática estão presos desde 2012, de acordo com a ONG de defesa dos animais Peta.
Segundo a Peta, o vídeo é datado de 2011 e ele ainda circula na internet em versões mais curtas.
pisoteando e chutando um filhote de cachorro, que
acabou morrendo. (Foto: Reprodução)
As imagens mostram jovens de feições orientais que chutam e pisoteiam um filhote de cachorro. Vestindo shortinhos, as três fazem poses para câmera, riem e chegam a pular sobre ele.
Este não é o primeiro vídeo antigo a ganhar repercussão recente nas redes. Na semana passada, imagens de um homem agredindo uma criança com socos, empurrões e tapas chocaram milhares de pessoas no Facebook e em outros sites. Especialistas consultados apontaram que a gravação foi registrada em dezembro de 2012 na Malásia.
Fetiche
As cenas das três jovens que viralizaram no Brasil fazem parte do processo contra o casal filipino Vicente e Dorma Ridon, que aliciavam garotas entre 12 e 18 anos para protagonizarem filmes de um fetiche sexual nas Filipinas chamado de “crush”: com os pés, jovens maltratam até a morte animais pequenos, como cachorros, gatos, coelhos e ratos.
“Os suspeitos e alegados mentores intelectuais da produção desses vídeos de ‘crush’ , Vicente e Dorma Ridon, estão presos desde agosto de 2012. Algumas das garotas dos filmes testemunharam contra os cônjuges”, afirmou Rochelle Regodon, diretora da organização Peta na Ásia em entrevista por e-mail. A entidade ajudou a reunir provas que levaram o casal Ridon à cadeia.
No Brasil, a Lei 9.605 tipifica maus-tratos aos animais como crime, punido com prisão de 3 meses a 1 ano, além de multa. Se o animal morrer, a pena pode aumentar. “É uma pena muito leve. Isso é convertido em trabalho comunitário, a não ser que a pessoa tenha cometido outro delito, já que a pena é menor de 2 anos”, diz George Guimarães, presidente da ONG brasileira Veddas (Vegetarianismo Ético, Defesa dos Direitos Animais e Sociedade). “Se fosse no Brasil, [as jovens] iriam responder a um processo criminal, que iria acabar em cesta básica ou algo do tipo.”
Fonte G1