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URGENTE: Risco de desabamento na Zona Leste de São Paulo coloca 600 vidas em perigo

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Imóvel invadido há quase uma década ameaça desabar; crianças e idosos vivem em meio a rachaduras, fiação exposta e denúncias de abandono do poder público

Casos de ocupações irregulares e risco de desabamento têm crescido de forma alarmante no Brasil, revelando um colapso silencioso entre a falta de moradia e a ausência de políticas de prevenção estrutural. Mais de 200 mil edificações estão hoje classificadas como vulneráveis apenas na capital de São Paulo, abrigando cerca de 2,8 milhões de pessoas em áreas de risco. Em todo o país, o número ultrapassa 70 mil construções em situação crítica, muitas delas localizadas em zonas urbanas de alta densidade populacional. Na capital paulista, a Zona Leste concentra parte expressiva desses registros, com mais de 230 imóveis sob histórico de invasão, interdição ou condenação parcial. A soma entre o déficit habitacional, estimado em quase 600 mil moradias só na cidade, e a falta de fiscalização efetiva cria um cenário perigoso, onde imóveis abandonados se transformam em moradias improvisadas e moradias improvisadas em tragédias anunciadas. Em meio a esse ciclo, famílias inteiras são empurradas para dentro de estruturas condenadas, sem respaldo técnico, sem assistência social e, principalmente, sem alternativas de moradia digna.

       Um prédio de 2 andares na Zona Leste de São Paulo ameaça desabar a qualquer momento. O imóvel pertence a uma família de idosos que, após um processo judicial, precisou deixar o local. A propriedade, que deveria estar desocupada por determinação judicial, foi novamente invadida após uma ação equivocada do próprio poder público, que, segundo relatos de moradores e testemunhas, teria realocado para o local famílias removidas de outras áreas da cidade. O resultado é uma situação de extremo risco que expõe não apenas a falha na gestão, mas também a vulnerabilidade social de centenas de pessoas. Atualmente, cerca de 600 moradores, entre eles crianças, gestantes e pessoas com deficiência, vivem dentro do prédio em condições precárias, com rachaduras visíveis, infiltrações e risco elétrico constante. A situação se arrasta desde 2015 e se agravou ao longo dos anos, sem que houvesse uma ação coordenada entre os órgãos municipais. O caso, que mistura descaso institucional, fragilidade social e ausência de solução efetiva, reflete um problema cada vez mais comum nas grandes cidades. “O problema ultrapassa as barreiras do jurídico e assume uma dimensão humana. Estamos falando de pessoas que vivem diariamente sob o risco de perder tudo, inclusive a própria vida. Há um risco real de tragédia, e o que falta é coordenação entre as instâncias públicas para agir com rapidez e segurança antes que o pior aconteça. É preciso unir esforços, somar competências e tratar o caso com a urgência que ele exige, porque a cada dia de espera aumenta o perigo e o sofrimento de quem está lá dentro”, afirma Bruno Araujo, advogado das Proprietárias do Local.

       O histórico do caso é marcado por sucessivas falhas e omissões. Após a primeira invasão, a Justiça determinou a desocupação e a prefeitura ficou responsável por garantir a estabilidade do prédio. Em 2019, o local chegou a ser esvaziado e cercado, mas poucos meses depois foi novamente ocupado. Desde então, a estrutura segue em deterioração acelerada. As paredes apresentam rachaduras profundas, infiltrações por toda parte e relatos de sobrecarga elétrica que aumentam o risco de incêndio. A Defesa Civil já realizou vistorias e recomendou a evacuação imediata, mas o impasse burocrático entre os departamentos municipais impediu qualquer ação concreta. Moradores também denunciam a presença de pontos de tráfico e conflitos internos que agravam ainda mais a insegurança. Enquanto isso, as proprietárias, duas idosas de 80 anos, esperam há anos por uma solução definitiva, temendo que o imóvel desaba antes que possam vê-lo recuperado.

       Diante do impasse, um plano de desocupação assistida e demolição controlada começa a ser articulado para pôr fim ao risco que ameaça centenas de vidas. A proposta busca equilibrar a segurança das famílias com a integridade da área, prevenindo que o imóvel desabe ou se transforme em palco de uma nova tragédia urbana. A situação exige a atuação conjunta de diferentes frentes jurídicas, técnicas e sociais para garantir uma saída digna aos moradores e preservar a segurança da comunidade ao redor. “A omissão pode custar vidas. O diálogo entre as partes é o melhor caminho para transformar um problema social em uma solução humana, técnica e segura, ainda mais quando levamos em consideração o fato de que não há alternativa à desocupação”, afirma Bruno.

(Os comentários são de responsabilidade do autor, e não correspondem à opinião do SB24Horas)
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