25 de abril de 2024

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SP: Jovem de Caieiras pode disputar, na Rússia, primeira medalha brasileira em modelagem de protótipos

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Por Aline Dias

Orgulho da família, Henrique Sobrinho Menezes, 20 anos, está hoje entre os jovens selecionados para disputar uma vaga na equipe brasileira da WorldSkills, a maior competição de educação profissional do mundo, na Rússia. Henrique é de Caieiras, Região Metropolitana de São Paulo e vai competir na modalidade modelagem de protótipos, que ainda não tem nenhum medalhista brasileiro.

“A minha expectativa é representar muito bem o nosso país e ser o primeiro campeão mundial na minha área. Se Deus quiser eu serei o primeiro brasileiro a subir no pódio”, sonha o jovem, que é técnico em mecânica, formado pelo Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI), onde também fez cursos de ferramentaria e moldes plásticos.

A 45ª edição da WorldSkills ocorrerá de 22 a 27 de agosto, no Centro Internacional de Exposições KAZAN EXPO em Kazan, na Rússia. A competição é realizada a cada dois anos e reúne os melhores alunos de países das Américas, Europa, Ásia e África e Pacífico Sul para disputarem medalhas em modalidades que correspondem às profissões técnicas da indústria e do setor de serviço.

Eles precisam demonstrar habilidades individuais e coletivas para responder aos desafios de suas ocupações dentro de padrões internacionais de qualidade. Há mais de 65 anos, a competição reúne jovens qualificados de todo o mundo, selecionados em olimpíadas de educação profissional de seus países, realizadas em etapas regionais e nacionais. Henrique se classificou em 2017, na etapa regional, e, no ano passado, passou pela nacional, na Paraíba.

O apoio da família, que sempre torceu e acompanhou todo o processo até aqui, foi fundamental para o bom desempenho de Henrique. Ele é o primeiro a ingressar nesta área, a participar de competições profissionais e a viajar para outro país. E apesar das dificuldades e dos duros treinamentos, as novidades deixaram o jovem e toda a família cheios de expectativas.

“Todas as fases são bem desafiadoras porque é uma prova que pode mudar sua vida. Tem bastante pressão, é difícil, tem competidores muito bons e o segredo de tudo é você manter a calma, fazer o que você treinou, se preparar bem, que no final tudo dá certo”, conclui.

A última etapa de treinamentos de Henrique para o mundial na Rússia ocorre em Brasília, junto com aproximadamente 50 jovens. Algumas modalidades irão se preparar nos centros de treinamento do SENAI localizados em Belém, Porto Alegre e Joinville, em Santa Catarina.

Educação Profissional
Assim como para Henrique, a educação profissional impacta positivamente a vida de diversos jovens no Brasil. Em 2017, cerca de 80% dos estudantes que concluíram cursos técnicos foram inseridos no mercado de trabalho já no primeiro ano. De acordo com levantamento do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI), o curso técnico é o caminho mais rápido para a inserção qualificada do jovem no mundo do trabalho e também uma opção para o trabalhador desempregado em busca de recolocação no mercado. O salário de um profissional técnico varia entre R$ 8,5 mil e R$ 12 mil.

Para o diretor-geral do SENAI, Rafael Lucchesi, o país tem potencial em educação profissional. “O Brasil tem sido representado pelo SENAI e pelo Senac, que tem as ocupações mais da área do comércio e serviços, e o Brasil fica sempre entre os primeiros colocados”, afirma.

A competição
Cada jovem competidor recebe um projeto e tem uma determinada quantidade de horas para desenvolver o desafio, da melhor forma possível. A habilidade técnica dos participantes é posta em xeque, cada um dentro da sua modalidade. Geralmente, o projeto de construção desafiador é inspirado em algum ponto turístico do país/cidade sede da WorldSkills, com três módulos.

São 56 modalidades técnicas que exigem adequação aos padrões mundiais. Segundo o gestor do projeto Brasil Kazan 2019, José Luiz Gonçalves Leitão os jovens devem ter conhecimentos sobre desenvolvimento e desenho técnicos, metodologia, medidas, interpretação de desenho, acabamento de produto e também sobre processos. “É um jogo de tempo. Cada uma das habilidades é trabalhada exaustivamente dentro dos padrões e eles são submetidos a vários testes, exercícios, durante esse período”, destaca.

A cada edição da WorldSkills, o Brasil participa com um número maior de competidores e melhora sua classificação no quadro de medalhas. Em 18 participações, o país já acumulou 136 medalhas. A melhor participação brasileira na história do campeonato foi em São Paulo, em 2015. Com 27 medalhas, o Brasil foi o primeiro do ranking de países.

 

Agência do Rádio Mais

(Os comentários são de responsabilidade do autor, e não correspondem à opinião do SB24Horas)
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