23 de abril de 2024

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Transtorno do Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH) e desafios na pandemia

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Crianças e adolescentes com TDAH geralmente já enfrentam dificuldades com o controle de impulsos, gerenciamento de emoções e com a atenção, e é provável que neste momento atual de pandemia, com o isolamento social, mudança de rotinas e novas exigências, eles estejam enfrentando maiores dificuldade em expressar seus sentimentos, cooperar com a realização das atividades diárias e se manterem atentos.

No TDAH, há prejuízos relacionados a funções executivas, como atenção, memória de curto prazo, flexibilidade mental, dificuldades para estabelecer metas, antecipar e planejar ações, se automonitorar e resolver problemas. Além disso, nesta idade, estas habilidades naturalmente já não estão completamente desenvolvidas, uma vez que o córtex pré frontal, responsável por estas funções, só amadurece totalmente por volta dos 24-25 anos.

Neste transtorno, déficits nos neurotransmissores dopamina e noradrenalina geram prejuízos na motivação. Dessa forma, mesclar atividades muito prazerosas para eles e atividades físicas na rotina diária (lembrando que manter uma rotina é de extrema importância) aumenta os níveis destes neurotransmissores e, com isso, aumenta a motivação e, consequentemente, a atenção, a memorização e o aprendizado.

Vale lembrar que um sono reparador é essencial para que estejamos atentos e dispostos para a realização de tarefas no dia seguinte, além de momentos de descontração em família, assim como de proximidade, para que todos possam validar seus sentimentos, são fundamentais para a saúde mental de todos, inclusive para diminuir possíveis comportamentos inapropriados.

Dra. Deborah Kerches é neuropediatra (CRM 102717/SP, RQE 23262-1), especialista em Transtorno do Espectro Autista e Saúde Mental Infantojuvenil; autora do e-book “Como explicar o autismo para crianças” (http://dradeborahkerches.com.br/ebook/); coordenadora e professora da pós-graduação Transtorno do Espectro Autista na Adolescência do CBI of Miami; professora da pós-graduação em Psiquiatria Infantil do CBI of Miami; diretora técnica do CAPS infantojuvenil de Piracicaba-SP; Membro da Sociedade Brasileira de Neuropediatria; Membro da Associação Brasileira de Neurologia e Psiquiatria Infantil (ABENEPI); Membro da Academia Brasileira de Neurologia e Membro da Associação Francesa La cause des bébés.

(Os comentários são de responsabilidade do autor, e não correspondem à opinião do SB24Horas)
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