19 de maio de 2024

SB24HORAS

Notícias na hora certa!

Tratamento do HIV pode proporcionar vida normal aos pacientes

Men holding red ribbons. Conceptual awareness. HIV. World AIDS Day and World Sexual Health Day.

Compartilhe essa notícia!

Gratuito pelo SUS ele evita que a doença evolua para a Aids. Especialista fala sobre o tema neste Dezembro Vermelho

Conhecer a sorologia positiva de forma precoce aumenta muito a expectativa e a qualidade de vida de uma pessoa que vive com o vírus HIV. O tratamento antirretroviral da síndrome da imunodeficiência adquirida (Aids) é garantido para todos pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Mesmo assim, de acordo com o Boletim Epidemiológico de HIV/Aids, divulgado pelo Ministério da Saúde em fevereiro, entre 2011 e 2021, o número de diagnósticos saltou 198%, passando de 13,7 mil para 40,9 mil.

Por outro lado, graças ao tratamento, os casos de Aids caíram 18,5% no mesmo período, passando de 43,2 mil novas notificações, em 2011, para 35,2 mil, em 2021. Isso acontece porque os medicamentos atuais conseguem controlar a infecção do HIV, impedindo a evolução para a sua forma grave, que é a aids. Por isso, nem todos que vivem com o HIV têm aids. Para seguir alertando a população sobre o tema, 1º de dezembro é o Dia Mundial de Combate à Aids, e o tema dá a cor vermelha ao mês.

A infectologista Juliana Barreto, que atende no centro clínico do Órion Complex, em Goiânia, detalha como é o tratamento para a doença. “Já que o HIV é um retrovírus, então o tratamento consiste em antirretrovirais, com medicações específicas. A pessoa que tem o diagnóstico de HIV, ela já inicia o tratamento com antirretroviral para tentar evitar que ela evolua com o caso de Aids. Então, o paciente hoje consegue, sim, levar uma vida normal se ele tiver adesão à terapia antirretroviral, que é conhecida como TARV”, explica.

A especialista ressalta ainda a diferença entre HIV e Aids. “A pessoa que vive com o HIV é portador do vírus. A Aids é a síndrome da imunodeficiência adquirida, que é o portador de HIV que já evoluiu com a doença oportunista, levando a uma taxa de defesa do corpo, que são os linfócitos CD4, a ficarem baixos, e a principal doença oportunista é a tuberculose. Então, é diferente ser um portador de HIV e a pessoa que tem a Aids”, salienta a médica. “Assim, se o paciente for portador do vírus HIV ele tem que aderir totalmente ao tratamento para não evoluir para Aids e ficar mais suscetível a contrair doenças, porque ela leva à baixa do sistema imune”, completa.

Relacionamentos
Hoje em dia, o portador de HIV pode se relacionar com outra pessoa tranquilamente. “Ele precisa falar com o parceiro que é portador de HIV para tomar todas as medidas. Ele tem que ter uma adesão total à terapia anti retroviral, para que dessa forma esteja com a carga viral zerada, isso é importantíssimo para que ele possa não transmitir e usar os métodos preventivos de barreira, como a camisinha. Isso é importantíssimo para que ele tenha um relacionamento normal com outra pessoa”, destaca Juliana Barreto.

Mulheres portadores do vírus também podem ter filhos sem transmitir para a criança. “Ela vai ter que sempre falar para o obstetra, é importantíssimo ter o acompanhamento pré-natal para poder já estar com a carga viral zerada para baixar muito o risco de transmissão para o feto. Além disso, no parto deve-se ter toda a questão clínica, de cuidados, um parto especial, por isso o obstetra tem que ter conhecimento”, orienta a infectologista.

Contudo, Juliana Barreto salienta que mesmo com toda a evolução do tratamento, é necessário seguir cuidados para evitar a evolução do HIV para a Aids. “É preciso acompanhamento médico especializado frequentemente, para que possa numa consulta, avaliar a carga viral, a taxa de defesa, o risco cardiológico. A gente já sabe hoje que o portador de HIV tem uma doença crônica, o vírus HIV aumenta o risco de doenças cardiovasculares, portanto, é necessário sim um acompanhamento especializado, para evitar a evolução da doença e para que você tenha uma vida normal”.

(Os comentários são de responsabilidade do autor, e não correspondem à opinião do SB24Horas)
Compartilhe essa notícia!