O tema “Tudo o que o amor não é” foi abordado, na manhã desta sexta-feira (18), junto aos funcionários do DAE – Departamento de Água e Esgoto de Americana, como parte da programação da ação “Agosto Lilás” – Pelo fim da violência contra a mulher. A atividade teve apoio da CIPA – Comissão Interna de Prevenção de Acidentes e da superintendência da autarquia.
A palestrante Léa Amábile, coordenadora do Núcleo de Prevenção à Violência e Promoção da Saúde do município, ressaltou a importância da discussão sobre o tema, que está sendo intensificado este mês pela campanha de combate à violência contra a mulher” Agosto Lilás”.
Os 17 anos da Lei Maria da Penha, a rede de atendimento à mulher vítima de violência, o reconhecimento dos tipos de violências, denúncias e números da violência foram apresentados pela palestrante, que promoveu a sensibilização dos participantes sobre “Tudo o que o amor não é”, como forma de conscientização, autocuidado e resgate da autoestima.
“Tudo o que o amor não é: violência, repressão, falta de liberdade, desassistência. O agressor comete a violência alegando que é por amor, mas ele não tem ideia do que é realmente o amor. Muitas vezes, a vítima acredita ou nem mesmo sabe reconhecer que sofreu algum tipo de violência, acreditando que o agressor está protegendo ou que ela mesma provocou, que está errada e mereceu a agressão. A rede de atendimento de proteção às vítimas funciona para dar suporte, ouvir, buscando o melhor caminho para que a situação seja tratada pelos profissionais traçando um plano específico para cada tipo de caso”, explicou Léa Amábile.
A violência doméstica teve 453 casos notificados na rede de saúde, em 2021, e 1.022 casos, em 2022, sendo 536 casos de violência física em 2022. Em 2023, já foram registrados 273 casos até agora. A violência sexual contra mulheres de zero a 14 anos de idade fez 47 vítimas em 2022 e, em 2023, já são 38 registros.
“São somente os casos de violência que foram notificados de pessoas que procuraram os serviços de saúde, mas acreditamos que os números sejam dez vezes maiores”, segundo Léa.
Ela ressaltou a importância das campanhas para disseminar as informações e a conscientização. “Precisamos esclarecer o que é a violência para que as vítimas procurem ajuda, os casos sejam notificados e, com esse registro, possam ser traçadas diretrizes para o atendimento de políticas públicas. 70% dos estupros são praticados por conhecidos das vítimas. O feminicídio, assassinatos de mulheres, são cometidos em razão do gênero, pelo simples fato de serem mulheres. Por isso, as campanhas são tão importantes para abordagem desta violência, que é muito séria e muito grave”, enfatizou.
Os canais de denúncias e a rede de atendimento estão disponíveis e podem ajudar, como assistência jurídica gratuita da Ordem dos Advogados, Patrulha Maria da Penha da Guarda Municipal de Americana (3461-8631)), denúncias pelo 153 da GAMA, Procuradoria Especial da Mulher da Câmara Municipal, Delegacia da Mulher (3405-3390), 190 da Polícia Militar, Central de Polícia Judiciária (3461-9787), Ligue 180 para denúncias anônimas, abrigo temporário e Conselho Municipal dos Direitos da Mulher.
As ações do “Agosto Lilás” são promovidas pelo Comitê Gestor Intersetorial de Enfrentamento à Violência contra a Mulher e Promoção da Equidade de Gênero – “Americana por Elas”, com o apoio das secretarias de Assistência Social e Direitos Humanos, de Educação e de Saúde.
Apoiam e participam das ações o Conselho Municipal dos Direitos da Mulher (CMDM), Centro Universitário Salesiano de São Paulo – UNISAL, Departamento de Água e Esgoto (DAE), Centro de Referência de Assistência Social (CRAS), Associação de Promoção e Assistência de Americana (APAM), Câmara Municipal, Inspetoria de Defesa da Mulher e Ações Sociais (IDMAS) da Guarda Municipal de Americana, Ameriafro, Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (APAE), Promotoras Legais Populares (PLP) e Instituto Terra Forte do Zincão (ITFOZ), entre outros.
Confira as próximas ações do “Agosto Lilás”:
Dia 21 – Palestra – EMEF Milton Santos – às 9h;
Dia 21 – Roda de Conversa – Casa de Passagem “Fraternidade Guardiões da Imaculada” na Unidade II – Feminina – 20h;
Dia 23 – Debate “17 anos da Lei Maria da Penha”, na UNISAL – 19h;
Dia 28 – Roda de Conversa com profissionais do Cadastro Único – 15h.
Por Daniela Alves (MTb 23611)
Fotos: Marilia Pierre/Susy Coutinho
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