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Setembro Verde: transplante de medula óssea pode ser fundamental no tratamento de linfomas

setembro verde

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Campanha reforça a importância da doação tratamento da doença e na renovação da esperança de milhares de pacientes.

 

O Setembro Verde, campanha dedicada à conscientização sobre a doação de órgãos e tecidos, tem um apelo ainda mais especial: o transplante de medula óssea – doação que pode ser feita em vida. E, assim, joga luz sobre a jornada desafiadora no tratamento dos linfomas, cânceres que se originam no sistema linfático. Mais do que informar, a iniciativa tem um papel fundamental ao recolocar em pauta a importância da doação de medula óssea no Brasil.

O linfoma é um tipo de câncer que se origina nos linfócitos, que são células do sistema imunológico. A principal função dessas células é combater infecções e outras doenças.  Essas células circulam pelo nosso corpo, principalmente nos gânglios linfáticos (também conhecidos como linfonodos), na medula óssea, no baço, no timo e em outros órgãos.

Apesar de o país possuir um banco de doadores com um bom número de voluntários, a diversidade ainda é um desafio. Atualmente, o Registro Brasileiro de Doadores Voluntário de Medula Óssea (REDOME) conta com cerca de 6 milhões de doadores cadastrados no banco, sendo que apenas 2,2 milhões são pessoas declaradamente não brancas.

“A falta de representatividade de grupos minoritários, como as populações indígena e negra, torna a busca por doadores compatíveis mais difícil para pacientes com esses perfis. A campanha, portanto, é um lembrete da necessidade de ampliar e diversificar o cadastro”, comenta Maria Cristina Macedo, hematologista do IBCC Oncologia, hospital especializado em tratamento do câncer.

Para se tornar um doador de medula óssea, o principal critério é ser saudável e ter entre 18 e 35 anos, além de estar em boas condições de saúde. O processo de doação pode ocorrer de duas formas:

  • Coleta central: A medula é retirada dos ossos da bacia por meio de punções. O procedimento é realizado com anestesia.
  • Coleta periférica: A coleta é feita a partir de células-tronco hematopoiéticas (também chamadas de células-mãe) da medula óssea, estimuladas por injeções aplicadas durante cinco dias. O procedimento é similar a uma doação de sangue.

Estimativas do  Instituto Nacional de Câncer (INCA), apontam que podem surgir 15 mil novos casos de linfomas no Brasil em 2025, sendo que o Linfoma Não Hodgkin é o mais prevalente.

Transplante de medula óssea: quando e como é utilizado?

O transplante de medula óssea (TMO) é uma alternativa terapêutica para a maioria dos linfomas de Hodgkin e não Hodgkin quando a doença retorna após o tratamento inicial. Ele age como uma consolidação para aumentar as chances de cura e pode ser de dois tipos: autólogo e alogênico.

O autólogo é o mais comum no tratamento de linfomas. Nesse caso, a medula utilizada é a do próprio paciente. Antes de receber uma quimioterapia para combater o câncer, as células-tronco do paciente são coletadas e congeladas. Após a quimioterapia, elas são devolvidas ao paciente, permitindo que a medula se recupere dos efeitos tóxicos do tratamento”, exemplifica a hematologista.

Segundo a especialista, o alogênico é utilizado em casos mais agressivos e esse transplante usa a medula óssea de um doador compatível (total ou parcialmente). Nele, as células do doador atuam como agentes imunoterápicos, atacando as células doentes do linfoma.

Terapia CAR-T: outra possibilidade de tratamento para linfomas

Enquanto o transplante de medula óssea continua sendo um pilar no tratamento de linfomas, novas possibilidades, como a terapia CAR-T, estão transformando o cenário médico. O acesso a essa nova terapia ainda é limitado, mas ela representa uma evolução da medicina.

Segundo a hematologista, na terapia CAR-T, as células de defesa do próprio paciente (linfócitos T) são geneticamente modificadas em laboratório para se tornarem “super células” capazes de identificar e destruir as células doentes do linfoma.

“Com resultados promissores em diversos tipos de linfomas, a terapia CAR-T pode, em muitos casos, substituir a necessidade de um transplante. Ela é um exemplo do avanço contínuo da ciência, oferecendo novas esperanças para os pacientes e redefinindo os limites do que é possível no combate ao câncer”, afirma a especialista.

A pesquisa e o desenvolvimento dessas novas terapias, em conjunto com o trabalho contínuo de campanhas como o Setembro Verde, reforçam a importância de uma abordagem multifacetada e integrada na luta contra o linfoma, do diagnóstico aos cuidados pós-tratamento.

 

Sobre o IBCC Oncologia

Fundado em 1968, o IBCC Oncologia é conhecido por ser um Centro de Tratamento Oncológico de alta complexidade e possui um Núcleo de Pesquisa Clínica renomado e reconhecido internacionalmente pelo número de pesquisas realizadas e seus resultados impactantes para a Ciência Médica.

O Hospital sempre esteve à frente de grandes conquistas na Oncologia e construiu uma trajetória marcada por inovação. Um exemplo é a introdução do primeiro mamógrafo no Brasil, em 1971, que representou um marco no tratamento do câncer de mama no país.

Ao longo dos anos, o IBCC também integrou importantes programas de controle do câncer, em âmbito federal e estadual, impactando positivamente a vida de milhares de pessoas.

Hoje, o IBCC Oncologia oferece atendimento em mais de 30 áreas da medicina relacionadas ao câncer, com um corpo clínico altamente qualificado e equipes multiprofissionais que atuam de forma integrada para garantir o cuidado completo ao paciente oncológico.

(Os comentários são de responsabilidade do autor, e não correspondem à opinião do SB24Horas)
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