Problemas na segurança das escolas, métodos de ensino ultrapassados e merenda de baixa qualidade estão entre as principais reclamações da comunidade educacional
A permanência da Secretária de Educação, Tânia Mara da Silva, no governo de Rafael Piovezan tem gerado controvérsia em Santa Bárbara d’Oeste. Considerada desatualizada por boa parte dos professores da rede municipal, a continuidade de Tânia no cargo contraria expectativas de mudanças no setor educacional e enfrenta forte oposição da categoria, que vinha solicitando sua substituição.
Além disso, a gestão da Secretaria de Educação tem sido alvo de críticas por problemas recorrentes na segurança das escolas como a falta de AVCB (Auto de Vistoria do Corpo de Bombeiros) na maioria das escolas, métodos de ensino considerados ineficazes e a qualidade insatisfatória da merenda escolar. Essas questões têm gerado descontentamento entre pais, alunos e professores, reforçando a percepção de que mudanças são necessárias para atender às demandas da comunidade educacional.
A situação se torna ainda mais peculiar devido à recente filiação do prefeito Rafael Piovezan ao Partido Liberal (PL), alinhado ao ex-presidente Jair Bolsonaro. Por outro lado, Tânia sempre foi ligada ao Partido Comunista do Brasil (PCdoB), uma legenda de esquerda baseada nos ideais do marxismo-leninismo. Em março de 2024, o diretório local do PCdoB chegou a pedir que a secretária se desfiliase do partido devido à contradição ideológica entre sua atuação no governo e os novos rumos políticos do prefeito.
Tânia Mara, que ocupa o cargo desde 2013, acumulando experiência nos governos de Dênis Andia e Rafael Piovezan, possui um currículo robusto. Professora da rede municipal de educação especial, ela estudou em escolas tradicionais de Santa Bárbara d’Oeste e concluiu o Magistério, além de se formar em Pedagogia com habilitação para deficientes mentais e administração escolar pela Unimep. A secretária também é pós-graduada em Educação Especial pela PUC Campinas, em Gestão Escolar pela Faculdade Network de Nova Odessa e Mestre em Educação pela Unisal. Sua formação inclui um projeto em Literatura Afro-Brasileira pela USP e forte militância no Movimento Negro.
A Secretaria de Educação sob a gestão de Tânia Mara enfrenta críticas por parte dos professores, que veem a gestão como distante das necessidades atuais do ensino público. A cidade conta com 54 escolas municipais, 25 instituições conveniadas ao programa Bolsa Creche e 35 escolas estaduais, atendendo milhares de estudantes e empregando 2.606 servidores municipais. Apesar das ações voltadas à universalização do ensino e redução das desigualdades, problemas estruturais persistem.
As principais reclamações incluem a falta de segurança nas escolas, com relatos de episódios de violência e ausência de medidas preventivas adequadas, métodos de ensino que não acompanham as inovações pedagógicas necessárias e a insatisfação com a merenda escolar, que é vista como insuficiente e de baixa qualidade para atender às necessidades nutricionais das crianças. Esses pontos são frequentemente levantados em debates públicos e reforçam a insatisfação geral com a gestão.
Apesar das tensões políticas, das críticas à sua gestão e dos pedidos de mudança, Tânia Mara permanece firme no cargo. A decisão de Rafael Piovezan de manter a secretária pode ser vista como uma tentativa de dar continuidade ao trabalho iniciado em governos anteriores, ainda que essa escolha esteja longe de ser unanimidade na cidade.
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