25 de abril de 2024

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Turismo em Fernando de Noronha enfrenta novos desafios para diminuir o impacto ambiental

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Banir a entrada de descartáveis e controlar ainda mais o número anual de visitantes faz parte dos planos da administração do arquipélago.

 

A costa nordeste do Brasil é um dos principais destinos turísticos no nosso país. Banhadas pelo Oceano Atlântico, as praias nordestinas são consideradas paradisíacas. Mesmo hoje, é possível encontrar, na região, extensas faixas de areias praticamente intocadas. É o destino certo para quem quer relaxar em uma praia deserta.

 

Paraíso brasileiro

 

Um dos destinos de maior destaque é a Ilha de Fernando de Noronha. Apontada por muitos como “O Havaí Brasileiro”, Fernando de Noronha é, na verdade, um arquipélago pertencente ao território do estado brasileiro de Pernambuco, formado por 21 ilhas, ilhotas e rochedos. Todos de formação vulcânica.

 

Com águas cristalinas e com visibilidade de até 50 metros, Fernando de Noronha é um hotspot para quem procura a prática de mergulho e snorkeling. Essas são, inclusive, as duas principais atividades que envolvem o turismo na região. Noronha é, também, um parque nacional, por isso, sua visitação exige cuidado e não foge dos impactos.

 

Impactos do turismo ao arquipélago

 

Com uma população que não chega a 3 mil habitantes, a capacidade diária de turistas é, em torno, de 600 por dia. Mas, no ano passado, esse número passou de 800 em algumas situações. Em 2018, o número anual bateu o recorde de 100 mil visitas. Os números preocupam.

 

Muitos são os impactos causados pelo número de visitantes, e o principal deles é o lixo. Em média, são coletadas 220 toneladas de lixo em Fernando de Noronha todo mês. Em meses de alta temporada, como dezembro, esse número já atingiu 280 toneladas.

 

O problema é ainda maior pelo fato de que Noronha não tem espaço para instalar uma estação de reciclagem, nem conta com coleta seletiva. Assim, todo esse lixo volta para o continente. Esse transporte, além de caro, é arriscado. Um acidente pode gerar uma poluição massiva do oceano.

 

Uma das medidas que a administração da ilha estuda para reduzir esse impacto é vetar a entrada de plástico descartável em todo o arquipélago. Mas isso ainda não resolveria todo o problema de poluição desse paraíso terrestre. Grande parte do plástico que chega a Noronha vem do mar.

 

O problema do plástico

 

As correntes marinhas trazem pedaços de lixo para as praias do arquipélago, em sua grande maioria, esses pedaços são plásticos de objetos quebrados, já em interação com o ecossistema marinho. De tempos em tempos, os responsáveis pelo controle biológico de Noronha organizam mutirões para limpar esse lixo que vem do mar. Mas essa ainda não é uma solução.

 

O lixo de hoje, em especial os plásticos, é um problema do mundo todo. Noronha reflete e é afetado por todo esse ecossistema global. Mesmo com o banimento da entrada de plásticos descartáveis no arquipélago, o lixo continuaria vindo pelo mar.

 

O banimento de Noronha, então, por não servir de solução completa, pode servir de exemplo para o mundo, sobretudo, para o Brasil. Nosso país é o quarto maior produtor de lixo plástico no mundo, ficando atrás apenas dos Estados Unidos, da China e da Índia — nessa ordem.

 

E tratar o lixo custa caro. Quem visita Noronha paga a Taxa de Preservação Ambiental, cobrada por dia e por pessoa visitante do arquipélago. Quase metade desse valor é destinado à coleta e ao tratamento do lixo recolhido nas ilhas. Esse percentual é de aproximadamente 40%.

 

Assim, barrar a entrada de objetos de plástico de uso único, os descartáveis, vai também ter um impacto na economia da administração de Fernando de Noronha. Isso porque, com menos lixo entrando diretamente, menos se gasta com coleta e tratamento. Consequentemente, o valor economizado pode ser aplicado em outras melhorias e necessidades de preservação das ilhas do arquipélago.

 

Por fim, a administração também estuda um controle maior da entrada de pessoas. O recorde de 2018 ainda preocupa especialista de várias áreas. O ideal é que o número total de visitantes do arquipélago não ultrapasse 89 mil pessoas, independentemente da idade. A natureza agradece!

(Os comentários são de responsabilidade do autor, e não correspondem à opinião do SB24Horas)
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