28 de março de 2024

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Vacina contra HPV é segura, confirma OMS

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Foto: Karina Zambrana – ASCOM/MS

O Comitê Consultivo Mundial sobre Segurança das Vacinas da Organização Mundial da Saúde (OMS), em sua última reunião realizada em 12 de março, assegurou novamente sua confiança no perfil de segurança das vacinas contra o HPV. O Comitê (cuja sigla em inglês é GACVS) é responsável por prestar assessoramento independente, fidedigno e científico à OMS sobre vacinas.

Por sua vez, o Grupo de Especialistas em Assessoramento Estratégico sobre Imunização (SAGE) da OMS recomendou a vacina para países nos quais a prevenção do câncer do colo do útero seja uma prioridade de saúde pública, e nos quais sua administração seja custo-efetiva e sustentável. Estas posições são endossadas pelo Grupo Técnico Assessor em Doenças Preveníveis por Vacinação da OPAS.

Com a introdução da vacina contra o HPV no Brasil, pouco mais de 80% das adolescentes das Américas terão acesso à vacina que protege contra dois tipos do virus papilomavírus humano, causador de 70% dos casos de câncer de colo do útero, segunda causa de morte por câncer entre as mulheres da América Latina e do Caribe.

“A medida terá um grande impacto na saúde das meninas de hoje e das mulheres do futuro, prevenindo a infecção pelo HPV e reduzindo a mortalidade pelo câncer do colo do útero”, disse o Diretor Adjunto da Organização Pan-Americana da Saúde/Organização Mundial da Saúde (OPAS/OMS), Dr. Jon Andrus. “Toda a evidência disponível confirma que a vacina é segura e efetiva”, acrescentou.

Desde o lançamento da vacina contra o HPV, em 2006, mais de 170 milhões de doses foram aplicadas no mundo, e diversos estudos, que monitoraram durante anos centenas de milhares de pessoas vacinadas na Austrália, Europa e América do Norte, excluíram a ocorrência de eventos adversos graves ou permanentes.

O impacto na redução do HPV também foi alentador. Nos Estados Unidos, foram reduzidas à metade as infecções pelos tipos do HPV sobre os quais atua a vacina. Dados da Austrália e Dinamarca também demonstram redução de lesões pré-cancerosas no colo do útero entre as pessoas vacinadas.

Nas Américas vinte países, que representam em conjunto pouco mais de 80% das adolescentes da região, entre eles a Argentina, Canadá, Colômbia, México, Panamá, Paraguai, Peru, Uruguai e agora o Brasil, aplicam a vacina contra o HPV por meio de seus programas públicos de imunização.

A vacina disponível atualmente previne contra dois tipos de papilomavírus humano (o 16 e o 18) que, juntos, causam 70% dos casos de câncer do colo do útero. O vírus é transmitido por contato sexual e causa lesões que podem evoluir para tumores no colo do útero. Para que a vacinação seja eficaz, deve ser aplicada antes do início da vida sexual.

Segundo estimativas da OPAS/OMS, 68.818 mulheres desenvolveram câncer do colo do útero em 2012 na Região e 28.565 morreram como consequência. No Brasil ocorrem 15.000 casos novos por ano e, em consequência, 4.800 mulheres perdem a vida, estima o Instituto Nacional do Câncer do Brasil.

O Brasil planeja vacinar 5,2 milhões de adolescentes do sexo femimnino de 11 a 13 anos este ano, o que equivale a pouco mais de 20% do total. Em 2015 o país administrará a vacina a meninas de 9 a 11 anos e, a partir de 2016, desde os 9 anos. A vacinação será realizada em escolas públicas e privadas, bem como nas 36.000 salas de vacinação da rede pública de saúde.

Atingir altas coberturas de vacinação será importante para que a vacina alcance o seu máximo potencial de proteção. De acordo com as recomendações do governo brasileiro, as meninas vacinadas também deverão realizar, a partir dos 25 anos, exames ginecológicas para prevenir o câncer de colo do útero.

A Organização Pan-Americana da Saúde apoia a decisão brasileira de propiciar gratuitamente a vacina às adolescentes, num marco integrado para a prevenção e o controle do câncer de colo do útero. “A introdução universal da vacina contra o HPV demonstra o compromisso das autoridades e dos profissionais da saúde do Brasil”, destacou Cuauhtémoc Ruiz, responsável pelo Programa Ampliado de Imunização da OPAS/OMS.

Principais dados sobre as vacinas contra o HPV

  • Setenta por cento (70%) dos casos de câncer do colo do útero no mundo todo são causados por dois tipos do HPV (16 e 18).
  • Há duas vacinas contra o HPV aprovadas pela OMS e registradas na maioria dos países.
  • Ambas as vacinas previnem mais de 95% das infecções cervicais causadas pelos tipos 16 e 18 do HPV, e podem dar alguma proteção cruzada contra outros tipos oncogênicos do HPV menos comuns que causam câncer de colo do útero.
  • Ambas as vacinas previnem a infecção, e portanto são mais eficazes se forem administradas antes da exposição ao HPV.
  • As vacinas não combatem infecção com HPV preexistentes, nem a enfermidade diretamente associada ao HPV.
  • O grupo-alvo recomendado pela OMS para a vacinação é o das meninas de 9 a 13 anos de idade que ainda não sejam sexualmente ativas.
  • A segurança destas vacinas está sendo monitorada atentamente, em estudos científicos que envolvem milhares de pessoas em vários países, e os resultados continuam a confirmar seu perfil de segurança.
  • Pessoas infectadas pelo HIV podem vacinar-se.
  • Quase todos os casos do câncer de colo do útero são causados por uma infecção persistente pelo HPV.
  • A maioria das pessoas são infectadas pelo HPV pouco depois de iniciar a atividade sexual e a maioria destas infecções resolvem-se espontaneamente. Mas se a infecção persistir e não for detectada e tratada a tempo, poderá levar a um câncer do colo do útero.
  • A vacinação contra o HPV não substitui os testes para detecção do câncer de colo do útero, como o Papanicolaou, o exame de HPV e a inspeção visual com ácido acético.

Fonte: OPAS/OMS

(Os comentários são de responsabilidade do autor, e não correspondem à opinião do SB24Horas)
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